Com previsão de público inicial de 70 mil pessoas, a cerimônia de posse da presidente Dilma Rousseff, neste sábado (1º), em Brasília, reuniu 30 mil pessoas, segundo a assessoria de comunicação da Polícia Militar do Distrito Federal. A posse de Dilma foi marcada pela chuva, que contribuiu para afastar o público, de acordo com a polícia.
A cerimônia começou no início da tarde, quando a petista se deslocou da Granja do Torto para a Catedral de Brasília. A chuva começou depois que Dilma deixou o Torto, e ela não pôde desfilar em carro aberto até o Congresso. A capota do Rolls Royce presidencial ficou fechada durante todo o trajeto até a sede do Legislativo federal.
O tempo melhorou depois que a presidente tomou posse. Quando deixou o Congresso, sem chuva, ela desceu a rampa, passou as tropas em revista e desfilou em carro aberto ao lado da filha, Paula. Para a PM, esse foi o momento em que mais pessoas estiveram reunidas nos gramados da Esplanada
Para estimar o público, a polícia utilizou no cálculo informações sobre ônibus previstos para chegar à capital, movimento em aeroportos, informações sobre comitivas oficiais e dados das secretarias de segurança dos estados.
Após a trégua, a chuva voltou no fim da tarde e atrapalhou os shows da festa.
No palco montado pelo governo do Distrito Federal, cerca de 500 pessoas acompanhavam a apresentação de artistas por volta das 20h30 deste sábado, de acordo com a PM.
Multidão se reúne para assistir à posse de Dilma (Foto: Cleber Medeiros/Agência Senado)
Dilma foi saudada durante todo seu percurso por Brasília, com direito a cartazes. Uma multidão também se reuniu para assistir ao discurso de Dilma em telões e também acompanhar a chegada dela ao Congresso Nacional.
Um grupo de mulheres de Brasília assistiu à cerimônia de posse em frente ao Planalto usando cópias da faixa presidencial. “É para mostrar que nós vamos governar com ela”, disse Rita Felicetti. “Nós e todas as mulheres, mães, trabalhadoras, vamos mostrar a força da mulher no poder”. Eliete Cunha, da cidade de Iconha, no do Espírito Santo, levou 22 horas de ônibus para chegar à Brasília e acompanhar a posse de Dilma. Ela foi a primeira pessoa a entrar na área reservada para o público na frente do Palácio do Planalto na manhã deste sábado (1º).
O professor de esperanto Amarílio Carvalho, 78 anos, esteve nas duas posses de Lula, em 2002 e 2006. Aposentado de Barra do Garças (MT), ele disse que também faz bico de Papai Noel e se veste de Tiradentes. “Sempre venho para Brasília em 21 de abril e na festa de 7 de setembro. Eu gosto da Dilma e acho que ela vai governar bem o país.”
Os seguranças tiveram trabalho para evitar uma invasão da população na despedida de Lula. Primeiro, tentaram conter a imprensa. Depois, partiram para segurar o avanço do público. "Era muita gente. Não deu pra segurar", disse um dos responsáveis pela segurança. Durante sua despedida, Lula foi ao encontro do público após descer a rampa do Palácio do Planalto.
Muitos abraços, fotos e músicas deram um tom emocional para os últimos momentos do ex-presidente Lula na capital federal antes de voltar para São Bernardo do Campo. Cerca de 80 pessoas credenciadas – amigos, familiares, políticos e petistas – foram até a Base Aérea do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek para dar adeus ao petista.
Em meio a músicas como “Amigos para Sempre” e “Tema da Vitória”, a estudante universitária Giovana Morais, de 19 anos, se emocionou. “Fiquei toda arrepiada. O olho encheu de água”, contou. Para homenagear a presidente Dilma Rousseff, ela e três primas que vieram de Juiz de Fora para a posse vestiram faixas presidenciais.
Duas das primas, Laura, de nove anos, e Luiza, de 11, fizeram uma placa com estrelas e corações para o ex-presidente. Na lembrança, uma frase que foi muito vista em faixas e camisetas: “valeu Lula”.
(Com reportagem de Fabio Tito, Maria Angélica Oliveira, Mariana Oliveira, Marília Juste e Glauco Oliveira)
Seguranças tentam conter invasão (Foto: Marília Juste/G1)