Pecuária Brasil #13

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Direção Gustavo Miguel (34) 9 9142-5081 gustavomiguel.gm@gmail.com Contato comercial |34| 3313-0371 / 3077-0379 / 3077-0451

Cláudia Monteiro (34) 9 9142-5082 claudiapecuariabrasil@gmail.com

Jurídico Cláudio Batista Andrade Renato Mendonça Costa

Edição Natália Escobar - MTB 19731/MG redacaopecuariabrasil@gmail.com (34) 9 9897-6460

Circulação e Assinaturas assinaturapecuariabrasil@gmail.com

Redação Gisele Rosso, Natália Escobar, Rona Abdalla e Rubens Neiva Colaboração Carlos Silva, Cibele Fonseca, Fernanda Dapra, Jorge Araújo, José Otávio Lemos, Manuela Bergamim, Mariana Bananal, Tatiana Freitas, Thell Castro e Wagner Indaiá

Impressão Gráfica 3Pinti - Uberaba/MG Tiragem: 9 mil exemplares Projeto gráfico e diagramação Oficina Soluções em Comunicação Thiago Ferreira (34) 9 9145-6914

FOTÓGRAFOS PARCEIROS Boy (17) 9 8115-8087 Carlos Lopes (34) 9 8814-0800 Fábio Fatori (13) 9 8121-0011 Flávio Venâncio (67) 9 8143-0131 Gustavo Miguel (34) 9 9142 5081 Jadir Bison (34) 9 9960-4810 JM Matos (34) 3325-4963 Marcelo Cordeiro (31) 9 9946-9697

Maurício Farias (34) 9 9994 1949 Ney Braga (34) 9 9960-9610 Pitty (34) 9 9978-1205 Roberto Mattos (67) 9245-2040 Rubens Ferreira (11) 3609-1562 Wellington Valeriano (34) 9 9173-1487 Zzn Peres (21) 9 8094-1977

Publicação periódica da Pecuária Brasil Editora e Publicidade Ltda. ME. CNPJ: 14.681.507/0001-62

nossa capa

Redação, Publicidade e Administração Rua Bernardo Guimarães, 250 - Estados Unidos 38015-150 • Uberaba-MG • (34) 3313.0371

@revistapecuariabrasil

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CIRCULAÇÃO GRATUITA Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores. As matérias publicadas podem ser reproduzidas desde que citadas a fonte.

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Nessa edição apresentamos uma capa idealizada pela equipe da Fazenda Quilombo, que exibe a bela Luther, Grande Campeã da ExpoZebu 2016. Foto/Gustavo Miguel


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apresentação

o melhor da vida no campo O primeiro semestre de 2016 chega ao fim e nós Cláudia monteiro

Diretora Executiva

claudiapecuariabrasil@gmail.com

temos o prazer de apresentar a terceira edição do ano. Trouxemos para o leitor o melhor da vida no campo, de Norte a Sul. Acompanhe-nos e conheça o setor que mais cresce no país. Nessa edição você encontra uma reportagem sobre uma fábrica de genética e o mercado de sêmen no balanço de 2015. Também trazemos os resultados da 82ª ExpoZebu e outras feiras agropecuárias importantes para o setor. Leia sobre as raças angus, senepol, caracu, além das tradicionais zebuínas. Conheça sobre a nova técnica de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) em blo-

expozebu, PÁGINA 108

cos, que multiplica a chance de prenhes do rebanho. Fizemos tudo com muito carinho para você, leitor, encontrar em nossas páginas toda informação que poderia querer, e muito mais. Delicie-se também com a reportagem sobre queijos artesanais, que mostra todo potencial do setor leiteiro. Saboreie, ainda, a editoria sobre carne, que traz um delicioso conteúdo sobre a proteína favorita dos brasileiros. Além disso, falamos também sobre os fiéis cães

CARNE em tudo

de pastoreio, que ajudam no rebanho. São mais de cem páginas com um conteúdo preparado com esmero e profissionalismo, pensando em quem importa para nós: nossos leitores e parceiros.

juventude para a pecuária,

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PECUÁRIA DE ONDE Municípios brasileiros que aparecem nessa edição

Guaramiranga (CE) Queijo artesanal

Porto Velho (RO) Tecnologia para maximizar fertilidade Uberaba (MG) Fábrica de genética

Araçoiaba da Serra (SP) Seleção de cachorros para pastoreio

destinos internacionais Bagé (RS)

Apatzingán (México) Greeley (EUA) La Dorada (Colômbia) Merida (Venezuela) Miami (EUA) Santo Domingo (República Dominicana) Tizimín (México)

Prova de desempenho para Angus

Água Boa (MT) Alexânia (GO) Alfenas (MG) Araçatuba (SP) Aracruz (ES) Avaré (SP) Barra do Garça (MT) Barretos (SP) Batatais (SP) Belo Horizonte (MG) Botucatu (SP) Brasilândia (MT) Brasília (DF) Cafelândia (SP) Caldas Novas (GO)

Campinas (SP) Campos de Cima da Serra (RS) Campos dos Goytacazes (RJ) Capitólio (MG) Catalão (GO) Dourados (MS) Esteio (RS) Feira de Santana (BA) Fortaleza (CE) Goiânia (GO) Guararapes (SP) Hulha Negra (RS) Indaiatuba (SP)

Ituiutaba (MG) João Pessoa (PB) Marília (SP) Morrinhos (GO) Naviraí (MS) Novo Horizonte (SP) Paracatu (MG) Pardinho (SP) Piracicaba (SP) Poconé (MT) Ponta Porã (MS) Porangaba (SP) Ribeirão Preto (SP) Rio Branco (AC) Rio de Janeiro (RJ)

Rio Preto (SP) Santa Maria da Serra (SP) Santo Antônio do Aracanguá (SP) São Carlos (SP) São João Del Rei (MG) São José dos Campos (SP) São Paulo (SP) São Sebastião do Paraíso (MG) Serro (MG) Sorocaba (SP) Três Lagoas (MS) Uberlândia (MG) Vargem Grande do Sul (MG) Vila Velha (ES)

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SUMร RIO raรงa

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Reality show da carne carne - pg. 82

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sempre na Pecuária Brasil 14 . Pecuária em Rede 20 . Pecuária Indica 22 . PORTEIRA ABERTA 30 . entrevista

Cães de pastoreiro zona rural - pg. 104

34 . CALENDÁRIO 36 . PECUÁRIA 360º 42 . SOCIAL 57 . RAÇA 81 . CARNE 95 . LEITE 103 . ZONA RURAL 113 . GENTE 124 . OPINIÃO 130 . PONTO DE VISTA 132 . ANDANÇAS

Fábrica de genética RAÇA - pg. 58

64 . Mangalarga 68 . angus 72 . expozebu 108 . desmame

Queijo artesanal leite - pg. 96

86 . saúde junho/julho 2016| #pecBR

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colaboradores TATIANE TETZNER

É médica-veterinária e parceira da Pecuária Brasil de longa data. Nessa edição colaborou com a idealização da capa e da reportagem Criadores

GUSTAVO MIGUEL

Diretor da revista, Gustavo comanda a equipe, organiza o financeiro e ainda é o fotógrafo oficial da Pecuária Brasil

RONA ABDALLA

Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, Rona assina a editoria Carne dessa edição

JADIR BISON

Fotógrafo oficial da ABCZ e colaborador desde o início, nessa edição Jadir produziu as fotos dos grandes campeões da ExpoZebu

ZZN PERES

Consagrado fotógrafo rural, Zezinho assinas as fotos da Exposição Nacional do Guzerá, do Perfil, entre outras mais

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leilao ajj

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pecuária em rede As melhores da @revistapecuariabrasil no Instagram

Linda capa! Parabéns! Fábio Fatori, via Facebook Belíssimo trabalho, parabéns! Victor Antunes, via Facebook Tudo perfeito, como sempre. Fernando Oliveira, via Facebook Cláudia, o bom da capa é que ela é a mais bonita que vi na sua revista. Ou seja, sua revista está crescendo! Siga assim amiga! Sempre melhor! Zzn Peres, via Facebook

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pecuรกria em rede Use a hashtag #pecBR e apareรงa aqui!

@ludimilawerneck_

@joaopaulocmendonca

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#pecbr

@gabrielpbelli

@roberta.calheiros

@neloremissassi

@arthurhenriquex


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@aguinaldoramos

@pnicolielo

@garrotepo

@nubiadocarmo

@agropecuariadiamantino

@agrovetbrasiloficial

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pecuária indica o que estou lendo

GUERREIROS NÃO NASCEM PRONTOS

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osé Luiz Tejon Megido, autor do best-seller O Voo do Cisne, acaba de lançar o livro Guerreiros Não Nascem Prontos. A obra fala de lutas e histórias inspiradoras de guerreiros como José Mindlin, fundador da Metal Leve; Shunji Nishimura, fundador da Jacto; Luiz Macedo, do Hospital Albert Einstein; e Carlinhos Brown, cantor e compositor, mostrando que o caminho para a realização não chega sem obstáculos. Também são mencionadas histórias como a de Mahatma Gandhi, Nelson Mandela, Madre Teresa e Steve Jobs. A proposta é despertar o guerreiro que existe em cada pessoa. O autor também é jornalista e publicitário, mestre em Arte e Cultura e doutorando em Ciências da Educação. Atua como conselheiro fiscal do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS) e diretor do núcleo de estudos de agronegócio da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

serviço Guerreiros Não Nascem Prontos Por José Luiz Tejon Megido Editora Gente 192 páginas R$ 29,90

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Tatiana Freitas é jornalista e consultora de comunicação da Alfapress

Para beber comemorando

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or ocasião da comemoração dos 60 anos de casamento de Raul e Nilva Randon, a família Rar Vinhos elaborou um novo produto: o Espumante Cuvée Nilva Brut Rosé. Produzido e engarrafado pela Vinícola Miolo, através do método tradicional de fermentação na garrafa (champenoise), o produto foi desenvolvido como uma homenagem do empresário à esposa. Envelhecido por 12 meses em caves subterrâneas, o espumante é um Brut resultante de um corte exclusivo de uvas 100% pinot noir, cultivadas a mil metros de altitude nos vinhedos de Campos de Cima da Serra (RS). Elegante, com aromas de frutas vermelhas, o espumante possui um leve toque mineral. Apresenta coloração rosada de média intensidade, perlage fina e constante. Refrescante e com acidez delicada, aliada à boa cremosidade, é excelente como aperitivo e harmoniza com comidas leves, saladas de folhas, frutos do mar, peixes, massas e pizzas.


Top Up Fosfosal Indicado para rebanhos de corte e leite, o suplemento multimineral injetável garante resultados rápidos e duradouros, prevenindo doenças e garantindo animais mais produtivos e resistentes R$ 157,50 (500 ml)

Tecnoblock Suplemento multinutricional em bloco específico para gado criado a pasto proporciona minerais, energia e proteínas, além de ser resistente a chuva, vento e sol. Vendido em blocos de 25 kg De R$27 a R$39

Os Menotti no Som Lançado pela Som Livre, o novo álbum de César Menotti & Fabiano traz um repertório de 13 faixas que legitima a força da dupla na cena musical sertaneja. Antes do lançamento, a canção “Tô mal” já estava entre as 50 músicas mais executadas nacionalmente R$ 22,90

nas prateleiras Os últimos catálogos de raças européias lançados para o selecionador

CRV Lagoa Publicação apresenta touros (Holandês, Holandês Vermelho, Jersey, Jersolando, Holandês Frisian e PardoSuíço) nacionais e importados organizados por objetivos de seleção e sistemas de produção.

ABS Mais de 100 touros Jersey e Holandês agora aparecem com mais dados, como de saúde para o período de transição e informações sobre as proteínas kappa e beta caseína.

Semex Traz dez touros avaliados por sua Diferença Esperada na Progênie (DEP) e Acurácia (ACC), também indicando a posição dos animais no ranking de suas categorias.

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porteira aberta Liberada exportação de genética para República Dominicana

A República Dominicana acaba de entrar para a lista de países com acordo com o Brasil para o comércio de genética bovina. O protocolo sanitário entre os dois países vinha sendo negociado há alguns anos e foi homologado esse mês pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Esalq comemora 115 anos

Instalada em um dos mais belos campi universitários do país, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/ Esalq) completou seus 115 anos em 3 de junho. Mais de um século cumprindo a missão de ensinar, formar cidadãos com capacidade de integrar conhecimento, divulgar tecnologia, fomentar novas técnicas, ser mais útil à sociedade, fazer avançar o horizonte do conhecimento humano colocando-o à disposição da sociedade.

Criador doa bezerras para crianças fãs do gir O criador de gir leiteiro Winston Drummnd presentou duas crianças apaixonadas pela raça. Lara acompanha as exposições e até puxa animal na pista para seleção, a Fazenda Quilombo. Ela e Luís Otávio, filho do funcionário da fazenda Fabrício, foram presenteados com 50% das cotas de duas bezerras do criatório.

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A história dos leilões

A Phibro Saúde Animal doou ao Museu do Zebu, do Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), cópia máster do vídeo “Leilões Rurais – Entre a Razão e a Emoção”. A obra conta com depoimentos históricos dos maiores leiloeiros rurais do Brasil, como Trajano Silva, Jarbas Knorr, Sergio Toledo Piza e Antonio Carlos Pinheiro Machado, que ajudam a contar a história do comércio de bovinos no país e a própria história da pecuária. O roteiro e a direção é do Grupo Publique.

China lidera ranking de exportações de carne bovina

As exportações brasileiras de carne bovina in natura apresentaram um crescimento no mês de maio e, pela primeira vez, a China ocupa o topo do ranking de países que mais compraram o produto nacional. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), somente na categoria de carne in natura, o Brasil exportou 100 mil toneladas, com faturamento de US$ 398 milhões.

CAR é prorrogado para pequenos produtores

Os pequenos produtores rurais terão mais um ano para se inscreverem no Cadastro Ambiental Rural (CAR). Com a medida provisória 724, publicada em 5 de maio, os proprietários rurais que possuem áreas de até quatro módulos fiscais terão até o dia 5 de maio de 2017 para fazer o CAR.


Crédito do Banco do Brasil ao Agronegócio bate recorde

A carteira apresenta um crescimento de 9,8% em relação a março/15. Destaque para a linha do Pronaf, que totalizou R$ 39,8 bilhões, com crescimento de 8,1% frente ao primeiro trimestre do ano passado e para o Programa ABC, que totalizou R$ 9,3 bilhões, com crescimento de 7,9% no mesmo período. Nos nove primeiros meses da Safra 2015/16, o BB desembolsou R$ 59,8 bilhões em operações de crédito rural, crescimento de 7,5% em relação ao mesmo período da safra 2014/15. Deste montante, R$ 42,1 bilhões foram para as operações de custeio, aumento de 37,5%.

