É o Bicho

Por Letícia Fernandes, G1 Grande Minas


Ayla e Mel moram na mesma casa e brigam bastante em busca de atenção — Foto: Arquivo pessoal

Certamente você já ouviu falar que gatos e cães são territorialistas. Quem convive com estes animaizinhos e já presenciou disputas territoriais entre eles, sabem o quanto a situação pode ser estressante. Para amenizar os comportamentos, é necessário entender as causas e saber como agir nessas situações.

O veterinário Raymundo Chaves Neto explica que no geral os animais costumam defender seu território por instinto de sobrevivência. “É algo relacionado à evolução e permanência da espécie, em vida livre eles defendem o território quando se sentem confortáveis no local, provavelmente porque acham que lá haverá condições de se manterem com água, comida e proteção para se reproduzirem. Quando sentem ameaçados no território a opção que geralmente adotam é o confronto mesmo”, disse o veterinário.

No caso dos gatos, eles são caçadores natos e, mais precisamente, caçadores solitários, eles precisam ter controle absoluto sobre o seu território, evitando assim que invasores sejam uma ameaça para as suas fontes de alimentação. Desse modo, a disputa dos gatos por espaço é uma forma de garantir a sobrevivência. Para marcar território os felinos geralmente arranham objetos e atacam os demais gatos que aparecerem.

Segundo o veterinário, o ideal é manter uma caixa de areia a mais que o número de gatos, acomodadas em locais diferentes da casa. Além disso, espalhar arranhadores, potes de água, locais de descanso e tentar alimentar cada gato em seu cantinho. Seguindo essas dicas, os comportamentos territorialistas dos gatos diminuem e todos convivem em paz.

A jornalista Ingrid Sá é tutora de duas gatas, a Mel de 1 ano e 6 meses e a Ayla de 4 anos. Quando a Ayla tinha 3 anos, ela adotou a Mel e a adaptação das duas foi bem difícil porque a Ayla já se sentia a dona do ambiente.

“Elas até hoje ficam disputando colo, atenção, brigam bastante, em casa tudo tem que ser dividido, água, ração, até as brincadeiras se eu fizer só com uma a outra já vem pra cima, então tudo tem que ser bem dividido, a atenção tem que ser igual para as duas, até na hora de dormir já se tem um costume na minha casa, a Mel dorme comigo e a Ayla com a minha mãe, então cada uma tem seu lugar de dormir, nenhuma pode dormir no lugar da outra”, disse a Ingrid.

O veterinário explica que é necessário fazer um processo de aproximação com animais que não aceitam a aproximação de outros pets. Recomenda-se que inicialmente os dois sejam colocados em cômodos separados e que o cheiro do outro seja associado com um momento de prazer como na hora de comer. Aos poucos, eles devem se acostumar com o cheiro um do outro, más só colocá-los em contato total quando todos estiverem se sentindo seguros e à vontade.

Bola é super territorialista e fica incomodado com a visita de outros animais em casa — Foto: Arquivo pessoal

O Supervisor de eventos, Carlos Danilo Batista de Oliveira é tutor de um chow chow, o Bola, de 9 anos, que é super territorialista. “O bola ficar super incomodado se vier algum cachorro e fazer xixi no quintal da nossa casa, ele fica inquieto e faz xixi por cima para deixar sua marca, quando Lili a cachorrinha do meu cunhado vai para nossa casa, o bola fica descontrolado, então sempre temos que sair com ele pra dar uma volta pra ele relaxar e ficar mais tranquilo para gente voltar pra casa”, conta.

Disputa de território

Na última terça-feira (26), uma gata e uma fêmea de saruê morreram durante uma briga em uma casa em Montes Claros. A fêmea de saruê estava com seis filhotes que foram resgatados pelos bombeiros e a gata estava recém parida. Segundo os bombeiros, as agressões podem ter acontecido justamente por territorialismo e defesa dos animais.

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