Lá vem o jardineiro com arte,
carrega o teu cesto e uma dor.
Agora que perdi minha parte,
queria tanto lhe ofertar a flor.
É assim minhas noites insones,
vem pelos sonhos, entra suave,
pelo canteiro das belas silenes,
vem com a flor, some na nave.
Quando a lua gira seresteira,
eu me deito, lanho na solidão.
Quisera me sentir por inteira,
sem este vazio da mutilação.
Mas se a manha vier serena,
seguirei pelo jardim florido,
como colibri suga a açucena,
alivio a dor do beijo partido.
Toninho
31/05/2024
Grato pela visita.