Biosev supera prejuízo e tem alta

A Biosev S.A., segunda maior processadora de cana-de-açúcar do mundo, fechou o quarto trimestre da safra 2015/16 com lucro líquido de R$ 50 milhões, contra prejuízo de R$ 222 milhões em igual período da safra anterior. O resultado também marca o segundo trimestre consecutivo de lucro líquido, após ganho de R$ 163 milhões nos três meses até dezembro.

Peixe BR pleiteia atenção à piscicultura

A entidade representativa da cadeia produtiva da piscicultura no Brasil enviou ofício ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Blairo Maggi, solicitando a escolha de um profissional que conhece a atividade para a secretária de Pesca e Aquicultura. A Peixe BR representa 50% da produção nacional de peixes oriundos da piscicultura e 65% da produção brasileira de ração para peixes.

Índia quer zebu brasileiro

O Museu do Zebu Edilson Lamartine Mendes inaugurou, durante a ExpoZebu, a 33ª Mostra, intitulada “A Índia que eu vi”. Uma sala especial foi montada com peças e objetos de arte vindos especialmente da Índia. Na inauguração, Venugopal B, o indiano Gopal, já bem conhecido entre os brasileiros, recebeu uma homenagem das mãos do presidente da ABCZ, Cláudio Paranhos, pela busca de aproximação entre os dois povos. O prefeito de Uberaba apresentou aos indianos a proposta de Uberaba ter uma relação próxima com cidade indiana e ambas se tornarem cidades irmãs, o que já está sendo continuado entre os governos.

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porteira aberta Árabes compram mais carnes e grãos do Brasil

As exportações de grãos para os países árabes registraram uma alta expressiva, de 117,57%, em comparação com o mesmo período de 2015, atingindo UIS$ 338 milhões, o que representa 2,06 milhões de toneladas. A venda de carnes para os países árabes também aumentou 3,81% nos primeiros quatro meses do ano, seguindo tendência já verificada no mês passado após os primeiros embarques do produto para a Arábia Saudita, que suspendeu o embargo à carne brasileira no final do ano passado. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), compilados pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB).

Leite proteinado

A linha PRO da Itambé foi desenvolvida para adeptos do estilo de vida saudável, em busca de alimentos com alto teor de proteína. Poderá ser encontrada nas versões Leite UHT desnatado 1L (13g de proteína por 200ml), Leite UHT semidesnatado 1L (13g de proteína por 200ml), Bebida Láctea sabor chocolate 200ml (14g de proteína por unidade) e Bebida Láctea sabor baunilha 200ml (14g de proteína por unidade).

Cargill lança site exclusivo para corte

A Cargill Nutrição Animal lança neste mês um novo site:probeef.com.br. Fácil de navegar, o novo portal foi criado para facilitar a vida dos pecuaristas, que encontrarão conteúdos sobre a linha Probeef de suplementação a pasto: uma série de informações e programas nutricionais flexíveis que oferecerem aos produtores o próximo passo na estratégia da suplementação a pasto para maximizar a lucratividade do sistema produtivo.

Minas novamente campeã em desmatamento

O vaqueiro das estrelas

O criador de gir leiteiro e indubrasil José Henrique Fugazzola de Barros acaba de lanças o livro O Vaqueiro das Estrelas. Com muita espiritualidade e sintonia com o universo, a obra é a história e pensamento do pecuarista, apaixonado pela natureza. A narrativa passa da antiga Índia até o Brasil contemporâneo, e traz informações sobre as raças zebuínas leiteiras.

A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgam os novos dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, no período de 2014 a 2015. O estudo aponta desmatamento de 18,4 mil hectares (ha), ou 184 km², de remanescentes florestais nos 17 estados da Mata Atlântica no período de 2014 a 2015, um aumento de apenas 1% em relação ao período anterior (2013-2014), que registrou 18,2 mil ha. Já Minas, que vinha de dois anos de queda nos níveis de desmatamento, voltou a liderar, com decréscimo de 7,7 mil ha (alta de 37% na perda da floresta). A vice-liderança fica com a Bahia, com 3,9 mil ha desmatados, 14% a menos do que o período anterior. Já o Piauí, campeão de desmatamento entre 2013 e 2014, ocupa agora o terceiro lugar, após reduzir o desmatamento em 48%. Em 30 anos, monitoramento identificou quase dois milhões de hectares desmatados no país.

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Genus aumenta investimentos em genômica

O grupo britânico especializado em genética animal Genus, proprietário da ABS, anunciou aumento dos investimentos em pesquisas e desenvolvimento da genômica bovina. A estratégia visa trazer ganhos a longo prazo para a empresa e para o mercado.

Rio Rural encanta pesquisadora alemã

Em execução há quase dois anos, o Projeto Integração de Ecotecnologias e Serviços para o Desenvolvimento Rural Sustentável no Rio de Janeiro é uma cooperação entre o Programa Rio Rural e o Ministério Federal da Educação e Pesquisa da Alemanha para implantação de tecnologias na agricultura familiar. Neste primeiro semestre, sete estudiosos alemães estiveram no interior fluminense realizando pesquisas junto aos produtores de microbacias hidrográficas. Um dos trabalhos em andamento é o da cientista política Sara Kupka, mestranda em Gestão de Recursos Hídricos da Universidade de Ciências Aplicadas de Colônia, na Alemanha. A pesquisadora esteve em Italva (RJ) buscando compreender como a zona rural do município está se adaptando às mudanças climáticas e de que forma as políticas públicas estão influenciando esse processo, por meio do estímulo à agricultura sustentável.

Cavalos da raça Friesian são atração na ExpoZebu 2016

O Rancho Baloubet, um haras especializado na raça Friesian, levou pelo segundo ano consecutivo seus animais para a maior feira zebuína do mundo. Na feira, os equinos de origem holandesa foram vistos em caminhadas e demonstrações de habilidades pelo Parque Fernando Costa. O haras contou, também, com um estande para melhor receber os interessados em saber mais sobre essa raça.

Frigol inicia atuação na linha de industrializados congelados

O Frigorífico Frigol acaba de lançar no mercado o hambúrguer tradicional, feito com 100% de carne bovina. O novo produto é embalado individualmente em caixas com 36 unidades, e será comercializado tanto para food service quanto no varejo. A empresa está concentrando seus investimentos em linhas especiais e produtos industrializados onde é possível explorar a marca e trabalhar com melhor valor agregado.

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porteira aberta Assocon e ABCZ fecham acordo

A Associação Nacional dos Confinadores (Assocon) e a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) assinaram um Protocolo de Intenções com um objetivo nobre: contribuir para o aumento da produtividade da pecuária brasileira. Esse acordo envolve o apoio da ABCZ para potencializar as ações de mudanças da Assocon em sua estrutura, organização e propostas de atuação mais abrangente, com maior presença nacional, posicionamentos e gestão mais eficiente.

Exportações de carne atingem US$ 434 milhões

A indústria de carne bovina brasileira fechou o mês de abril com um faturamento de US$ 434 milhões nas exportações e mais de 112 mil toneladas embarcadas. Comparado com o mesmo período do ano passado, os números registram retração em 5% em faturamento e um incremento positivo de 2% em volume.

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PAINT e Senepol Soledade iniciam projeto de avaliação

Em abril foram iniciadas as primeiras avaliações de desmama dos animais da raça na CRV Lagoa, em parceria com o renomado criatório Senepol Soledade. O projeto está sendo desenvolvido com um rebanho de 600 matrizes em avaliação no Pará, onde estão submetidas ao sistema de pastejo. A primeira etapa foi concluída com a avaliação de desmama. Parte dos machos avaliados serão enviados para o Centro de Performance CRV Lagoa, onde continuarão o processo de avaliação, enquanto as fêmeas serão avaliadas na fazenda.


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entrevista

JOÃO MARTINS

DE ONDE VEM A FORÇA DA AGROPECUÁRIA? Se você já se alimentou hoje, agradeça ao produtor rural. É do campo que sai a nutrição basal do brasileiro, e quem alimenta o país sabe da força que tem. Seja qual for o cenário, o papel da agropecuária sempre foi de sustentação, e quem entende do assunto garante que, se ela continuar produzindo com eficiência, será assim pra sempre. NATÁLIA ESCOBAR

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divulgação

Colaboração Jorge Araújo

homem que comanda a maior entidade representativa do setor rural, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), é João Martins da Silva Júnior. Formado em Administração de Empresas, o presidente começou sua trajetória na agropecuária há mais de 50 anos. Essa história iniciou-se na geração anterior à dele, quando João Martins, o pai, abatia bois para abastecimento de Salvador, ainda na década de 1940. Nos anos de 1970, o filho firmou-se como produtor de leite na Fazenda Grande Vista, em Feira de Santana, interior da Bahia. Foi fundador e 1º tesoureiro da Central de Cooperativas de Leite da Bahia (CCLB) e presidente interino da Associação Baiana de Criadores (Abac). Na década de 1980, foi diretor e 1º vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (FAEB), entidade também hoje presidida por ele. João ainda é presidente e acionista da Agropecuária João Martins S/A e presidente do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-BA).

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entrevista

Pecuária Brasil . Qual sua rotina de trabalho à frente da CNA? Qual o maior desafio? João Martins . O trabalho consiste na busca permanente por soluções para os problemas que afetam o setor. O grande desafio é encontrar soluções adequadas à realidade do produtor e oferecer-lhe as ferramentas necessárias para que supere as dificuldades do dia-a-dia e melhore sua produtividade e renda. PB . Qual é o maior gargalo da agropecuária brasileira hoje? JM . O maior obstáculo enfrentado pela agropecuária brasileira, atualmente, está na ausência de um plano agrícola plurianual. Ao longo de décadas, os planos agrícolas e pecuários do país têm vigência por apenas um ano. Medidas de curto prazo dificultam decisões e fragilizam o setor produtivo. Também é necessário adequar o seguro agrícola à realizada da produção brasileira, para proporcionar maiores garantias aos produtores. PB . Nesse cenário, qual o papel da agropecuária brasileira? JM . O papel da agropecuária é continuar a produzir com eficiência,

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assegurando a estabilidade no abastecimento interno e garantindo alimentos com preços acessíveis à população. Outro ponto fundamental é a geração de excedentes de produção, que permite ao setor continuar contribuindo com o superávit da balança comercial brasileira. PB . Como você sonha ver o país daqui dez anos? JM . Um país com estabilidade política e econômica, que proporcione melhor qualidade de vida aos seus cidadãos, por meio do acesso à saúde e, principalmente, à educação. PB . Qual recado você daria para os produtores brasileiros, se pudesse trocar uma prosa com cada um deles? JM . Mesmo sendo a agropecuária o setor mais dinâmico da economia brasileira, não devemos e nem podemos deitar em berço esplêndido. O setor precisa buscar constantemente cada vez mais eficiência e qualidade para seus produtos. E, ao mesmo tempo, seguir produzindo alimentos a preços acessíveis. Não existe lugar para acomodação, mesmo com a evolução alcançada pelos produtores ao longo das últimas décadas.


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CALENDÁRIO BEEFEXPO 14 a 16 de junho São Paulo (SP) beefexpo.com.br

EXPOINEL VILA VELHA 4 a 9 de julho Vila Velha (ES) nelorecapixaba@yahoo.com.br

ITUVERAVA 19 a 25 de julho Ituverava (SP) nelorepaulista.com.br

39ª EXPO TRÊS LAGOAS 20 a 25 de junho Três Lagoas (MS) srtl.com.br

EXPO ARAÇATUBA 8 a 17 de julho Araçatuba (SP) expoaracatuba.com.br

EXPO DE CATALÃO 25 a 31 de julho Catalão (GO) sindicatoruraldecatalao.com.br

GLOBAL AGRIBUSINESS FÓRUM 4 e 5 de julho São Paulo (SP) globalagribusinessforum.com

EXPOGENÉTCIA 20 a 28 de agosto Uberaba (MG) abcz.org.br

MEGALEITE 21 a 26 de junho Belo Horizonte (MG) girolando.com.br/megaleite EXPOLESTE 22 a 26 de junho Barra do Garça (MT) srbg.com.br EXPOINEL ES 27 de junho a 2 de julho Aracruz (ES) nelorecapixaba@yahoo. com.br

AVARÉ 18 a 24 de junho Avaré (SP) neloreavare.com.br

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EXPOINEL RJ 11 a 17 de julho Campos dos Goytacazes (RJ) diretoria@tresbarras.com.br

EXPOINTER 27 de agosto a 4 de setembro Esteio (RS) expointer.rs.gov.br


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pecuária 360

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TRIO Bonsucesso

As expectativas para o 3ª Trio Bonsucesso foram superadas. A fazenda faturou quase R$ 3 milhões nesta edição. Mais de 300 pessoas participaram do evento, que ocorreu na sede do criatório, em Guararapes (SP). Nesses dois dias, o Trio Bonsucesso promoveu leilões de touros, matrizes e genética. A Central Leilões comandou o martelo dos pregões.

Seminário da ANCP

A 22ª edição do Seminário Nacional de Criadores e Pesquisadores, evento promovido pela Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores, reuniu cerca de 200 pessoas, entre produtores, pesquisadores, técnicos e profissionais da imprensa, no dia 13 de maio, em Ribeirão Preto (SP). O professor Raysildo Lôbo, presidente da ANCP, e Carlos Viacava, vice -presidente e titular da marca CV, abriram o evento. Ao final, foi lançado o Sumário de Touros de maio de 2016, com avaliações dos animais das raças nelore, guzerá, brahman e tabapuã. A publicação estará disponível para consulta em breve no site da ANCP.

Tabapuã goiano

Em 13 de maio, a Associação Goiana de Tabapuã (AGT) reuniu a produção de pecuaristas locais em seu 22º Leilão, realizado na capital do Estado, Goiânia, durante a 71ª Expo Agropec. Foram vendidos 23 lotes à média geral de R$ 11,5 mil, resultando na fatura de R$ 265,4 mil.

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Feira de Miami

Em busca de novos mercados, a Beckhauser, fabricantes de troncos de contenção e balanças, marcou presença na edição 2016 da feira Miami International Agriculture and Cattle Show, realizada de 15 a 17 de abril na cidade Miami, nos Estados Unidos. A empresa brasileira foi representada pelo zootecnista e gerente de produtos Guilherme Zóia Miltenburg, que viajou por meio da parceria com o Brazilian Cattle, projeto que a Beckhauser integra. Além da participação na feira, Miltenburg também esteve numa visita técnica ao frigorífico da JBS, em Greeley, no Colorado, com a proposta de verificar os índices de produtividade da unidade aliados ao bem-estar animal. Já a visita ao confinamento Five Rivers teve foco em comparar os manejos de alta intensidade feitos pelos produtores norte americanos, com os manejos de alta intensidade realizados no Brasil.

