Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Crescimento Pessoal Documentos
Hume
Prof. Me.Fabio Antnio da Silva
I. No caso de um juzo moral baseado em uma hiptese falsa, essa preserva alguma
aparncia de verdadeira quando "se atm exclusivamente a tpicos gerais, faz uso de
termos indefinidos e emprega analogias em vez de exemplos concretos."
Caractersticas,
segundo
Hume,
so
prprias
de
filosofias
que
atribuem
Se, ao recorrermos ao tipo de investigao que aqui Hume critica, podemos chegar a
concluso de que a culpa e o demrito consiste na hostilidade e no desservio
retribudo pelo ingrato, tambm concluiremos, no entanto, que a hostilidade, por
exemplo, s pode ser condenada quando dirigidas s pessoas que anteriormente
agiram com boa vontade para conosco. Ou seja, nosso julgamento que infere
ingratido a um fato no consiste na aplicao de uma regra geral da razo a um caso
especfico.
Caso assim fosse, poderamos inferir que a relao moral que a razo estabelece no
caso da ingratido de CONTRARIEDADE, onde h boa vontade de um lado e
hostilidade de outro. No entanto, se o caso analisado ocorresse em ordem inversa
essa contrariedade no seria objeto de censura. Se o primeiro sujeito tivesse agido
com hostilidade e o segundo lhe retribudo com boa vontade, mesmo esse
empregando uma relao de contrariedade seria alvo de elogio mais facilmente
que censura.
Em verdade, nos dir Hume, nosso julgamento moral: "decorre de um complexo de
circunstncias que, ao se apresentarem ao espectador, provocam o sentimento de
censura, em funo da peculiar estrutura e organizao da mente".
No caso de conhecimentos matemticos, por exemplo, facilmente estabelecemos
relaes entre as regras gerais e extramos resultados particulares:
2+3 = 10/2
J no caso da moral Hume julga impossvel estabelecer tais relaes to prprias a
faculdade racional de nossa mente.
Mesmo que se sustente que a moralidade consiste nas relaes entre as aes e as
regras do direito, se nos perguntarmos em que consiste essas regras do direito
poderemos dizer que elas so fruto do exame que a razo faz das aes morais, assim
um ciclo obscuro que procura fundamentar as aes morais no direito e o
direito nas aes morais se estabelece e torna a matria inteligvel e at mesmo
II. Uma outra distino apresentada por Hume entre as matrias de que pelo puro
exame da razo somos capazes de julgar e a moralidade, da qual o sentimento
imprescindvel, consiste na diferena entre raciocnio lgico
e as deliberaes
morais.
Em ambos os casos necessrio um conhecimento das situaes particulares e
suas distintas relaes.
Assim, como ao determinarmos as propores de um tringulo necessrio conhecer
a natureza e as relaes de suas diversas partes, ao deliberar sobre nossa conduta
frente uma emergncia devemos levar em considerao as situaes particulares e
suas relaes.
No entanto, no caso do Raciocnio lgico, quando consideramos as vrias relaes de
um triangulo, por exemplo, inferimos algo a partir dessas consideraes e
exclusivamente a partir delas. J nas deliberaes morais precisamos estar
familiarizados com as varias relaes particulares e o resultado destas para, s ento,
determinar nossa escolha.
Nas palavras de Hume:
"Nas
indagaes
do
entendimento
inferimos,
partir
de
relaes
de
recriminao".
afeto
ou
desagrado,
estima
ou
repdio,
aprovao
ou
O exemplo da tragdia de dipo, que ao matar Laio julgou estar certo de seus atos,
explicitam esse processo. Aps saber de seu parentesco com Laio, dipo muda o
julgamento que fez e se considera culpado de um parricdio.
Ns espectadores, por outro lado, por reconhecermos a ignorncia de dipo no ato do
assassinato de Laio, podemos optar por consider-lo inocente.
O mesmo no ocorreria ao avaliarmos as atitudes de Nero que, ao matar sua me
Agripina, conhecia previamente todas as relaes entre ele e sua vtima.
Isso no significa afirmar que o fato de Nero saber de suas relaes com Agripina
que o fazem tom-lo como algum digno de reprovao, e o fato de dipo
desconhecer suas relaes com Laio que o tornam digno de misericrdia, mas esses
fatos, e as relaes dadas por eles, nos indicam o embrutecimento e falta de
sentimentos de dever de Nero frente a dipo que despertam em ns esse sentimento
de aprovao ou reprovao.
Para Hume:
" nesses sentimentos, portanto, e no na descoberta de qualquer espcie de
relaes,
que
consistem
todas
as
determinaes
morais.
Antes
de
dimenses;
sua
beleza
elegncia
surgem
apenas
dos
de Nero quando
Referncia: