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O debate na literatura especializada acerca do modo como Aristóteles tratou o fenômeno da acrasia, sobretudo a partir do século XIX, revela leituras em muito conflitantes entre, por um lado, uma leitura não-intelectualista, segundo a qual... more
O debate na literatura especializada acerca do modo como
Aristóteles tratou o fenômeno da acrasia, sobretudo a partir do século
XIX, revela leituras em muito conflitantes entre, por um lado, uma leitura
não-intelectualista, segundo a qual a acrasia seria tratada por Aristóteles
como ‘falta de domínio de si devido à fraqueza da vontade’; por outro
lado, a acrasia seria, segundo uma leitura intelectualista, não ‘uma falta
ou fraqueza da vontade, mas uma certa falta de conhecimento’ no
momento do agente moral agir. Queremos, neste texto, defender que
Aristóteles apresenta uma proposta não-intelectualista da acrasia. Ao
defendermos tal leitura, discutiremos por que acreditamos que tal
proposta não-intelectualista defendida por Aristóteles não é conflitante
com uma posição intelectualista por ele apresentada em passagens de EN
VII, livro onde justamente a acrasia é tratada de modo ex professo.
Muito já se escreveu e ainda se escreve sobre o método na Ética a Nicômaco de Aristóteles. O propósito que move a redação deste artigo não é o de entrar em tal debate, mas o de examinar parcialmente uma passagem (EN VII 1, 1145b2-7)... more
Muito já se escreveu e ainda se escreve sobre o método na Ética a Nicômaco de Aristóteles. O propósito que move a redação deste artigo não é o de entrar em tal debate, mas o de examinar parcialmente uma passagem (EN VII 1, 1145b2-7) freqüentemente visitada por aqueles que analisam o método na ética aristotélica. Ao comentar esta passagem em um célebre artigo, Jonathan Barnes observa que o método empregado na Ética a Nicômaco, denominado por Barnes ‘o método das endoxa’, é composto de três elementos. O primeiro elemento de tal método consiste em estabelecer os phainomena (tithenai ta phainomena), isto é, consiste em estabelecer as opiniões reputáveis (ta endoxa) sobre os objetos da ética. Neste artigo trataremos deste primeiro elemento do método em questão. Examinaremos os porquês de Aristóteles recorrer a opiniões reputáveis (endoxa) no método empregado na Ética a Nicômaco e, então, verificaremos se tal uso das endoxa autoriza a considerar de modo apropriado a ética aristotélica como uma ética do senso comum.
Advertimos que não temos como propósito a releitura de algum ponto específico de alguma parte da obra de Aristóteles ou uma nova interpretação acerca de alguma passagem, conceito ou ‘doutrina’ do corpus. Pretendemos tão somente... more
Advertimos que não temos como propósito a releitura de algum ponto específico de alguma parte da obra de Aristóteles ou uma nova interpretação acerca de alguma passagem, conceito ou ‘doutrina’ do corpus. Pretendemos tão somente estabelecer certo percurso de análise de um dos importantes conceitos da sua filosofia, a saber, o lógos, a partir da investigação de outro conceito de fundamental importância nos seus textos, a potência, percurso esse que conduz a um aparente paradoxo (o qual constituir-se-á no objeto norteador da nossa pesquisa), qual seja, por um lado, de uma perspectiva física, o lógos confere potencialidade para o homem não ficar totalmente sujeito à necessidade do mundo sublunar, permitindo-lhe agir na contingência que este comporta; por outro, de um ponto de vista prático, esse mesmo lógos tende a encerrar o homem em certa necessidade.
Research Interests:
Examinaremos, neste artigo, em que medida a investigação acerca da virtude na Ética a Nicômaco tem como propósito possibilitar a felicidade e como essa pressupõe a vida coletiva na pólis. Procuraremos examinar, através da relação entre a... more
Examinaremos, neste artigo, em que medida a investigação acerca da virtude na Ética a Nicômaco tem como propósito possibilitar a felicidade e como essa pressupõe a vida coletiva na pólis. Procuraremos examinar, através da relação entre a virtude, a felicidade do indivíduo, a pólis e o bem da pólis, como a boa organização da pólis apresenta-se, de certo
modo, como condição necessária, ainda que não suficiente, para a vida virtuosa do indivíduo e, conseqüentemente, para a vida feliz, fim último próprio ao homem, como atesta a EN a partir dos seus capítulos iniciais.
Research Interests:
Nosso propósito, neste artigo, é aproximar dois modelos éticos distintos, o kantiano e o aristotélico, com o intuito de detectar alguns pontos comuns onde talvez possamos encontrar certo
diálogo entre ambos os modelos éticos.
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Este livro reúne contribuições de diversas áreas e perspectivas referentes ao estudo da cognição, emoção e ação e das conexões entre elas. Os seus capítulos foram agrupados em três partes, de acordo com a predominância de seu conteúdo:... more
Este livro reúne contribuições de diversas áreas e perspectivas referentes ao estudo da cognição, emoção e ação e das conexões entre elas. Os seus capítulos foram agrupados em três partes, de acordo com a predominância de seu conteúdo: história da filosofia; ciências cognitivas; ciências humanas e sociais. Há, ainda, uma entrevista com o Prof. Lauro F. B. da Silveira, a quem a obra é dedicada.