Dia de Campo em Marília brinda senepol

Um dia especial para falar unicamente sobre o taurino adaptado que está revolucionando a pecuária extensiva, o senepol. Assim foi o encontro realizado pela Nova Vida em sua nova central na cidade de Marília (SP), que contou com a presença de 100 pecuaristas, a maioria do interior de São Paulo, mas também de Minas Gerais, Paraná e até de Goiás. Um shopping de tourinhos e bezerras PO a céu aberto brindou o evento e trouxe gente nova para a raça.

SIAL China

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) visitou a maior feira do setor agropecuário na China: SIAL China, que aconteceu de 5 a 7 de maio. A entidade participou com 14 empresas associadas: Astra, Barra Mansa, Cooperfrigu, Estrela, Frialto, Frigol, Frisa, Iguatemi, JBS, Mafripar, Marfrig, Mataboi, Minerva e Plena em um espaço de 344 m2. Durante os três dias de evento os brasileiros serviram churrasco à vontade para os visitantes degustarem. A feira conta com mais de 2,7 mil expositores e recebeu mais de 61 mil visitantes.

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pecuária 360

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Agrishow 2016

A 23ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola obteve um resultado positivo com a realização de negócios da ordem de R$ 1,95 bilhão, superando o valor da edição anterior, que foi de R$ 1,9 bilhão. A próxima edição da Agrishow será promovida de 24 a 28 de abril de 2017.

Mesa da SRB debate novos caminhos para o zebu

Os desafios e os novos caminhos para o zebu no Brasil foram discutidos em uma mesa redonda promovida pela Sociedade Rural Brasileira (SRB) em abril. O evento foi realizado no Salão Nobre da Entidade, contou com a participação de 60 pessoas, entre pecuaristas, técnicos, estudantes e profissionais da imprensa.

Em Brasília

Bahia Farm Show

A 12ª edição da feira movimentou mais de R$1 bilhão em negócios. Os setores que mais se destacaram foram os de irrigação, automóveis, fertilizantes, sementes e agropecuária. O evento se mantém entre os três maiores e mais lucrativos eventos de tecnologia agrícola do Brasil.

Tecnoleite 2016

O evento para fomentar a produção de leite aconteceu na região de Morrinhos (GO). Realizado pela Cooperativa Mista dos Produtores de Leite de Morrinhos (Complem), reuniu produtores e profissionais do setor para debater sobre o mercado de leite, os desafios e as soluções que cooperem para o desenvolvimento da atividade.

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A AgroBrasília é um evento de negócios agropecuários que apresenta inovações tecnológicas para os diferentes segmentos do agronegócio. Realizada entre os dias 10 e 14 de maio, a feira internacional dos cerrados é promovida pela Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF). Aproximadamente 400 expositores apresentaram suas tecnologias para um público estimado em 100 mil visitantes.


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pecuária 360

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Remate Genética de Campeões

O evento ofertou 40 lotes da raça crioulo de 12 cabanhas do Brasil e do Chile em leilão no Parque de Exposições Assis Brasil. Foi a 14ª edição do Remate Genética de Campeões, realizado em 21 de maio, no Tatersal do Cavalo Crioulo. O evento, comandado pelo leiloeiro Fábio Crespo, da Parceria Leilões, contou com transmissão ao vivo do Canal Rural e alcançou média de R$ 19 mil por animal, faturando mais R$ 700 mil.

Franca

O total de 178 animais inscritos (143 fêmeas e 35 machos) garantiram para exposição de Franca o título de maior exposição brasileira ranqueada pela Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGil). O evento foi promovido entre os dias 20 e 21 de maio, tendo Adriano Vaz como jurado na pista, que contou com a participação de 25 expositores.

Expoingá

A 44ª Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Maringá e 21ª Internacional, realizada de 5 a 15 de maio reuniu diversos serviços e produtos de variadas áreas e segmentos econômicos. Ao todo mais de mil expositores demonstraram seus produtos e marcas para o público que visitou a edição deste ano. As vendas demonstram números positivos. O estande da Zacarias, por exemplo, é uma revendedora de carros da marca Chevrolet que vendeu mais de 70 veículos.

Leilão Progênies vende mais de oito mil animais

Promovido pela Clivar Reprodução Bovina, o evento atraiu compradores de cinco estados em sua quarta edição. Foram movimentados mais de R$ 10,2 milhões.

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social

Adriano, Toninho e Mika

Paulo Emílio e Marlise

Helena, Maria Victória e Thereza

Geraldo, Tony e Eros

Celso Mendonça e sua netinha 44

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Toninho e Jane


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social

Amanda, Felipe, Francisco, Paulo, Jéssica, JC, Rafael e André Dinho e João Gabriel

Edson, Edvania, Marjorie, Priscila e Celso

Carol e Kátia

Sumara e Mozart

Juliana e João

Pankowski, Hélcio e Dindo 46

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Sofia, Beatriz, Mariana, Pilar e Paula


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social

João Gabriel, Dalila e Dr Botelho

Maria Beatriz e Gabriel

Paulo, Paulo Garcia, Cláudia, Carlos e Ricardo

Vanessa, Simone e Quintiliano

Porto, Mário e Evandro

Udelson, Edma, Regina e Manoel 48

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Betina, Monise, Rose e Hélio


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social

Adriano, Mineiro, Paulo, Rose, Marcelo e Fábio

Ricardo e Vanessa

Francisco e Pipa

Alexandre, Neto, Jhonatan, Paulo, João Thomazini, Eduardo e Matheus

Henrique, Paulo , Antônio , Ricardo, Donoizete e Cristiano

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Pedro, Danielle e Mariana

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Ana, Nelclair, Joice e Murilo

Arthuri, Paulo, Rafael, Jessica, Arthur, Vilma e Heloísa


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social

Equipe In Vitro Brasil

José Luiz , Isabella e Milton

Ilmara, José Vasconcelos e Desire

Fernanda, Nathalia, Guilherme e Eduardo

Edir, Elza, Carol, Andrea, Edson, Gabriel, Beth e Roberto Lourenço, Guillermo e João Gabriel

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Neto, João da Loia, João Neto e Paulo

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Ricardo, Neiva, Gilmar e Fabio Melo


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social

Bony, Danielle, Miguel, Kelly, Marilda, Júlia e Júnior

Brunno, João Gabriel e Marianne

Pellegrino, JFaria, Delsique e Ronaldo

Aciole e Zenilda Eduardo, Rosangela e Maria

Mariana e Camila 54

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Marcelo, Murilo e João Marcos


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social

Adaldio, Monastério e Juan Carlos Rafael e Murilo

André, Rafael, Rodrigo e Luciana

Niltinho e Marcus

Graciela, Isabela, Thiago e Antônio

Dorival e Diogo 56

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Rubenildo, Rodrigo, César, Amado, Otacilio, José Alberto, Henrique, José Francisco, Carlos, Juan e Fugazzola


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#pecBR

raça

SELEÇÃO . GENÉTICA . CRIAÇÃO . LEILÕES

Mangalarga de trotada em trotada, a raça cresce no país GENÉTICA

FÁBRICA DE SÊMEN

SENEPOL

A TODA PROVA

ANGUS

AVALIADO PELA EMBRAPA junho/julho 2016| #pecBR

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RAÇA

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Para evoluir geneticamente, o rebanho brasileiro tem que ter gente pesquisando e gente produzindo

Fábrica de

genética NATÁLIA ESCOBAR

DIVULGAÇÃO

Colaboração: Wagner Indaiá e Grupo Publique

n

o último maio a pecuária brasileira perdeu um de seus melhores raçadores: o touro Funcionário de Naviraí, uma máquina viva de produção de sêmen. Ele sozinho produziu mais de 240 mil doses, gerando um faturamento superior a seis milhões de reais. Aos nove anos, ele que já foi um dos touros mais valorizados da raça nelore, teve mais de 20 mil crias avaliadas pelos sumá-

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RAÇA

rios mais conceituados do país. O exemplar é cria da Chácara Naviraí, a seleção de Uberaba (MG) que conquistou o país com seu material genético. São mais de 20 anos de estação de monta, dois milhões de doses de sêmen comercializadas, 40 touros com material disponível em centrais e mais de 1,8 mil fêmeas em reprodução. Cerca de 6% de todo sêmen nelore comercializado no país é de touros de lá. Por ano, a Naviraí comercializa mais de 200 mil doses, com expectativa de incremento de 20% em 2016. São mais de 1,5 mil clientes e 600 touros vendidos por ano. O plantel é inseminado artificialmente desde a década de 1970, mas o trabalho de seleção começou muito antes. A marca Naviraí é a concretização de 50 anos de sonho e trabalho iniciados por Cláudio Sabino Carvalho, um apaixonado desbravador do zebu. Hoje os trabalhos são comandados pelo seu filho, Cláudio Sabino Carvalho Filho. Ele afirma que o nível de excelência buscado sempre foi alto, assim como a pressão de seleção aplicada ao rebanho. “O nosso modelo de produção de touro de central começa no acasalamento dirigido. Temos o ‘Índice Naviraí’, no qual ponderamos as características que devemos imprimir mais em determinada situação. Depois é feito o acasalamento visual, analisando o fenótipo da vaca para escolha do touro. Em seguida, dividimos os animais em grupos contemporâneos robustos. Os dados de pesagem, medidas e a ultrassonografia de carcaça são enviados para o nosso geneticista, que faz uma pré-avaliação ajustando as medidas para efeitos

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ambientais”, explica Cláudio Filho. Aos 15 meses, com todas as etapas cumpridas, os touros candidatos à central são pré-identificados. Os requisitos não são poucos: o animal tem que ser bom no biótipo Naviraí, classificado como 3P: bom de pasto, prova e pista. “Quando colocamos nossa genética no mercado, tentamos errar o mínimo possível. A cada safra produzimos cerca de 500 touros, e, deste total, apenas dois ou três chegam às centrais”, continua o selecionador, que há 20 anos mora na fazenda para se dedicar de perto ao trabalho.

Cláudio Sabino Filho comanda a produção de 200 mil doses de sêmen por ano

Mercado de sêmen As vendas de sêmen na pecuária brasileira cresceram 4,7% em 2015, em relação ao ano anterior. Juntos, os segmentos de corte e leite comercializaram mais de 12,6 milhões de doses. Os números foram divulgados pela Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). O resultado positivo foi puxado pelo segmento de corte, que absorveu 8,2 milhões de doses, ante sete milhões em 2014, uma evolução de 16,26%. “A valorização do preço da arroba durante todo o ano passado possibilitou ao produtor investir no melhoramento animal através da Inseminação Artificial, o que contribuiu para o desempenho positivo do setor”, explica Carlos Vivacqua Carneiro da Luz, presidente da entidade. Pela primeira vez, o Index Asbia apresenta os números da Inseminação Artificial por estado, com base no volume comercializado. Segundo o levantamento, 10,3% do rebanho total de fêmeas em reprodução foram inseminadas, sendo 12,5% de leite e 9,5% de corte. Santa Catarina aparece em primeiro lugar no ranking de utilização de sêmen, com 24,8%, seguido por Paraná (19,1%), Rio Grande do Sul (18%), Mato Grosso do Sul (15,1%) e São Paulo (12,1%). Embora Santa Catarina tenha o menor rebanho de fêmeas em reprodução, é o que apresenta o mais alto nível de tecnologia entre os cinco estados. Vale destacar, em 2015, o aquecimento dos negócios no mercado externo, principalmente no setor de corte, que registrou um aumento bastante expressivo: 54,9%. No período, as exportações de sêmen de corte totalizaram 103,7 mil doses, ante 66,9 mil na temporada anterior. As vendas também evoluíram no leite, com 118 mil doses comercializadas, ante 112 mil, um incremento de 5,4% na mesma comparação.

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raça

Senepol de peso ABCB Senepol divulga resultados da segunda prova de Eficiência Alimentar da raça, realizada na Vitrine Tecnológica da Fazenda Capim Branco, em Uberlândia (MG) NATÁLIA ESCOBAR

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eficiência alimentar é medida pelo coeficiente entre a quantidade de comida ingerida por um animal e o peso ganho por período. Ou seja: é a capacidade do boi de transformar capim em carne. Quão mais eficiente, mais o rebanho engorda comendo pouco, o que é traduzido em lucro para o produtor. Essa característica é uma das que chamam mais atenção na raça senepol: seu alto potencial de conversão alimentar. Para confirmar essa afirmação, a Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol) em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais, promoveu a segunda edição da Prova de Eficiência Alimentar de Touros Senepol. A prova começou em 28 de janeiro e foi finalizada em 28 de abril de 2016. Foram 25 exemplares de 12 criatórios dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás. A alimentação foi suplementada, em uma proporção de 60% de volumoso (silagem de milho) e 40% de concentrado. O ganho médio diário em 71 dias de avaliação foi de 1,83 kg por animal, sendo a maior média de 2,4 kg e a menor 1,7 kg/animal/dia. O touro destaque foi o Ilha 0025, de Alberto Zerlotini, do criatório Senepol da Ilha, de São João Del Rei (MG), animal que traz na linha alta

o GST SOL 30 ET (filho de CH Profit 10J), com ganho médio diário de 1,88 kg. O segundo colocado foi o Goud 0572, filho de Maué da Soledade (2,15 kg/dia); e ocupando o terceiro lugar o Goud 0566 (1,68 kg/ dia), ambos do criador Gilmar Goudard, da Estância Goudard, em Uberlândia (MG). “A prova foi um sucesso, gerando informações fenotípicas e técnicas importantes para a raça. Isso nos mostrou o potencial do senepol, o que nos faz saber mais, aprimorar o trabalho e intensificar as avaliações”, conta a professora coordenadora da prova, doutora Carina Ubirajara. O presidente do Conselho Deliberativo Técnico da ABCB Senepol, Pedro Crosara Gustin afirma que a eficiência alimentar é um item extremamente relevante tecnicamente porque mostra o individuo real. “A prova avalia o indivíduo e dá uma referência ao criador do seu trabalho de melhoramento genético, pois possibilita avaliar os filhos dos raçadores e das doadoras”. Tecnologia A tecnologia canadense Grow Safe é um dos diferenciais da prova, aferindo, de maneira precisa, o Consumo Alimentar Residual (CAR) e o Ganho em Peso de cada animal. A partir disso, é possível identificar os indivíduos com maior eficiência alimentar. E não basta apenas ganhar peso: o animal precisa transformar o que come em carne de qualidade, em rendimento de cortes nobres, características que são identificadas através da ultrassonografia de carcaça, da mensuração da área de olho de lombo (AOL), acabamento e marmoreio. O perímetro escrotal também é avaliado, para considerar a fertilidade dos touros.

