O jornal "Zero Hora" publicou neste domingo (11) uma reportagem em que informa que, no dia seguinte à posse de Dilma Rousseff como ministra-chefe da Casa Civil, em 21 de junho de 2005, o Departamento de Estado americano recebeu um documento de quatro páginas enviado pelo Consulado dos Estados Unidos em São Paulo.
O dossiê, que apesar de ter sido desclassificado, foi carimbado como "sensível", traça um perfil completo da ministra. Nele há o passado de guerrilheira no regime militar, quando foi presa e torturada, e seu trabalho atual como técnica prestigiada, classificada como durona e workaholic e que, às vezes, não respeita hierarquia.
O documento traz ainda detalhes como o gosto musical e a recente dieta adotada por Dilma, que, inclusive, foi feita também pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No texto há a informação que o primeiro marido de Dilma, Claudio Linhares, seqüestrou um avião e vive em Cuba, que a ministra está separada do segundo (Carlos Araújo, advogado e igualmente ex-guerrilheiro), e que costuma passar os finais de semana com Paula Rousseff Araújo, filha dela e Araújo, que mora em Porto Alegre.
Veja abaixo trechos do documento publicados pelo "Zero Hora":
“Ela se tornou ativamente envolvida com a oposição ao regime da ditadura militar em 1967, aos 19 anos, enquanto cursava economia em Minas Gerais. (...) (Em janeiro de 1970, aos 22 anos), ela foi capturada pelo regime e aprisionada por três anos (o promotor público chamou-a de Joana D’Arc dos subversivos).”
“Ela está atualmente separada do seu segundo marido (que também era um militante da oposição). Ela tem uma filha, Paula, em Porto Alegre, onde passa os finais de semana. Gosta de cinema e música clássica. Recentemente ela perdeu peso, depois de, conforme foi divulgado, adotar a dieta do presidente.”
“Elas (companhias americanas de energia) a saúdam por sua disposição em ouvir e responder a posições e idéias, mesmo quando estava inclinada a uma conclusão diferente. Ela tem uma reputação de negociadora dura, persistente e muito atenta aos detalhes.”
“Alguns no Congresso reclamam que Rousseff não entende de política partidária. (...) Seu conselheiro sênior nos disse que ela, às vezes, não leva em consideração hierarquia, preferindo chamar diretamente empregados técnicos, passando por cima de seus supervisores.”
Em outra reportagem, o jornal informa que uma equipe de diplomatas foi enviada à terceira edição do Fórum Social Mundial em Porto Alegre, em janeiro de 2003, para relatar diretamente ao governo americano o que se passava no evento.
Parte do material produzido, obtido pelo jornal “Valor Econômico” junto ao Departamento de Estado dos Estados Unidos, mostra que dois telegramas, de cinco páginas cada, dão atenção especial aos passos do recém-eleito presidente Luiz Inácio Lula da Silva (clique aqui para ler a reportagem completa).
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