24/06/2016 16h51 - Atualizado em 24/06/2016 19h05

Por que feijão se chama carioca se não é o mais consumido no RJ?

Nome surgiu devido a semelhança do grão com uma raça de porco.
Variedade é a preferência de 60% dos brasileiros, segundo a Embrapa.

João QueroDo G1, em São Paulo

O feijão Carioca, que virou assunto nacional devido sua alta nos preços, curiosamente não tem nenhuma ligação com o Rio de Janeiro. O nome da variedade mais popular no Brasil surgiu devido a sua semelhança com uma raça de porco, há quase 50 anos, em uma fazenda no interior de São Paulo.

O tipo "carioquinha", como é conhecido, é a preferência de 60% dos brasileiros, segundo a Embrapa. Sua história começou no município de Palmital, interior de São Paulo - bem longe do Rio de Janeiro, contradizendo o boato que compara as listras do grão com o desenho do famoso calçadão de Copacabana. A origem é resultado do cruzamento natural de outras variedades do grão.

No início dos anos 70, em um acompanhamento de campo dos pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), um produtor da região apresentou um grão diferente, que havia aparecido na sua plantação, de cor marrom-clara e listras escuras. 

"Nessa época, o IAC já fazia um trabalho para desenvolver novos tipos de feijão. Quando o produtor apresentou o grão, foram feitos testes e foi observado que a variedade era mais resistente a doenças e mais produtiva", contou pesquisador do IAC, Alisson Fernando Chiorato.

A característica marrom-rajada do grão foi associado a coloração de uma raça de porco criada na região conhecida como “Carioca” - que também tem uma pelagem marrom clara e manchas escuras. Em 1971, o IAC lançou oficialmente o feijão Carioca e começou a distribuir amostras para o cultivo. Desde a descoberta do feijão carioca, já foram desenvolvidas 42 variações de feijão do mesmo tipo, segundo o Instituto.

Chiorato também contou que o surgimento do Carioquinha impulsionou o mercado do feijão. Antes o grão era comercializado apenas em feiras, por peso. A partir do aperfeiçoamento, aumentou sua oferta e a indústria empacotadora se interessou pelo produto - surgindo diferentes tipos e marcas.

O presidente em exercício, Michel Temer, anunciou na quarta-feira (22), medidas de estímulo à importação do feijão, para reduzir o preço.

De acordo com o IBGE, que mede a variação nas capitais, o preço do feijão subiu 33,49% no ano até maio. No acumulado dos últimos 12 meses até maio, a alta é de 41,62%.

A previsão para safra atual de feijão é de 2.925,7 mil toneladas, uma redução de 6% em comparação com a safra de 2014/15, com 3.115,3 mil toneladas, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).   

Veja abaixo uma matéria do Jornal Nacional, do dia 23 de outubro de 2009, sobre os 40 anos do feijão carioca.

 

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