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RAÇA

trotada do A mangalarga De origens europeias, o cavalo conhecido como mangalarga paulista é um dos mais criados no país, e a tropa está crescendo NATÁLIA ESCOBAR

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Arquivo Pessoal


orte e refinado, o cavalo mangalarga é reconhecido pela sua marcha trotada e andar imponente. Também conhecida como mangalarga paulista, a raça possui bom desempenho em outros andamentos, como o galope, e destaca-se pela docilidade, resistência e agilidade, qualidades que a tornam ideal para os trabalhos no campo, para as práticas esportivas e lazer. Originado de raças europeias trazidas pelos portugueses, o mangalarga teve seu primeiro registro genealógico em 1934, com a fundação da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), sediada em São Paulo (SP). Hoje, são 3,6 mil criadores associados e 245 mil animais registrados. Desde 2013, a entidade vem registrando crescimento constante de 10% ao ano. De 2014 para 2015, foram 12,5% mais expositores nos eventos, que são de três a quatro por mês com a chancela da ABCCRM. “O mercado que mais cresce é o de esporte e lazer, representando 25% do total e crescendo, enquanto o número de cavalos usados para trabalho vem diminuindo. O perfil de criação mudou, acompanhando a tendência da sociedade de sair do rural e ira para o urbano. Temos muitos criadores empresários, profissionais liberais, que criam para o lazer do final de semana”, conta Eduardo França, vice-presidente de marketing da entidade e também selecionador da raça no Haras F1. Em 2014, a associação começou um trabalho de pesquisa com o doutor em Ciência Animal Alessandro Moreira Procópio, sócio-diretor da Aequitas, empresa especializada em análise biomecânica computadorizada de equídeos. Através de tecnologia refinada, a marcha da raça foi estudada para atualização Faceira NLB, a égua favorita do criador Cassiano, é Tri Grande Campeã de Macha

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RAÇA e definição do padrão. “Com esse estudo, percebemos que o mangalarga está bem de acordo com nossas intenções”, afirma Eduardo. Paixão e negócios Apaixonado por cavalos desde a infância, o criador de nelore Cassiano Terra Simão sempre teve éguas mangalarga para passeio. A beleza, confiança e conforto de monta foram as características que fizeram o criador apostar economicamente na criação da raça e iniciar seu trabalho de seleção. Com estrutura e profissionais especializados, o Haras Cass, localizado em São José dos Campos, interior de São Paulo, vem se tornando referência na criação de cavalos mangalarga. Sob orientação do técnico Thomas Nogueira Negrão D’Angiei, a seleção começou em 2012. Hoje, são 160 cabeças e vários prêmios. Quando vai passear, Cassiano escolhe sua favorita: a égua Faceira, que já ganhou três carros e uma moto em premiações nos campeonatos que participou, sendo atualmente Tri Grande Campeã de Marcha. Porém, os destaques da tropa ficam para os ícones da raça, como as éguas Típica do Otnacer (Campeã Nacional Égua), Diva da Pira-

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tininga, Carioca ACF (Grande Campeã Potra) e Italiana da Malagueta. Na fazenda também mora Ferragamo da Piratininga, atual campeão da raça, que foi adquirido da seleção de Luizinho Andrade aos sete meses e, hoje, aos quatro anos, já produziu R$ 350 mil em cobertura. “O mangalarga é apaixonante pelas suas características principais de ser um cavalo bom de sela e muito bonito, além de dócil e forte. É muito bom poder trabalhar com o que sou apaixonado desde criança e, como resultado, ser reconhecido através das nossas premiações”, conta Cassiano. Criador de nelore, Cassiano Terra Simão fez da sua paixão por cavalos um empreendimento


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RAÇA

Em parceira com a Associação Brasileira de Angus (ABA), a Embrapa promoveu a Prova de Avaliação a Campo com a raça famosa pela qualidade da carne. Foram 19 touros jovens Angus avaliados durante dez meses em Bagé (RS), e o resultado surpreendeu NATÁLIA ESCOBAR

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destaque desta edição foi o touro da Fazenda Pé da Serra, de Hulha Negra (RS), que levou o primeiro lugar, seguida dos touros da Fazenda da Barragem, de Dom Pedrito (RS), que ganharam as outras duas melhores colocações. O ganho médio diário de peso dos animais que participaram foi de 1,121 kg, com peso médio aos 550 dias de vida de 524,5 kg. “Os animais foram pesados a cada 28 dias, receberam apenas sal mineral e alimentação a pasto, por isso consideramos um desempenho muito bom, especialmente pelo fato de que o manejo é feito a campo, em que os animais estão sujeitos a mudanças de temperatura e clima”, explica o coordenador da prova, Roberto Collares, da Embrapa. No final da prova os animais são classificados por meio de um índice, o índice de classificação final (ICF), que avalia quesitos como ganho de peso diário, o ganho de peso total, morfologia, área de olho de lombo, gordura subcutânea, área escrotal entre outros. Os três melhores índices são classificados como touros “elite”, seguidos dos touros “superiores” e por fim, os “comerciais”, de menor qualidade. Para o coordenador da prova, esta foi uma das melhores edições realizadas até hoje, devido à excelente qualidade dos animais participantes. “As propriedades, juntamente com a associação da raça, encaminharam para a prova animais bem parelhos, o que deixou a avaliação mais competitiva”, afirma Roberto. O presidente da ABA, José Roberto Pires Weber, frisou a importância de atestar touros jovens de excelente qualidade genética e disseminá-la. “Queremos ampliar os resultados deste projeto para oferecer uma remuneração melhor ao produtor e uma carne de excelência para o mercado consumidor”, assegura.

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Genética movimenta

ExpoZebu

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Mais de 1,5 mil exemplares das raças zebuínas desfilaram pelo Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), movimentando quase R$ 35 milhões

NATÁLIA ESCOBAR

a

Cláudia Monteiro, Gustavo Miguel e Divulgação

Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) promoveu mais uma edição de sucesso da ExpoZebu, que esse ano teve como tema “Genética Capaz de Mudar”. A feira realizada em maio contou com uma série de eventos simultâneos. Além dos julgamentos de animais, foram realizados concursos leiteiros, julgamentos a campo, reuniões, exposições e painéis de debates, entre outras atrações. No total, o evento recebeu quase 161 mil visitantes, dos quais 452 vindos de 30 diferentes países, representando um aumento de 23% no número de visitantes internacionais, em relação ao último ano. Além disso, os julgamentos foram acompanhados ao vivo pela internet por quase nove mil internautas de países como: Brasil, México, Venezuela, Colômbia, Estados Unidos, Bolívia, Costa Rica, Guatemala, Índia, Equador, Paraguai, Bélgica, Inglaterra, Paquistão, Tailândia, Argentina, República Dominicana, Emirados Árabes, França, Itália, Moçambique, Peru, Romênia, Singapura e El Salvador. Nos leilões, a movimentação total foi de R$ 34,8 milhões em 24 remates. O montante foi menor que o de 2015 (R$ 46 milhões em 34 leilões), porém, a valorização média por animal subiu 11% em relação ao último ano, ficando em $ 34,4 mil.

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“Foi um resultado excelente. A ExpoZebu comprovou, mais uma vez, a força da pecuária zebuína de corte e leite. Recebemos um público especializado, que vive da atividade. Os negócios em leilões e das empresas de insumos, produtos e serviços comprovam o bom momento da pecuária”, assinalou Luiz Claudio Paranhos, presidente da ABCZ. Vitrine da proteína O chefe gaúcho Marcelo Bolinha, ao lado da chef Manoela Lebron, comandou a Vitrine da Carne na 82ª ExpoZebu, uma iniciativa para valorizar cortes da carne zebuína. O objetivo foi conectar todos os elos da cadeia da carne bovina: do pasto ao prato. Esse mesmo conceito valeu para a Vitrine do Leite, novidade da ExpoZebu em 2016, que mostrou as características do leite de qualidade. “Com essa iniciativa chegamos ao consumidor final, aquele que efetivamente precisa ser impactado”, ressalta Juan Lebron, superintendente comercial e de marketing ABCZ. Julgamento a Campo Outra novidade dessa edição foi o julgamento que premiou os melhores animais de desempenho a campo. Foram 20 trios avaliados no Pavilhão Multiuso pelo téc-

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nico Fábio Eduardo Ferreira. Os criadores trouxeram lotes brahman, sindi, guzerá, nelore e tabapuã de rebanhos de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. Os trios concorreram nas categorias Bezerro e Bezerra (de 8 até 12 meses), Macho de Sobreano e Fêmea de Sobreano (mais de 12 até 16 meses), Garrote e Novilha (mais de 16 até 22 meses) e Tourinho e Fêmea Jovem (mais de 22 até 27 meses). O nelore teve quatro expositores de dois estados. O melhor animal na categoria Novilha foi York 3254, propriedade do criador York Corrêa. Também foi dele o melhor animal na categoria Garrote, o tourinho York 3121. Na categoria Macho de Sobreano, o melhor animal veio da criadora Márcia Rute Esteves Peixoto: Orogum FIV da JAR. Por final, na categoria Bezerro o vencedor foi a empresa Itararé, com o animal Lensenada FIV da 3R. Na raça brahman, apenas a Agropecuária Leopoldino, da Fazenda Canaã, se inscreveu. A única categoria julgada foi Novilha, e o melhor animal foi Grandeza da Canaã. O sindi também só teve um representante: Fernando Cecílio Vale, que teve seu trio da categoria Fêmea de Sobreano julgado, e recebeu a premiação para o animal Capela FIV da Vale. O tabapuã teve quatro trios avaliados em três categorias. Na categoria Novilha o vencedor foi um animal da Agropecuária Capeba, propriedade de Ronaldo Lage. Ele também teve o animal mais bem avaliado na categoria Garrote: Abusado da Capeba. Já o melhor animal da categoria Tourinho foi CZT Dinutri FIV, propriedade de Carlos Otto Laure. O guzerá foi julgado em quatro categorias. O melhor animal Bezerra foi Tirika II S, da Seleção Guzerá Agropecuária, que também teve o melhor animal na categoria Bezerro (Tapajós S). Já o criador Adriano Varela Galvão levou o título de melhores animais nas catego-

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RAÇA rias Fêmea de Sobreano (Dacota da Capital) e categoria Novilha (Destinada da Capital). Brahman Além da vasta programação em comum, cada raça protagonizou suas próprias atividades. Na raça brahman, além do show em pista, a Associação dos Criadores de Brahman do Brasil realizou a cerimônia de entrega da Comenda Dr. José Amauri Dimarzio, que homenageou os profissionais que contribuíram para o fomento da raça no Brasil. Entre os homenageados estava Cláudia Helena Monteiro, diretora da Revista Pecuária Brasil, grande incentivadora e divulgadora do brahman. Indubrasil A Associação Brasileira dos Criadores de Indubrasil (ABCI) realizou o Seminário Internacional da Raça Indubrasil. A programação contemplou vários temas atuais que são inerentes ao mercado de genética, aos trabalhos de seleção voltados aos segmentos de produção de carne e de leite e à multiplicação do rebanho nacional. As palestras, debates e mesas-redondas envolveram especialistas do Brasil e do exterior. Entre eles, o superintendente Técnico da ABCZ, Luiz Antônio Josahkian, o técnico da entidade Roberto Winkler, o diretor acadêmico da FAZU, Carlos Henrique Cavallari Machado e o especialista mexicano Don Sérgio Lucio. A mesa redonda ganhou ainda as presenças do escritor Rinaldo dos Santos e dos criadores José Henrique Fugazzola Barros. Guzerá O guzerá deu show na pista na categoria tradicional e também leiteira. Além disso, pela primeira vez, exemplares guzolando (cruzamento leiteiro de guzerá

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com holandês) entraram na pista da ExpoZebu. A apresentação técnica das fêmeas Guzolando foi conduzida pelo jurado e técnico da ABCZ, Alisson Sampaio. Ele abordou as características raciais do cruzamento e seu grande potencial produtivo. Os animais apresentados na pista também concorreram no 1º Concurso Leiteiro de Guzolando na ExpoZebu. Sindi A Associação Brasileira dos Criadores de Sindi (ABCSindi) promoveu o 1º Fórum Nacional da Raça Sindi. O evento aconteceu no auditório do Museu do Zebu, com objetivo de debater questões relacionadas aos processos de seleção da raça e produzir um documento para os associados da entidade. Tabapuã Além dos quase 150 animais avaliados em pista, o tabapuã também chamou a atenção dos visitantes através da arte. O artista plástico argentino José Acuña expos suas obras na sede da Associação Brasileira dos Criadores de Tabapuã (ABCT), encantando aos presentes ao retratar a raça. Com obras espalhadas no mundo todo, José trabalha técnicas de aquarela, acrílico e óleo sobre tela. Formado em Belas Artes, ele já expôs nas maiores exposições do meio rural em todo o Mercosul, retratando nas telas os campeões das diferentes raças de bovinos e cavalos. Durante o Leilão Peso Pesado Tabapuã as obras foram leiloadas.

