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Marcos Mion e Romeo (Foto: Reprodução/Instagram)

Marcos Mion e Romeo (Foto: Reprodução/Instagram)


Marcos Mion esteve nesta quinta-feira (19) no Ministério da Cidadania, em Brasília, para lutar pela inclusão do autismo no Censo 2020. Casado com Suzana Gullo, o apresentador é pai de Romeo, de 14 anos, que é autista. O autismo é um transtorno de desenvolvimento grave que prejudica a capacidade de se comunicar e interagir. "VITÓRIA!!! VITÓRIA PARA O AUTISMO! Eu vim achando que era uma causa perdida, que o governo ia usar minha imagem para amenizar a decisão de não incluir o autismo no Censo, mas como disse em todos os vídeos: 'Vou lutar até o fim'! Por todas famílias autistas! MEU PARTIDO É O AUTISMO! E pelas famílias eu vou até o fim", disse Mion no Instagram.

O apresentador - que também é pai de Stefano, de 9, e Donatella, de 10 - contou que depois de quatro horas de reunião e muita discussão para todos os lados, a comunidade autista foi ouvida, respeitada e contemplada. "Foram grandes 'inputs' do Ministro da Saúde Mandetta (Luiz Henrique Mandetta), da Priscilla (Priscilla Roberta Gaspar de Oliveira) da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, e da Susana (Susana Cordeiro Guerra), presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), além de todos os assessores, com uma atitude surpreendente o presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei que inclui dados específicos sobre autismo no Censo 2020! Estou MUITO EMOCIONADO! Batalhei muito nessa reunião, nunca esmoreci, não cedi a controvérsia alguma por vocês, minha comunidade autista! E isso é apenas o começo! Agora o autismo entrou pela porta da frente e vou sempre representar a vontade da comunidade, acima da minha própria. Um agradecimento muito especial à primeira dama Michelle Bolsonaro, madrinha de todas as causas que, sem ela, nada seria possível. Mais uma vez eu repito: MINHA BANDEIRA É AZUL. MEU PARTIDO É O AUTISMO", acrescentou.

Os movimentos de defesa de crianças com autismo destacam que o Brasil não detém nenhum estudo próprio sobre a incidência de casos no país, o que dificulta qualquer tipo de política pública voltada os portadores da deficiência. O autismo foi considerado deficiência no Brasil só em 2012. Desde então, grupos ligados à causa têm realizado várias ações para garantir seus direitos.

Desde 2014, os movimentos de defesa do autismo lutam para que o IBGE coloque, no censo de 2020, questionamento sobre as pessoas com autismo. O objetivo é saber quantos autistas existem no Brasil, já que hoje não existe dado oficial. Estatísticas americanas e europeias apontam que, para cada 68 crianças nascidas, uma tem espectro autista (TEA – Transtorno do Espectro Autista). Estima-se que, no Brasil, já existam mais de 2 milhões de autistas.

REPRESENTANTE

Antes da reunião, Mion falou sobre a honra de representar a comunidade autista em Brasília. "Eu não estou aqui para apresentar a minha vontade pessoal. Estou aqui para representar todas as famílias que não têm oportunidade de estar aqui. Dizem que eu sou o primeiro a ser convidado pela porta da frente para falar sobre autismo. Muita gente comentou isso comigo. Eu acho isso ruim, na verdade, porque eu acho que já deveriam ter outras pessoas entrando sem precisar fazer protesto, sem precisar gritar, usar força ou qualquer coisa do tipo. Porque o autismo é uma causa muito importante. A gente não tem o número exato, mas são milhares e milhares de pessoas", disse no Instagram Stories.

"Eu quero deixar muito claro que eu não entro aqui sozinho, eu não entro como Marcos Mion, eu entro com a MOAB (Movimento Orgulho Autista Brasil), com o Capricha, levo o Abraça (Associação Brasileira Para Ação Por Direitos Das Pessoas Com Autismo), os movimentos que eu falei e principalmente eu levo todas as famílias que depositam tanta confiança em mim. Tanto carinho, tanto amor e tanto respeito. Pelo Brasil inteiro onde eu vou as famílias trazem os filhos especiais até mim para eu conhecer. E isso é uma honra. Isso é uma coisa que faz o meu propósito realmente ser de grande valia. Obviamente é um propósito, é uma missão", continuou.

"Tem algumas pessoas que comentaram que eu não poderia estar aqui representando as famílias com autismo porque eu não sei como é o autismo para uma pessoa que não tem recursos. Vocês estão enganados, eu sei. Eu sei não por experiência própria, mas por empatia, por compaixão. Eu conheci centenas de famílias que não têm o menor recurso e é por isso que eu estou aqui. O único motivo que eu estou aqui é por todas as famílias do Brasil, porque eu sempre falo: 'eu não quero os benefícios apenas para o meu filho, eu não quero reconhecimento e respeito apenas para o Romeo, mas eu quero para todas as famílias autistas do Brasil'. Que Deus nos abençoe nesse momento e que por mais que tenha gente falando que é um jogo de carta marcada, que eles só querem a minha presença aqui para poder passar para a comunidade autista de uma forma mais aceita, usando a minha figura pública, a minha influência de que o censo não vai rolar e eles querem que isso saia de uma forma amena, mesmo que seja isso, eu vou lutar até o fim. Não vim aqui para simplesmente ouvir e ir embora. Eu vim aqui para lutar por todos vocês e eu prometo que é isso que eu vou fazer. Por todos vocês que eu digo: comunidade autista!", prometeu.

Marcos Mion com a mulher, Suzana Gullo, e os filhos: Stefano, Romeo e Donatella (Foto: Reprodução)

Marcos Mion com a mulher, Suzana Gullo, e os filhos: Stefano, Romeo e Donatella (Foto: Reprodução)