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carne

PRODUÇÃO . MERCADO . ARROBA

Carne em tudo de reality show a literatura, a favorita do país está em todas

PESO PESADO

SAÚDE NA MESA

INDUBRASIL BATE RECORDE

CARNE FAZ BEM? junho/julho 2016| #pecBR

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carne

Carne em tudo

A estrela da mesa dos brasileiros, argentinos, australianos e outros povos é também tema de eventos, filmes, realities shows e livros

RONA ABDALLA

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DIVULGAÇÃO

lém de estar presente na mesa do brasileiro e na contribuição da economia nacional, a protagonista das churrascarias é também a atração principal de um reality show saboroso. Em fevereiro desse ano, um grupo de 12 pessoas vestiu o avental de churrasqueiro e disputou o prêmio de uma tonelada de produtos de marcas frigorificas reconhecida no mercado e um ano de compras em um famoso supermercado. O BBQ Brasil – Churrasco na Brasa durou 14 semanas e os competidores enfrentaram desafios de dar água na boca, enaltecendo a qualidade e sabor da carne. A atração transmitida pelo SBT é uma versão do BBQ Champ, veículado pelo canal britânico ITV. O

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Conhecido pelo excelente ganho de peso, o montana também agrega fertilidade, uniformidade de carcaça e rusticidade aos cruzamentos industrias NATÁLIA ESCOBAR

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ezerros mais pesados, desmamando com até 320 kg em regime de pasto. Na recria, animais precoces, que podem chegar ao abate aos 18 meses (terminados em confinamento), ou antes dos 24 meses a pasto. As novilhas chegam de 75 a 80% de prenhez, quando expostas à monta natural com touros de 14 a 16 meses. Dessas, mais de 75% emprenham primíparas (primeira gestação), mostrando enorme potencial materno. Esse é o bovino composto montana. Desenvolvido especialmente para os trópicos, o composto surgiu depois de estudos no Clay Center, importante centro de pesquisas, localizado em Nebraska, nos Estados

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Isabela Dellal: aos 33 anos, a vencedora do programa sabe o que faz

Livro de Wilma Araújo e Nancy di Pilla Montebelo fala sobre os benefícios da carne. 324 páginas, disponível na Editora Senac. R$65

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Brasil foi o primeiro país da América Latina a produzir uma versão do reality. A emissora apostou na paixão do brasileiro por churrasco e também na existência de amadores que se consideravam especialistas no assunto. Durante toda a edição do programa apresentado pela jornalista Ticiane Villas Boas, os participantes desenvolveram pratos diversos utilizando a carne como ingrediente especial. A cada edição um desafio era proposto aos competidores que eram julgados pelo chef Carlos Bertolazzi e pelo mestre churrasqueiro Rogério Debetti. Os especialistas em carne entraram em ação com o objetivo de encontrar o melhor churrasqueiro amador do país. Quem levou os prêmios e o troféu do 1º reality show de churrasco da TV brasileira foi Isabela Dellal. Aos 33 anos, a vencedora sabe o que faz. Além de trabalhar como nutricionista com prática em gastronomia, carrega em seu currículo dois cursos na mais tradicional escola de gastronomia do mundo, a Le Cordon Bleu, de Londres. “Eu sempre gostei de comer muito. Eu amo churrasco! Um dia alguém falou ‘Vai ter o reality de churrasco, porque você não participa?’, ai eu falei, vamos! Pra me divertir. Acredito que o segredo de um bom churrasco é gostar do que está fazendo, e ter foco, ficar de olho na carne”, revelou Isabela em recente entrevista. Literatura Mas nem só de churrasqueira e TV vivem os apaixonados por carne. É fácil encontrar nas prateleiras das livrarias de todo o país, livros que trazem a carne como tema principal. Um dos mais conceituados é a obra Carne & Cia, produzido pela nutricionista e professora aposentada do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília, Nancy di Pilla Montebelo e pela doutora em tecnologia de alimentos e professora do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília, Wilma Araújo. No livro, lançado em 2006, as autoras distinguem os diversos tipos de carnes, as características, tipos de cortes e formas de consumo. Apresentam os parâmetros que definem a qualidade desse produto e tratam de aspectos ligados à conservação e seu impacto na saúde do consumidor. Na terra da churrascaria, as autoras acreditam que o consumo de carne no país só não é maior por conta do alto valor do produto, e também por fatores pessoais. “Pessoas deixam de consumir carnes, em geral, por serem contrárias ao abate de animais; outras temem produtos tóxicos advindos das carnes vermelhas. Entre-


tanto, um consumo moderado de carnes é importante”, constatam. As professoras alertam sobre a qualidade do produto. É preciso ficar de olho às características para saber se a carne está boa para o consumo. “Por ser a carne importante fonte de nutrientes, ela propicia a rápida deterioração do produto, bem como a sobrevivência e multiplicação de micro-organismos patogênicos. Requer condições controladas de armazenamento para garantir a manutenção de suas características originais de qualidade sob os aspectos físico, químico, sensorial, nutricional e, especialmente, sanitário”, destacam. Mesmo 10 anos após o lançamento do livro, Nancy e Wilma continuam sendo referência quando o assunto é carne vermelha. A obra é indicada para os profissionais das áreas de alimentação, gastronomia, culinária e nutrição que buscam aperfeiçoar seus conhecimentos, e para todos aqueles que têm interesse em conhecer um pouco mais sobre carnes. “As carnes fornecem proteínas de alto valor biológico, ferro e outros minerais de importância para o organismo. É um alimento importante para crianças, jovens e adultos, especialmente àqueles que praticam esportes”, finalizam.

Ticiane Villas Boas, apresentadora do BBQ Brasil, exibido no SBT

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Paixão nacional no prato Destaque entre os alimentos mais nutritivos, a carne vermelha derruba mitos e oferece benefícios para saúde RONA ABDALLA

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carne está para o brasileiro assim como o futebol, a caipirinha e o samba. Ela está presente nas principais refeições: no almoço, no jantar, no café da tarde e nos encontros de amigos e familiares nos finais de semana. A paixão pela carne, sem dúvidas, é uma das coisas que o mundo tem em comum. Além do sabor inigualável, a carne traz benefícios para a saúde dos consumidores por meio dos cuidados que começam no pasto. De acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a Austrália é o país que mais se consome carne. São, em média, 93 quilos de carne bovina, suína, ovina e aves, por pessoa, por ano. O Brasil está localizado em sexto lugar do ranking, perdendo para os Estados Unidos, Israel, Argentina e Uruguai. Em média, um brasileiro consome, por ano, cerca 70 quilos de carne, sendo 40 quilos de carne bovina. Não é preciso ir muito longe para ouvir histórias de que a carne vermelha não faz parte do cardápio de uma alimentação saudável. Há quem renegue o alimento e o aponte como vilão da saúde, mas afinal, isso é mito ou verdade? Para o médico vascular, especialista em nutrologia, Wilson Rondó, isso é um mito! “Podemos afirmar que a carne vermelha, hoje, é um dos melhores alimentos para

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frequentar a sua mesa. Sem carne vermelha na dieta, só temos a perder”, explica. Doutor Rondó, como é conhecido, é autor de sete obras que abordam os mais diversos temas sobre saúde, dieta, alimentação e atividade física. O especialista defende os benefícios da carne vermelha, mas recomenda o consumo equilibrado. “Não se vive sem proteína, que são os componentes principais do seu corpo, como músculos, ossos e hormônios. Tudo pode ser remédio ou tóxico, depende de dosagem. O consumo excessivo de proteína pode sim, causar ganho de peso, sobrecarga renal e espoliação de minerais dos ossos”, alerta. Recomendada para pessoas de 8 a 80 anos, a carne vermelha é uma boa fonte de proteína, niacina, vitamina B6, vitamina B12, fósforo, zinco e ferro. As vitaminas do complexo B não são facilmente encontradas em alimentos de origem vegetal, e estão presentes na carne. Portanto, comer carne vermelha regularmente repõe as necessidades do organismo. Quando questionado sobre o veganismo - que exclui da dieta todos os tipos de carne, bem como alimentos ou produtos derivados - sobre a reposição das vitaminas da proteína e a forma que elas podem ser substituídas, Doutor Rondó explica que não há meios. “As proteínas vegetais não têm aminoácidos sulfídricos fundamentais na produção das principais enzimas antioxidantes”. Carne natural Imagine comprar carne de animais criados de forma orgânica, livremente, tratados com medicamentos homeopáticos e fitoterápicos, a base de plantas, e alimentados com pastos naturais, sem qualquer resquício de agrotóxicos? Isso já é realidade para vários consumidores do país. Desenvolvida no país a partir de 1996, a chamada pecuária orgânica além de trazer benefícios para o meio am-

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biente, também agrega mais qualidade na carne que chega à mesa do consumidor. Só é certificada como orgânica, ou “Boi Free”, a criação em fazendas onde as nascentes são protegidas, as matas preservadas e o cuidado com a saúde do animal é especial, entre várias outras exigências. Se olhada pela vitrine, não há diferença! A carne orgânica é igual às carnes bovinas vendidas em comércios especializados. A diferença está no modo de produção, que garante um produto de qualidade superior ao convencional e também nos nutrientes do produto. Livre de herbicidas, pesticidas, antibióticos, hormônios, indutores de crescimento e transgênicos, o consumo da carne de animais criados desta forma é o mais recomendados pelos médicos. “Consuma de preferência a carne de animais criados em pastos, o que vale também para o leite e ovos, que são bem superiores em qualidade comparados aos produtos de animais confinados”, enfatiza Rondó. Segundo informações do especialista, a maior pesquisa já publicada sobre o assunto avaliou cerca de 280 estudos e confirmou que a carne orgânica apresenta 500% mais de ácido linoleico conjugado, conhecido como CLA, do que carne de animal confinado; maior concentração de ômega 3; níveis superiores de vitamina E; níveis superiores de vitamina B12 e ácido fólico; níveis superiores de antioxidantes e maior concentração de minerais.

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Recorde mundial de peso no Indubrasil Touro mexicano ultrapassa a marca de 1.300 kg e é o novo recordista da raça indubrasil, reafirmando o país como grande selecionador da raça

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NATÁLIA ESCOBAR

mais novo recorde de peso da raça indubrasil está no México. CCS Explorador pesa 1312 kg, em pesagem oficial da Associação Mexicana dos Criadores de Zebu (AMCC). A marca anterior foi conquistada em 1987, e pertencia ao touro Bradesco do Capitão, que pesava menos de 1.300 kg. Explorador é o primeiro touro da história da raça a bater essa marca. “Esse recorde é particularmente importante porque reafirma a posição do nosso país como um dos grandes selecionadores de indubrasil e das raças zebuínas de modo geral”, afirma Jesús Quintanilla, presidente da AMCC. Com doze meses de idade, foi campeão bezerro e, aos 19 meses, campeão jovem nacional, consagrado pelos jurados da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). “É um animal que me agrada muito, por ser comprido, profundo e de boa estrutura óssea”, conta o jurado Rubenildo Rodrigues. Indubrasil mexicano A raça é uma das mais utilizadas no país, em especial para o cruzamento com raças europeias. Anualmente, o México exporta mais de um milhão de animais para os Estados Unidos e América Central, tendo ainda potencial para abastecer outros mercados. Entre os mais tradicionais selecionadores está o dono do touro recordista. O Rancho Galeana foi fundado pelo ex-presidente do México, Lázaro Cárdenas, e hoje é propriedade do seu filho, o engenheiro Cuauhtemóc Cárdenas Solorzáno, que também seleciona nelore e gir. Situado em Apatzingán, no estado de Michoacán, a seleção é atualmente comandada pelo brasileiro naturalizado mexicano José Luís dos Santos Neto. Ele é responsável pelo programa de melhoramento genético em curso no Rancho Galeana, que começou com animais importados do Brasil em 1946.

Arquivo Pessoal

“O Rancho Galeana é um dos mais tradicionais criatórios mexicanos e é importante para o Brasil manter esse relacionamento com os criadores de outros países, sobre tudo do Mexico onde a raça é tão forte. La eles possuem animais de ótima genetica e o touro Explorador é um exemplo disso pois apesar do peso impressionante possui muito equilíbrio corporal e harmonia de passagens.” Henrique Figueira um dos mais conceituados criadores de Indubrasil e Gir Leiteiro do Brasil.

CCS Explorador

Cuauhtemóc Cárdenas Solorzáno

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NUTRIÇÃO . PRODUÇÃO . ORDENHA

Sabor feito com arte queijos artesanais produzidos em todo país

NOVOS SUMÁRIOS GIR LEITEIRO E GUZERÁ junho/julho 2016| #pecBR

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Queijo artesanal O saboroso derivado do leite é uma riqueza cultural do mundo. Existem centenas de tipos diferentes sendo produzidos agora ao redor do planeta. No Brasil, uma das especialidades é o artesanal, produzido com leite cru Natália Escobar

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Divulgação e Arquivo Pessoal


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alimento é antigo, mas História não tem a data exata de seu surgimento; porém, sabe-se que o queijo já havia se propagado pela Europa antes mesmo dos romanos. No Brasil, ele chegou no século 17 trazido por portugueses. Hoje, o país produz cerca de 850 mil toneladas de queijo por ano, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (Abiq). Um dos mais famosos é o queijo mineiro. O estado concentra cerca de 27 mil produtores espalhados por suas colinas e serras, que são responsáveis por produzir mais de 70 mil toneladas de queijo por ano. A região do Serro, no nordeste de Minas, é uma das grandes produtoras. Cerca de 44% do leite produzido é destinado à função e, segundo dados do IBGE, estima-se que a produção mensal é de 380 toneladas. É nessa região que Túlio Madureira da Silva produz o Queijo do Gir, no mercado há dez anos. Filho de produtores rurais, tem a arte do queijo até no nome: Madureira vem do verbo maturar, que é o processo de envelhecimento do produto. Ele é a quinta geração da família a viver do gado de leiteiro. Em 1975, pai e filho optaram pela criação de gir com um pensamento principal: a qualidade do leite. Daí surgiria um dos melhores queijos produzidos no país. Túlio acredita que a nobreza do leite gir, advinda da sua genética indiana, é o que diferencia o produto dele. “O leite gir possui uma série de benefícios aos laticínios, sendo o primeiro deles o sabor. Na Índia, ele é usado como remédio contra doenças. Também sabemos que não é considerado alergênico para pessoas que tem algum problema com lactose”, explica. A fazenda possui 45 hectares (ha) divididos em 60 piquetes rotacionados e 22 vacas em lactação, o que garante a produção de 30 peças de queijo por dia, usando cerca de 210 litros de leite. O preço do Queijo do Gir depende do tempo de maturação, variando de R$ 50 a R$ 150. “Tudo é feito de maneira muito artesanal e extremamente cuidadosa, pois não vendemos somente queijo, mas também nossa cultura e a nossa história”, diz Túlio. Mas nem só em Minas Gerais está guardado o ouro branco produzido do leite. No Ceará existe uma produção de queijo que se destaca pelo equilíbrio com a natureza. O Sítio Rio Negro é uma propriedade de 25 ha, das quais apenas 12 são ocupadas. O resto é Mata Atlântica. A propriedade do casal Plauto e Michaela Demétrio fica no município de Guaramiranga, a

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Queijo coalho do Sítio Rio Negro tem sabor especial

cem quilômetros de Fortaleza. Lá é produzido leite, queijo coalho, queijo minas frescal, coalhada, ricota, nata de queijo, doce de leite, frutas desidratadas, ovinos para corte, e flores. Tudo em perfeita harmonia com o meio ambiente. O Sítio tem uma filosofia de produção embasada no respeito pela natureza. Toda produção é 100% natural e preza pelo bem-estar animal. O lema por lá é produzir leite de vacas felizes. Todo gado é gir leiteiro, assim como na produção de Túlio. A raça foi escolhida pela rusticidade necessária para aguentar o sol cearense, pela qualidade do leite produzido e, também, pelo carinho que o proprietário tem pela raça. Com a procura pelos produtos, foi necessário abrir uma lojinha na antiga fábrica de beneficiamento de café, que fica dentro da propriedade. “Usamos no laticínio só leite fresco, puro e do dia. Todos os itens são feitos com controle de qualidade e supervisionados pela Michaela, que é nutricionista funcional. Além disso, o leite do gado dá uma qualidade superior aos produtos, devido seu alto teor de sólidos. Antes de produzirmos formalmente, as pessoas batiam aqui na porta para comprar queijo”, conta Plauto. O destaque fica para o queijo coalho, um produto de sabor único, leve e especial. Favorito na região, o coalho não era produzido pelo Sítio Rio Negro até o momento em que se notou a evidente demanda. Com carinho e cuidado, Michaela usou dos conhecimentos nordestinos e chegou à fórmula perfeita para esse que virou sua especialidade. Queijo paulistano A marca Fazenda Sant’Anna é reconhecida pela sua seleção de nelore, mas não é só do gado branco que vive o entusiasmo na empresa de Jovelino Mineiro. Foram das cores do gir leiteiro que brotaram o projeto pessoal do filho do patriarca da Sant’Anna, Bento Mineiro. Ele comanda uma queijaria no interior de São Paulo, e o produto vendido lá é diferenciado. O queijo Cuesta de Pardinho ganhou esse nome em referência à região onde é produzido: as belas paisagens da serra Cuesta, no município paulista de Pardinho. As vacas que produzem a matéria prima são todas gir leiteiras, criadas a pasto e em condições ambientais agradáveis. O leite proveniente delas é analisado diariamente em laboratório e possui propriedades proteicas

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diferentes das raças europeias, trazendo sabores e texturas especiais ao queijo. Ele é feito com carinho, tecnologia e arte. Feito de forma artesanal, a maturação acontece em prateleiras de madeira, onde o queijo é acompanhado diariamente até o seu ponto ideal de maturação (no mínimo 60 dias). “Unimos nesse projeto o que há de melhor do ponto de vista tecnológico e laboratorial, assegurando segurança e excelência à produção manual”, garante Bento. O queijo artesanal é aquele feito a partir do leite cru, ou não pasteurizado. É um dos traços da cultura gastronômica do Brasil, e é um mercado em expansão. De acordo com a Mintel, uma das principais agências de inteligência de mercado do mundo, de 2006 a 2013, o segmento de queijos no Brasil cresceu 9,4% ao ano em volume e 7,7% ao ano em faturamento total, devendo aumentar seu ritmo de crescimento até 2017. A projeção é que os volumes de queijos vendidos cresçam, em média, 11% ao ano entre 2014 e 2017, e os valores anuais de venda 11% ao ano. O mercado deverá atingir R$ 20 bilhões em vendas em 2017, de acordo com as projeções da agência.

minerembiop

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Humaitá TE Taboquinha é o vice-líder do ranking geral do Sumário guzerá e está em coleta na CRV Lagoa

Novos sumários artesanal Pesquisas em genética quantitativa e molecular são as inovações dos sumários gir leiteiro e guzerá que contribuirão para o processo de seleção nos testes de progênie Rubens Neiva

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Divulgação


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s novos sumários de touros dos testes de progênie das raças gir leiteiro e guzerá, lançados durante a ExpoZebu, têm novidades importantes para os criadores. A partir deste ano, o Programa Nacional de Melhoramento do Guzerá para Leite (PNMGul) apresenta as informações sobre a estimativa do mérito genético para características reprodutivas, disponibilizando, para os touros testados, a DEP (diferença esperada na progênie) para a idade ao primeiro parto com base no desempenho de suas filhas. A herdabilidade encontrada (0,18) sinaliza a possibilidade de ganho genético para a característica e constitui informação adicional para quem necessita melhorar o desempenho de seu rebanho. Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Frank Bruneli, conhecer o potencial genético para a idade ao primeiro parto auxilia o criador na seleção dos animais para obter fêmeas com idade reprodutiva mais precoce no rebanho, iniciando mais cedo sua atividade produtiva e antecipando o retorno econômico com a criação. Gir leiteiro Para a raça gir, uma das inovações está na correção da matriz de parentescos por meio da genotipagem dos animais. O também pesquisador da Embrapa Gado de Leite, João Cláudio do Carmo Panetto, diz que essa é a primeira etapa da contribuição dos estudos genômicos que estão em desenvolvimento pela equipe da Embrapa para o PNMGL. Ele explica que estão sendo preparadas as condições para a incorporação das ferramentas genômicas ao processo de seleção. Até o momento, pouco mais de dois mil animais foram genotipados, entre touros do teste de progênie e fêmeas com registros de produção. Como parte das ações de pesquisa, todas as relações de parentesco foram testadas entre os animais genotipados. Assim, entre esses animais, eliminou-se a possibilidade de erros de paternidade e o arquivo de genealogia utilizado nas análises estatísticas foi devidamente corrigido. “Dessa forma, os valores genéticos estimados (apresentados na forma de PTAs) se tornam ainda mais próximos dos valores reais dos touros avaliados”, diz o pesquisador João Cláudio. A segunda etapa dessa contribuição será o auxílio

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Gabinete Silvânia é o líder do sumário gir leiteiro e está em coleta na Alta Genetics

genômico aos proprietários de touros interessados em inscrever seus animais para participar do teste de progênie. Até o momento, a melhor predição possível para um tourinho jovem era a média dos valores genéticos dos seus pais. Com as equações de predição desenvolvidas pela equipe da Embrapa, os proprietários terão a possibilidade de obter uma informação mais acurada, inclusive com diferenciação entre irmãos completos, para então decidir sobre inscrever ou não seus animais no programa. Essa ação será coordenada a partir deste ano pela ABCGil, com as análises conduzidas pela Embrapa. Outra inovação nos testes do gir leiteiro diz respeito à genotipagem para as variantes da beta-caseína. O alelo A1 dessa proteína do leite tem sido relacionado a processos de alergia ao leite para uma parcela da população. O alelo A2, em contrapartida, não apresenta esses problemas, e a raça tem grande proporção desse alelo nos seus genótipos. A partir desse ano, todos os touros avaliados estão genotipados para esse gene, e os criadores que desejarem poderão usar mais essa informação em seus critérios de seleção.


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Zona rural GESTÃO . TECNOLOGIA . SUSTENTABILIDADE . MERCADO

Funcionário exemplar cães de pastoreio cada dia mais requisitados IATF EM BLOCOS

DESMAME RACIONAL

NOVA TECNOLOGIA

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O melhor amigo do rebanho Cães de pastoreio são funcionários fiéis, baratos e eficientes, além de simpáticos NATÁLIA ESCOBAR

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magine se seu melhor amigo fosse, também, seu melhor funcionário. Os cães de pastoreio surgiram junto com a necessidade humana de criar rebanhos, há milênios. Hoje, melhor selecionados e treinados, ganham funções cada vez mais prestigiadas. Além da habilidade, o baixo custo de manutenção é outra vantagem para o produtor que conta com essa fiel ajuda. O mercado mundial vem percebendo o valor do animal a cada ano. Na Inglaterra, há décadas existe o Campeonato Mundial de cães de pastoreio. O objetivo das provas é avaliar a capacidade do cão de manejarem um rebanho da melhor maneira possível, visando menor estresse e harmonia entre homem, cão e rebanho. Por aqui, desde 2005 oficialmente, o Campeonato Brasileiro de Pastoreio é realizado sempre em novembro, com R$10 mil em premiações. O Rancho Avaré BC é especializado na raça border collie, uma das mais conhecidas para essa finalidade. Em Araçoiaba da Serra (SP), a 15 km de Sorocaba, o local abriga 35 animais de genética 100% importada, vinda de países como Canadá, Reino Unido e Estados Unidos, os mais tradicionais na seleção da raça. O médico-veterinário e sócio condutor da empresa Rogério Figueiredo explica que a principal função do animal é conduzir o rebanho sem estressá-lo. Para isso, existe uma característica fundamental no cão de pasto-

reio: os olhos de lobo. “Independentemente da atitude dele, o cão precisa mover o rebanho sem causar danos. O bom cão de pastoreio nunca late. Ele precisa ter os ‘olhos poderosos’, que seria o olhar de lobo, de caçador: que encara o rebanho e o faz andar sem usar a boca”, explica. Além de colocar ordem nos rebanhos, os cães de pastoreio podem ajudar a diminuir prejuízos nas propriedades, afastando predadores como jaguatiricas e pequenas onças, e até ladrões. Mas não é qualquer cão: somente um de pastoreio bem treinado faz o serviço. O investimento é baixo, se comparado às demais despesas de um rebanho. Um filhote custa, em média, R$ 2 mil. Aos dez ou onze meses de vida, devem começar o treinamento, preferencialmente com profissionais. Um treinador cobra, em média, R$500 por mês para treinar um animal, que deve estar pronto para o pasto em um prazo de seis a doze meses, dependendo muito do potencial canino.

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Australian cattle dog Essa raça é indicada para ajudar na criação de gado. É um cão resistente e obediente, ideal para longos períodos de trabalho. Resistente e muito obediente, evidencia suas habilidades no próprio nome: em uma tradução literal, ‘cão australiano de gados’. Hiperativo, exige exercícios para ter uma vida saudável, e deve ser criado em ambientes grandes e abertos.

Pastor belga Sempre alerta e em movimento, o pastor belga é brincalhão, vigilante e protetor. Ele pode ser indiferente com estranhos e alguns podem ser até bravos. É uma raça muito forte, inteligente e dócil, mas independente. Ele é ideal para proteger a casa da fazenda e os currais durante a noite.

Border collie Cão tranquilo, de médio porte, sua variação de peso na idade adulta é de 15 a 23 kg. Conhecido como o cão mais inteligente do mundo, é o cachorro de pastoreio mais famoso. Surgida na Grã-Bretanha no século 19, a raça foi especialmente criada para cuidar de rebanhos, e atingiu uma excelência tão grande que é favorito até hoje. É muito ativo e necessita de muito exercício. É alerta e obediente, recebendo treinamento com facilidade.

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Pastor alemão Além de companheiro, o instinto de guarda do pastor alemão o qualifica como ótimo guia para cegos e, no campo, desempenha ótimo trabalho na condução de ovelhas. De faro aguçado, é um dos preferidos em operações policiais e de bombeiros para encontrar drogas e fazer buscas em escombros. A função diversificada da raça facilita as vendas no mercado.

Pastor maremano abruzes Outra opção certeira para o trabalho no campo, porém, menos conhecida. Raça robusta, imponente, corajosa e determinada, o pastor de origem italiana tem habilidade nata para o serviço de auxílio a fazendeiros, gerando para a propriedade economia na substituição de mão de obra. De grande porte e aspecto rústico, o macho adulto apresenta tamanho entre 65 e 73 centímetros e peso que varia de 35 a 45 quilos. A pelagem espessa e áspera é, em sua maioria, na cor branca, tendo alguns exemplares nuances na coloração clara.

Puli Os cães da raça puli são bastante utilizados para vigiar rebanhos de ovelhas. Por ter o pelo parecido com a lã desses animais, este cão se “camufla” no grupo para defendê-lo de predadores. A raça também pode apresentar pelagem clara, tem porte médio e é originária da Hungria.

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Avaliações de temperamento realizadas na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP), apresentaram resultados satisfatórios em bezerros desmamados de forma menos estressante Gisele Rosso

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egundo a pesquisadora Cíntia Marcondes, a nova técnica de manejo está sendo usada desde 2014 em animais cruzados e, em 2015, na raça canchim. Os bezerros de corte, com cerca de oito meses de idade, são separados da vaca apenas por um corredor, em pastos diferentes, nos quais a mãe e o filho mantêm contato visual, auditivo e olfativo. Essa forma de desmama, chamada de racional, diminui o estresse causado pela separação e melhora o bem-estar. De acordo com o veterinário Raul Mascarenhas, existem diversos métodos de desmama. No tradicional, o bezerro é apartado da mãe e levado a locais distantes, para que não haja nenhum tipo de contato. Para minimizar o estresse, é comum o pecuarista colocar algumas vacas junto aos bezerros para servirem de “madrinhas”. Nesse método, nenhuma das fêmeas é mãe do animal desmamado e os problemas causados pela separação continuam. Raul conta que os animais da Fazenda Canchim, sede da Embrapa Pecuária Sudeste, adaptaram-se bem e demonstram grau menor de estresse, comparando-se ao manejo em que ficavam distantes das mães. Não ocorreram mais fugas e houve redução de rompimento de cercas e lesões nos animais. Para confirmar os benefícios da desmama racional, foi realizada avaliação de temperamento em dois grupos de bovinos. Foram comparados 236 animais da desmama tradicional e 227 da racional. No teste analisaram-se informações de reatividade animal em ambiente de contenção móvel, como na balança de pesagem, local onde são contidos para realizar a medida de reatividade. No experimento foi utilizada uma nova tecnologia. O Reatest, desenvolvido pela zootecnista Walsiara Maffei durante seu doutorado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é usado para medir o temperamento por meio da reatividade. Um dispositivo eletrônico quantifica a frequência e a intensidade dos movimentos do bovino no processo de pesagem, numa escala de 1 a 9.999 pontos. Durante 20 segundos, o equipamento capta a reatividade e os dados ficam armazenados em um software específico. As maiores pontuações indicam animais mais reativos, ou seja, que apresentam maior estresse quando contidos na balança. Segundo a pesquisadora Cíntia, o método da desmama racional já foi implantado definitivamente na Embrapa Pecuária Sudeste. “Outros lotes de animais serão avaliados para dar maior robustez às análises”, afirma. O objetivo é identificar a porção genética da característica de temperamento para poder utilizá-la na seleção dos animais, já que tal comportamento tem influência no desempenho do animal. Bovinos reativos têm menor ganho de peso diário, desempenho reprodutivo inferior, resistência mais baixa a ecto e endoparasitas que animais mansos. Além disso, o manejo é mais difícil e os riscos de acidentes de trabalho são mais altos.

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Mais prenhez Tecnologia criada na Embrapa Rondônia estima o momento exato da ovulação através de ultrassonografia, o que maximiza o potencial fértil e resulta em aumentos de até 20% de prenhez Natália Escobar

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Rafael Rocha


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IATF em Blocos foi desenvolvida para aproveitar o máximo potencial reprodutivo de fêmeas bovinas submetidas a um protocolo de IATF, resultando em aumentos de 10% a 20% de prenhez em relação às vacas submetidas à metodologia convencional. O diferencial é a realização da inseminação de acordo com o diâmetro do folículo dominante, ou seja, a resposta do ovário da vaca. A metodologia foi desenvolvida para vacas zebuínas de corte nelore, com cria ao pé e ainda será avaliada para outras raças. Por requerer a atuação de profissional treinado e que possua equipamento de ultrassonografia, é uma tecnologia que tem maior alcance para médios e grandes produtores. Porém, em regiões com programas governamentais de inseminação, como ocorre em Rondônia, essa técnica pode ser empregada para rebanhos de produtores familiares. Considerando apenas Rondônia, a Embrapa acredita que cerca de 250 mil fêmeas da nelore já possam ser inseminadas em blocos. Para utilizar a nova técnica, as fêmeas são avaliadas por ultrassonografia para se estimar o momento da ovulação no dia de realização da IATF. Dessa forma, realiza-se a inseminação no momento mais favorável para a fecundação, diferentemente da forma tradicional, que não leva em consideração a estimativa. De acordo com o pesquisador da Embrapa, Luiz Pfeifer, responsável pelo trabalho, a taxa de prenhez – relação entre fêmeas prenhes sobre o total de inseminadas – pode chegar a 70% com a nova técnica, enquanto que o método convencional alcança, em média, 40% a 60%. “Essa média nacional está estabilizada há duas décadas. Com essa tecnologia é possível mudar isso, inseminando as vacas em momento mais adequado e conseguindo o aumento de fertilidade”, comenta Luiz. Preço A nova técnica tem investimentos pouco maiores do que a convencional, e a diferença está relacionada à aplicação da ultrassonografia. Para o especialista da Embrapa, o custo mais relevante serão os honorários do veterinário que levará cerca de duas horas para avaliar um lote de 100 vacas. A IATF em Blocos

custará, em média, R$7,80 a mais por vaca quando comparada à IATF convencional, o que corresponde ao valor pago ao profissional. Desafios futuros “A IATF em Blocos já pode ser considerada uma técnica pronta para ser implantada em sistemas de produção de bezerros, entretanto, é um processo agropecuário que está em constante aprimoramento. A Embrapa Rondônia continua trabalhando no intuito de esclarecer cada vez mais as razões da infertilidade da fêmea bovina. Se a IATF em blocos permitiu que cerca de 65% das vacas concebessem com apenas uma IA, ainda temos 35% das fêmeas que permaneceram não prenhes. Assim, mais estudos devem ser realizados para entender as razões de cada fêmea permanecer ‘vazia’ quando submetida a programas de IATF. Acreditamos que com a evolução dos estudos e do conhecimento, com o consequente desenvolvimento de técnicas, poderemos atingir cerca de 75% de taxa de concepção nos próximos 5 anos”, finaliza o pesquisador.

Luiz Pfeifer é pesquisador da Embrapa Rondônia e coordenador do estudo

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gente

PECUARISTAS . ESPECIALISTAS . CRIADORES

Criadores

Fazenda quilombo e los manantiales em parceria na grande campeã da expozebu

PERFIL

OPINIÃO

PONTO DE VISTA

EROS GAZZINELLI

A ANÁLISE DE ESPECIALISTAS

A OPINIÃO DE QUEM ENTENDE junho/julho 2016| #pecBR

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CRIADORES

Fazenda Quilombo: vitória nas principais pistas e concursos leiteiros do país A seleção de Winston Drummond tem motivos de sobra para comemorar o primeiro semestre de 2016. Com diversos Grandes Campeonatos em pista de julgamento e concursos leiteiros, a Fazenda Quilombo colhe os frutos de investimentos realizados em genética nas raças Gir Leiteiro e Girolando NATÁLIA ESCOBAR

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DIVULGAÇÃO


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Fazenda Quilombo seleciona Gir Leiteiro desde 2010. Tudo começou com as primeiras matrizes adquiridas da renomada Fazenda Mutum. Mais tarde, outras doadoras foram selecionadas e adquiridas de importantes criatórios como Fazenda Brasília, Calciolândia, Coqueiro & Barreiro, Terra Vermelha, e Belas Artes. Logo depois veio a seleção Girolando Minas Leite, a partir de doadoras renomadas adquiridas e também de matrizes Girolando ½ filhas das doadoras com touros holandeses mundialmente consagrados. Atualmente, a fazenda produz leite com as duas raças, e em breve haverá a inauguração de moderna estrutura com sala de ordenha e novas instalações de manejo integrado. Médica veterinária e consultora técnica da Fazenda Quilombo, doutora Tatiane Tetzner relata que foi realizada uma seleção criteriosa para aquisição de doadoras e fêmeas jovens oriundas de famílias consistentes em produção de leite e conformação funcional. “Posteriormente, os acasalamentos dirigidos com os melhores touros provados e em teste de progênie possibilitaram a evolução e multiplicação do rebanho”, conta. Foi a partir da produção in vitro de embriões que o rebanho foi formado e multiplicado, assim tomando maiores proporções. A seleção rigorosa das matrizes faz com que a busca pela produtividade, fertilidade e docilidade sejam obrigações diárias no trabalho com a pecuária leiteira.

Premiações Hoje, após apenas seis anos de trabalho, a marca já brilha nas principais exposições, pistas de julgamento e concursos leiteiros. Possui touros em centrais de coleta de sêmen, participa dos principais leilões do país e comercializa sua genética de ponta no Brasil e exterior. No Girolando, a lista de importantes conquistas é extensa, estando entre os destaques dois recordes mundiais. A Seleção Minas Leite Girolando visa a obtenção de fêmeas produtivas, férteis, funcionais e longevas, o que vem dando resultado. Helenita FIV Alegre (Girolando ¼) é bi-recordista mundial de produção e atual recordista mundial de produção, com média diária de 70,183 Kg de leite e pico de produção de 78,910 Kg de leite. Malécia Chimarrão WTF Estiva (Girolando 5/8) produziu média diária de 89,903 Kg de leite, outro recorde mundial. Com o Gir Leiteiro, a fazenda conquistou a dobradinha Grande Campeonato no Concurso Leiteiro e pista, na 82ª ExpoZebu, em Uberaba (MG). Luther FIV de

Brás, uma parceria entre Winston Drummond (Fazenda Quilombo), Rigoberto Gómez (Hacienda Los Manantiales – Venezuela) e Oscar Uzcatequi (Santa Ana – Venezuela), sagrou-se Grande Campeã. Só esse ano, Luther já foi Grande Campeã quatro vezes: Passos, Araxá, Uberaba e Franca. Também foi Campeã Vaca Adulta e Melhor úbere em Passos, Araxá e Franca. A ExpoZebu foi o ápice das conquistas, um sonho de todo criador, e com Winston não foi diferente. No ano de 2014 conquistou o título de Melhor Novilha com a Ofélia FIV, que, em 2015, conquistou dois Grandes Campeonatos em pistas e concursos leiteiros. Ofélia FIV é filha de Fardo e Legítima (CA Sansão x Prateada CAL) e acumula longa lista de premiações. Campeã Bezerra Campo Grande em 2013, Campeã Novilha Maior e Melhor Novilha em Araxá e Campeã Novilha Maior e Melhor Novilha ExpoZebu, em 2014. Em 2015: Campeã Fêmea Jovem, Melhor Úbere Jovem, Grande Campeã, Campeã Fêmea Jovem Concurso Leiteiro,

Equipe da Faz Quilombo comemora as Premiações da Discreta durante o Concurso Leiteiro da ExpoZebu, na foto Diego, Gilmar, Rodrigo, Tatiane, Winston, Cleiber, Fabrício e Wilson

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CRIADORES Detalhe de úberes de Demasia, Dengosa e Devassa

Discreta FIV WAD

Malécia Chimarrão WTF Estiva

Helenita FIV Alegre

com média de 50,37 kg de leite e Melhor Úbere Jovem e Grande Campeã Concurso Leiteiro em São José do Rio Preto; Campeã Fêmea Jovem, Melhor Úbere Jovem, Grande Campeã, Campeã Fêmea Jovem, com média de 52,94 kg de leite, e Melhor Úbere Jovem em Araxá. A Fazenda Quilombo conquistou também a premiação máxima no Concurso Leiteiro da ExpoZebu 2016. Discreta FIV WAD (Famoso x Sarja - Jaguar) foi a Grande Campeã do Concurso Leiteiro, Campeã Vaca Jovem e Melhor úbere jovem. Em seu terceiro Concurso Leiteiro, a matriz produziu média diária de 61,99 kg de leite e sagrou-se campeã em qualidade do leite, pelo baixo índice de células somáticas, somente 46 mil céls/ml. Discreta foi comercializada em 50% durante o Leilão Noite de Gala Gir leiteiro da Fazenda São José do Can Can, e já iniciou o Concurso Leiteiro em parceria de Winston e Jorge Enrique Moreno (Ganadería El Tesoro, Colômbia) e José Martí Garden (Rancho Pryca, República Dominicana). “A matriz possui força leiteira evidenciada, excepcional volume e projeção posterior de sistema mamário. Trata-se de uma jovem matriz, que reúne o provado Famoso como pai, Jaguar TE do Gavião como avô materno e Impressor de Brasília como bisavô materno. Sua mãe, Sarja, produziu 11.149 kg de leite na 1ª lactação”, conta Tatiane. Ela também foi Grande Campeã do Concurso Leiteiro em Franca e Grande Campeã, Campeã Vaca Jovem e Melhor Úbere Jovem do Concurso Leiteiro de Araxá (MG), com média de produção de 62,860 kg de leite. É detentora também do título de Campeã Vaca Jovem no Concurso Leiteiro de Passos, com média diária de 55,907 kg de leite e pico de produção de 61,125 kg de leite, em março de 2016. Parceira A Fazenda Quilombo está expandindo suas fronteiras através de parcerias latino-americanas. A parceria de genética entre a Fazenda Quilombo e a Hacienda Los Manantiales de Rigoberto Gómez, Venezuela começou em 2015, e se fortaleceu em 2016 durante a ExpoZebu. Além da famosa Luther FIV de Brás, as fazendas são parceiras também em outras doadoras renomadas como Manola (Campeã Fêmea Jo-

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Diego Sanchez, Jorge Andres Moreno, Don Jorge Enrique Moreno, Wilson Martinez, Winston Drummond e José Martí

vem, Melhor Úbere Jovem, Campeã Fêmea Jovem, Melhor Úbere Jovem e 3ª matriz no Grande Campeonato da ExpoZebu 2015). Dengosa (Campeã Vaca Jovem Concurso Leiteiro em Uberlândia; Melhor Úbere Jovem, Concurso Leiteiro e Pista Ituiutaba) e Devassa (Grande Campeã e Campeã Vaca Jovem Ituiutaba e 3ª Melhor Fêmea do Ranking Nacional 2014/2015) também estão no time das matrizes premiadas que agora fazem parte dessa parceira. Algumas das filhas da consagrada Ofélia FIV também são parceria da Fazenda Quilombo e Los Manantiales, e já começaram a fazer história na raça: Galanteza (Jaguar) foi a Melhor Fêmea Jovem e Campeã Novilha Menor em Passos. Esse ano, Garatuja FIV WAD (Diamante) sagrou-se Res. Campeã Bezerra em Passos. Rigoberto Gómez é apaixonado pelas bezerras, que são muito semelhantes à mãe Ofélia quando jovem. Docilidade é a marca registrada da família dessa jovem doadora.

Premiação do Grande Campeonato da Luther durante a ExpoZebu (Tatiane Tetzner, Wilson Martinez, Oscar Uzcatequi, Rigoberto Gómez, Rigo Gómez, Winston Drummond e Fabrício Quirino)

Ofélia FIV

Foi bonito em ver as quatro filhas da Ofélia que estavam na Expozebu 2016 conquistando os quatro primeiros lugares da 4ª Categoria de Novilha Menor: 1º prêmio Galanteza. 2º prêmio Garatuja, 3º prêmio Gardênia e 4º prêmio Gazeta FIV WAD. Galanteza, Garatuja e Gardenia FIV WAD

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Eros Gazzinelli Metzker é um dos mais jovens nomes de destaque no mundo da pecuária contemporânea. Atualmente com 26 anos, já tem 13 de profissão. Ele se define, primeiramente, como um apaixonado pela raça guzerá. Mas também consultor pecuário dos mais requisitados na raça, além de Engenheiro de Energias Renováveis com ênfase em Gestão e Produção, trilingüe e MBA em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas – uma das mais respeitadas do país

Juventude para a NATÁLIA ESCOBAR

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zzn perez

jovem é responsável por importantes trabalhos para a ACGB, Agropecuária Baguassu, Fazenda Palestina, Guzerá Amar, Seleção Guzerá e Virgílio Villefort. Os leilões com sua assessoria ofertam ao mercado o que há de melhor e mais desejado na raça guzerá, assegurando os maiores faturamentos anuais nos remates que assina. Diretor financeiro da Associação Mineira dos Criadores de Guzerá (AMCG) e Consultor de Marketing da Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil (ACGB), Eros tem sua Consultoria Pecuária especializada em guzerá, além de agitar a Internet propagando as vantagens e virtudes do guzerá, seja ela pura ou nos cruzamentos para carne e leite, alcançando um público superior a 35 mil pessoas em todo o mundo.

Eros nasceu com seu destino traçado. Filho de Paola Gazzinelli, criadora de guzerá há quase 30 anos, é também neto de Therezinha de Almeida Gazzinelli, que, aos 88 anos, é uma das maiores pecuaristas de corte do nordeste de Minas Gerais (suas fazendas abatem anualmente mais de mil cabeças). “Fui criado com carne de cruzamentos do guzerá e bebi leite de vacas guzerá toda a minha infância. Mas, fora isso, sou da área das ciências exatas, gosto dos dados, dos números e, claro, dos resultados. E os resultados que a raça apresenta são extraordinários. Tudo explicado através de sua origem, sua história e sua pureza racial que resultam em toda a rusticidade, versatilidade, longevidade e conversão alimentar incomparáveis. Acredito trabalhar pela profissionalização da criação e seleção da raça. Hoje, percebo que um dos meus principais papéis é projetar a moderna e prática visão sobre a pecuária elite e a pecuária de base, pois além de serem complementares, são interdependentes.”, conta.

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José Luiz Tejon Megido

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Conselheiro fiscal do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), dirigente do Núcleo de Agronegócio da ESPM e comentarista da Rádio Jovem Pan contato@tejon.com.br

TELEVISÃO

Agricultor brasileiro não produz como o coronel Afrânio

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novela Velho Chico está muito bonita e, em sua história, aborda temas de muita importância para o agronegócio brasileiro, e acima de tudo, para a imagem do nosso agricultor e da produção agropecuária perante a grande opinião pública. Ela está sob comando de um grande autor, Benedito Ruy Barbosa, com quem já fizemos belos trabalhos na época da famosa Rei do Gado. Com o velho Benedito estão seus filhos talentosos a Edmara e o Bruno. Quer dizer, até que enfim uma novela que nos traz o campo e fugimos das tramas aceleradas das grandes cidades. Está muito gostosa de ver e impossível de não se envolver na sua competente trama de emoções e enredo. Parabéns Benedito e família. Porém, preciso, por destino deste meu ofício, de comentarista do agronegócio, ajudar com algumas correções, importantes para todo o país e que, de forma alguma, interferem na muito capaz trama dos personagens. Um exemplo que mexe com o agronegócio aconteceu no capítulo em que a personagem Maria Tereza (Camila Pitanga), filha do coronel Afrânio Vilela (o grande ator Antônio Fagundes), esmaga uma manga, da fazenda do coronel, ensopada de defensivos e manda o pai comer. O coronel responde: “eu não planto para comer, eu planto para vender”. Seria simples a personagem apenas acrescentar, por exemplo: “coronel, o senhor precisa saber que para colher e comer a fruta, só pode pulverizar tendo uma semana de antecedência” – e, claro, aí não daria para explicar que se for com alguns produtos pode ser de 0

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a 3 dias, a maior parte dos piretróides de 7 dias, dos organofosforados pode chegar a 21 dias, ou mais pedagogicamente mencionar o produto e qual a carência legal do rótulo, ou, melhor ainda, o receituário agronômico e suas corretas orientações , pois cada produto tem sua especificação de uma, duas, três semanas etc. Fica a percepção de que toda a produção brasileira que recebe defensivos está contaminada e envenenada, mesmo para quem segue o rigor da lei, da rastreabilidade, e dos padrões exigidos pela regulamentação cientifica. E, ainda mais, eu gostaria de conhecer algum produtor de frutas do vale do São Francisco que ainda se pareça com o estereotipo do maldoso coronel Afrânio. Se você conhecer um assim, me avisa, que irei lá pessoalmente para entrevistá-lo. Um homem desse não sobrevive mais na área da fruticultura de exportação, com suas exigências e alta tecnologia. E, claro, adoraria também encontrar uma produtora rural, com um belo vestido esvoaçante pelos campos, como se num desfile de moda estivesse acontecendo. As nossas jovens e mulheres do agro são de bota, jeans, chapéu, e coragem com tecnologia, como a Marcela Porto Costa, por exemplo, lá da fazenda Santa Brígida, e muitas outras jovens do novo campo brasileiro. A novela está linda e eu adoro. São apenas alguns pequenos detalhes para proteção dos nossos agricultores e agricultoras, que em nada se parecem com o coronel Afrânio.


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Evandro A. S. Grili

opinião

Advogado, sócio de Brasil Salomão e Matthes Advocacia, Diretor da Área de Direito Ambiental evandro.grili@brasilsalomao.com.br

PROJETO DE LEI

Agroextrativismo em jogo

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m país como o nosso, com uma riqueza imensa em biodiversidade, reservas florestais, recursos hídricos em rios, lagos e mares acaba nos colocando num caminho muito definido de vocação para o agronegócio. As atividades agropecuárias são o sustentáculo da economia brasileira. Mesmo em tempos de crise, é o agronegócio que desponta e equilibra as contas de nossa balança comercial, que gera empregos, que provê receitas tributárias para todos os níveis de governo, etc. Mas o agronegócio não vive só da agricultura e da pecuária, de grandes empreendimentos, de monocultura e de agricultura em escala. Há também uma atividade que é o sustento de inúmeras famílias Brasil afora: o agroextrativismo. Em regiões como no Norte do país, milhões de pessoas vivem da atividade de extrair da natureza produtos que podem ser comercializados e gerar o sustento de famílias inteiras, promovendo a partir da natureza, diretamente, uma atividade econômica que movimenta milhões, todos os anos. Diante desse cenário, se faz necessário o estabelecimento de políticas públicas que valorizem essa importante atividade econômica, criando condições de desenvolvimento das pessoas e famílias que se dedicam a ela, com mecanismos de financiamento da produção, apoio técnico e auxílio na criação de canais de comércio nacional e internacional para os produtos e subprodutos gerados a partir desta atividade. É justamente com esse objetivo que tramita no Congresso, o PLS – Projeto de Lei do Senado no 182/2013, de autoria do ex-Senador Rodrigo Rollemberg. O projeto ganhou parecer favorável do Senador

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Flexa Ribeiro, do PSDB do Pará, e agora se encontra na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, sob a relatoria do Senador Ronaldo Caiado, do DEM de Goiás. O projeto consiste na criação de uma política de estímulo ao agroextrativismo no Brasil, com alteração de dispositivos da Lei no 8171/91, que estabelece regras para o setor agrícola. Se aprovado, por exemplo, o projeto pode abrir caminho para que os interessados na atividade possam obter créditos bancários para o desenvolvimento de suas atividades. O agroextrativismo, além de se ser uma solução viável do ponto de vista econômico, tem um papel importantíssimo do ponto de vista ambiental e de sustentabilidade de florestas e demais recursos naturais. À medida em que se incentiva essa modalidade de atividade agrícola, indiretamente, se promove a conservação da natureza, eis que a manutenção da atividade está diretamente relacionada à conservação dos recursos naturais. Só se pode continuar a exercer o agroextrativismo, na medida em que estejam conservados e garantidos para as futuras gerações os bens ambientais de onde são retirados os produtos naturais dessa atividade. Se aprovado o projeto, poderemos abrir um excelente caminho para garantir melhoria das condições de vida das pessoas envolvidas com essa modalidade de trabalho, além de intensificação da preservação dos recursos ambientais e do desenvolvimento da sustentabilidade. Ficamos, aqui, na expectativa de que a tramitação seja realizada de forma rápida, para que as medidas sejam aprovadas pelo Congresso, sancionadas pelo Executivo e passem a gerar seus efeitos sobre os milhões de brasileiros que dependem desta atividade.


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Claudio Jonasson Mousquer

opinião

Mestre em Nutrição e Produção de Ruminantes, consultor técnico na Silveira Consultoria Pecuária e Nutrideal. cjm@zootecnista.com.br

DESENVOLVIMENTO

Desmama precoce

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iferentemente das vacas de leiteiras, as de corte, por não produzirem grandes quantidades de leite, não passam por períodos longos de balanço energético negativo. Portanto, se parirem com boas condições corporais, terão energia suficiente para recuperar as reservas e darem início ao ciclo estral, superando a infertilidade em geral, o anestro longo, ciclos estrais curtos e a involução uterina. Shorton e Adams elaboraram a escala de priorização de uso de energia disponível para atender em ordem hierárquica e obrigatória as condições fisiológicas das vacas: 1) Metabolismo Basal; 2) Atividade; 3) Crescimento; 4) Reservas de Energia; 5) Lactação; 6) Ciclos Estrais; 8) Reserva Excedente de Energia. Como vemos, a energia da dieta só será canalizada para reprodução após atendida às necessidades de manutenção, atividades e produção de leite, dificultando sobremaneira o manejo nutricional para reprodução. Uma série de trabalhos conduzidos na Universidade de Wyoming, USA, mostraram que vacas que parem no escore -5 apresentam taxa de prenhez 30% maior que as com escore -4 (60 e 91%). Interessante ressaltar, que as vacas foram suplementadas com energia durante o segundo trimestre de gestação para alcançar o escore, período esse de menor exigência de nutrientes dentro da gestação total. Se, de um lado, o índice produtivo tem melhorado pelo uso de novas técnicas de manejo de pasto e suplementação dos bovinos, notadamente na seca invernal e pelos confinamentos, os índices reprodutivos continuam engessados principalmente pelo tempo decorrido da cobertura da matriz ao desmame dos bezerros, tradicionalmente efetuado aos sete ou oito meses de idade. Pesquisas conduzidas pelo professor Silveira na UNESP de Botucatu com desmama precoce dos bezerros aos 90 dias de idade (estudo hoje difundido pela Silveira Consultoria Pecuária), tem contribuído sobre maneira para a melhoria nos índices reprodutivos do rebanho nacional. Para nosso entendimento, o desmame precoce se refere à separação dos bezerros da mãe por volta de 60 a 90 dias de idade, preferencialmente ocorrido no início, ou muito próximo ao começo da estação de monta, para se obter melhor eficiência. Quando feito antes dos 60 dias, verifica-se que os bezerros apresentam menor desempenho futuro, pois nesta idade começam o processo da transição do leite para a ração, portanto, a partir dai passam a consumir quantidades adequadas de ração. O desmame precoce também traz benefícios que vão além do desempenho reprodutivo das matrizes. Koletzko evidencia que através de um processo chamado “Impressão Metabólica” a nutrição adequada que induza positivamente o metabolismo da glicose, nos primeiros meses pós-nascimento, causa efeitos a longo prazo na saúde e desempenho futuro do animal. Segundo Arthington e Moriel, esse processo epigenético inclui modificações na expressão dos genes que não são explicadas por alteração na sequência do DNA e que pode ocorrer durante períodos de reprogramação genética como, por exemplo, na gestação e, e em

tecidos específicos como o muscular, o adiposo e outros durante suas formações (hiperplasia). Dessa forma, existem períodos críticos de desenvolvimento que pode alterar a expressão gênica e modificar para sempre o metabolismo animal. Esses períodos críticos foram denominados como Janelas Nutricionais e podem ocorrer durante o período de gestação e aos 60 a 200 dias do período perinatal. Dentre todas as categorias dos bovinos, os bezerros são os que mais sofrem com o estresse, pois em um curto espaço de tempo passam pela desmama – principal fator-transporte e a sociabilidade, que somados destroem seus sistemas imunológicos, enfraquecendo-os e deixando-os suscetíveis a novos patógenos que quase sempre atacam o sistema respiratório diminuindo o consumo de alimentos, o crescimento e podendo levar até a morte. Loerch observou por intermédio de comparações realizadas na Universidade de Ohio, EUA, ser preferível desmamar os bezerros aos a meses ao invés de cinco a oito meses de idade, pois sendo mais novos apresentam ainda anticorpos que receberam da mãe pelo leite, respondendo melhor os desafios do estresse. Experimento conduzido pela Silveira Consultoria em 2011, na cidade de Brasilândia (MT), com 60 primíparas, mostrou vantagens em desmamar precocemente 30 bezerros aos 120 dias, pois embora apresentassem peso similares aos 30 desmamados de forma tradicional aos 210 dias, suas mães diferiram significativamente em seus pesos vivos, pois mostraram 55 kg de PC a mais, ou seja , melhor ECC com expectativa de maior fertilidade. Recentemente, 2,7 mil bezerros nelore foram desmamados entre três e quatro meses em Cáceres, no Pantanal mato-grossense e transferidos para a Fazenda Piúva, em Poconé (MT), para serem alimentados até os sete meses, durante a janela nutricional, pela Silveira Consultoria. Os resultados obtidos mostraram aumento significativo no peso médio de desmame 150 x 200 kg para machos e 130 x 180 kg para fêmeas quando pesados aos 210 dias, e comparados respectivamente com os desmamados de forma tradicional aos sete meses no Pantanal. Experimento ainda em andamento para avaliação reprodutiva das mães e o desenvolvimento na recria e terminação dos machos. A nossa expectativa é que fornecendo ração concentrada a partir de três meses de idade aos bezerros desmamados precocemente. Poderemos, como já demonstrado, produzir bezerros mais fortes com maior peso a desmama e, aproveitando a possível janela nutricional aberta dos três aos sete meses, modificar favoravelmente o desenvolvimento muscular aumentando o ganho em carcaça e melhoria na qualidade da carcaça e carne.

Leia na íntegra em nosso site revistapecuariabrasil.com.br

Com a colaboração de Luiz Guilherme Gonzaga Silveira, Mauricio Nobuyuki Miyashita Piona, Rafael Silveira Gomes e Antônio Carlos Silveira.

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ponto de vista

“O agronegócio é um setor campeão, em termos de competitividade. Temos que somar esforços para que o Brasil possa realizar o seu grande destino” Geraldo Alckmin, governador de São Paulo 132

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“O Brasil é um país abençoado em clima e solo. Quando o produtor usa esses benefícios, ele tem um custo mais barato. Isso torna o produto brasileiro competitivo” Adriano Varela Galvão, pecuarista e presidente da ACGB

“Precisamos buscar a incorporação de novos rebanhos, PO, LA ou Cara Limpa e na união de todas as raças, promovendo exposições em Uberaba com animais representantes de raças sintéticas de cruzamentos de gado europeu com raças zebuínas e representantes de raças europeias puras. Seria a união de todas as raças” Carlos Viacava, pecuarista

“O Brasil já produz muita carne. Mas o valor da nossa proteína ainda é baixo perante o mercado. O que enxergamos hoje é que precisamos melhorar o produto para poder exportar com melhores preços. Temos quantidade, falta qualidade”

“O expressivo ganho de produtividade conseguido ao longo dos anos pela agricultura brasileira tem permitido gerar emprego e prover alimentos para os 204 milhões de brasileiros, além de garantir as exportações” Fábio Meirelles, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp)

Marcos Pertegato, zootecnista e gerente técnico do ranking ACNB

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ANDAnÇAS CR Ô NICAS SO B RE O COTIDIANO RURAL

carlos aberto da Silva, presidente do Grupo Publique carlos@publique.com

Sem parar

J

unho chegou muito mais rápido do que eu imaginava. E estou aqui de novo, digitando minhas andanças para esta coluna. O tempo está louco, gente. Os últimos 15 dias foram de muita chuva aqui em Porangaba e por aí afora. Mesmo com esse frio todo que anda fazendo. Depois da minha trigésima-primeira ExpoZebu seguida, minhas andanças já me levaram por várias partes do Brasil. Estive em Goiânia, para uma ótima reunião com pecuaristas animados e que fazem o país andar. Entrei em contato com histórias novas, umas alegres, outras nem tanto. Todas, porém, me ensinaram algo novo. Do centro-oeste para São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Porangaba, Ribeirão Preto, Indaiatuba, Dourados. Em cada estrada deste agronegócio, sempre é bom saber que tem gente produzindo, pessoas que não dão a mínima bola para o que alguns chamam de crise. Essa turma não quer saber de intervalo. Eles querem investir, produzir, gerar emprego e renda para os brasileiros. Gente como a turma de alunos da Academia de Líderes da Syngenta, um dos projetos mais estruturados de fidelização que eu tenho conhecimento. Imagine você que a empresa criou uma verdadeira universidade para debater temas relevantes aos sucessores do agronegócio. São filhos e filhas de grandes agricultores e pecuaristas, clientes da empresa. Dividi um dia inteiro com estes alunos, a convite da Syngenta, falando, primeiro, sobre Marketing Rural no cenário atual do agronegócio. E, depois, levando um pouco da minha experiência de 30 anos no sentido de agregar uma mensagem de reflexão ao dia a dia dessa moçada. Foi muito interessante desenvolver um exercício prático para despertar neles a possibilidade de, mesmo trabalhando com o que chamamos de comodities, pensar fora do quadrado e enxergar possibilidades de agregação de valor. Foi muito estimulante e tenho certeza que essa turma vai longe. Uma turma de craques, agrônomos, veterinários e administradores que já estão ou estarão em breve no leme dos negócios da família. Da Academia de Líderes da Syngenta, fui direto palestrar em Dourados, no Mato Grosso do Sul,

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para uma plateia de mais de 200 estudantes. Encerrei o CNAGRO, Congresso Nacional de Inovações Técnico-Científicas, Inclusão Social e Valor Agregado do Agronegócio. Para esta plateia, pude falar sobre valores como sonho, fé, foco, planejamento, persistência, comunicação e até um pouco de marketing e propaganda. Uma atividade que, sem dúvida, tem me proporcionado grandes alegrias e momentos inesquecíveis. Tenho certeza de que estas plateias carregam os verdadeiros líderes do amanhã. É um privilégio que minhas andanças cruzem estes caminhos.


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