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Observatório da Imprensa

ISSN 1519-7670 - Ano 14 - nº 534 - 6/10/2009
  Imprensa em Quest�o
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�ERRAMOS� ENVERGONHADO
Folha publicou ficha falsa de Dilma

Por Luiz Antonio Magalh�es em 25/4/2009

A Folha de S. Paulo reconheceu neste s�bado (25/4) que publicou, na edi��o de 5 de abril, junto com reportagem que tratava de um suposto plano para sequestrar o ent�o ministro Delfim Netto, um documento falso sobre a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. O reconhecimento do jornal � boa not�cia, mas poderia ter sido mais elegante. "Autenticidade de ficha de Dilma n�o � provada", diz o t�tulo da mat�ria reproduzida abaixo.

Ora, o jornal informa que a ficha publicada foi recebida por e-mail, est� no site ultradireitista Ternuma e n�o existe no Arquivo P�blico do Estado de S�o Paulo, onde estariam guardados os documentos do Dops. O correto, portanto, seria dizer que a ficha � falsa, pura e simplesmente. O reconhecimento envergonhado do erro s� piora as coisas para a Folha, que por sinal n�o deu o mesmo espa�o para desfazer o equ�voco do que ele mereceu na edi��o de 5 de abril, quando teve chamada na primeira p�gina do jornal. Errar � humano, reconhecer o erro � obriga��o de quem erra. Com igual espa�o e destaque, de prefer�ncia.

Al�m da quest�o do espa�o e destaque, cabe notar que a Folha marotamente publicou, abaixo da mat�ria sobre o erro da ficha, uma reportagem sobre a "volta" de Del�bio Soares ao PT. Cabia ali, claro, Dilma tamb�m � petista, mas � imposs�vel n�o perceber a m�o leve da editorializa��o do notici�rio. � quase como se o jornal confessasse: "errei, mas este PT n�o presta mesmo...".

***

Autenticidade de ficha de Dilma n�o � provada

Reproduzido da Folha de S. Paulo, 25/4/20009

"Folha tratou como aut�ntico documento, recebido por e-mail, com lista de a��es armadas atribu�das � ministra da Casa Civil

Reportagem reconstituiu participa��o de Dilma em atos do grupo terrorista VAR-Palmares, que lutou contra a ditadura militar

DA SUCURSAL DO RIO

A Folha cometeu dois erros na edi��o do dia 5 de abril, ao publicar a reprodu��o de uma ficha criminal relatando a participa��o da hoje ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) no planejamento ou na execu��o de a��es armadas contra a ditadura militar (1964-85).

O primeiro erro foi afirmar na Primeira P�gina que a origem da ficha era o �arquivo [do] Dops�. Na verdade, o jornal recebeu a imagem por e-mail. O segundo erro foi tratar como aut�ntica uma ficha cuja autenticidade, pelas informa��es hoje dispon�veis, n�o pode ser assegurada -bem como n�o pode ser descartada.

A ficha datilografada em papel em tom amarelo foi publicada na �ntegra na p�gina A10 e em parte na Primeira P�gina, acompanhada de texto intitulado �Grupo de Dilma planejou sequestro de Delfim Netto�.

Internamente, foi editada junto com entrevista da ministra sobre sua milit�ncia na juventude. Sob a imagem, uma legenda ressaltou a incorre��o dos crimes relacionados: �Ficha de Dilma ap�s ser presa com crimes atribu�dos a ela, mas que ela n�o cometeu�.

O foco da reportagem n�o era a ficha, mas o plano de sequestro em 1969 do ent�o ministro Delfim Netto (Fazenda) pela organiza��o guerrilheira � qual a ministra pertencia, a VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucion�ria Palmares). Ela afirma que desconhecia o plano.

Em carta enviada ao ombudsman da Folha anteontem, Dilma escreve: �Apesar da minha negativa durante a entrevista telef�nica de 30 de mar�o (...) a mat�ria publicada tinha como t�tulo de capa �Grupo de Dilma planejou sequestro do Delfim�. O t�tulo, que n�o levou em considera��o a minha veemente negativa, tem caracter�sticas de �fact�ide�, uma vez que o fato, que teria se dado h� 40 anos, simplesmente n�o ocorreu. Tal procedimento n�o parece ser o padr�o da Folha.�

A reportagem da Folha se baseou em entrevista gravada de Antonio Roberto Espinosa, ex-dirigente da VPR (Vanguarda Popular Revolucion�ria) e da VAR-Palmares, que assumiu ter coordenado o plano do sequestro do ex-ministro e dito que a dire��o da organiza��o tinha conhecimento dele.

Tr�s dias depois da publica��o da reportagem, Dilma telefonou � Folha pedindo detalhes da ficha. Dizia desconfiar de que os arquivos oficiais da ditadura poderiam estar sendo manipulados ou falsificados.

O jornal imediatamente destacou rep�rteres para esclarecer o caso. A reportagem voltou ao Arquivo P�blico do Estado de S�o Paulo, que guarda os documentos do Dops. O acervo, por�m, foi fechado para consulta porque a Casa Civil havia encomendado uma varredura nas pastas. A Folha s� teve acesso de novo aos pap�is cinco dias depois.

No dia 17, a ministra afirmou � r�dio Itatiaia, de Belo Horizonte, que a ficha � uma �manipula��o recente�.

Na carta que enviou ao ombudsman, Dilma escreveu: �Solicitei formalmente os documentos sob a guarda do Arquivo P�blico de S�o Paulo que dizem respeito a minha pessoa e, em especial, c�pia da referida ficha. Na pesquisa, n�o foi encontrada qualquer ficha com o rol de a��es como a publicada na edi��o de 5.abr.2009. Cabe destacar que os assaltos e a��es armadas que constam da ficha veiculada pela Folha de S. Paulo foram de responsabilidade de organiza��es revolucion�rias nas quais n�o militei. Al�m disso, elas ocorreram em S�o Paulo em datas em que eu morava em Belo Horizonte ou no Rio de Janeiro. Ressalte-se que todas essas a��es foram objeto de processos judiciais nos quais n�o fui indiciada e, portanto, n�o sofri qualquer condena��o. Repito, sequer fui interrogada, sob tortura ou n�o, sobre aqueles fatos.�

A ministra escreveu ainda: �O mais grave � que o jornal Folha de S.Paulo estampou na p�gina A10, acompanhando o texto da reportagem, uma ficha policial falsa sobre mim. Essa falsifica��o circula pelo menos desde 30 de novembro do ano passado na internet, postada no site www.ternuma.com.br (�terrorismo nunca mais�), atribuindo-me diversas a��es que n�o cometi e pelas quais nunca respondi, nem nos constantes interrogat�rios, nem nas sess�es de tortura a que fui submetida quando fui presa pela ditadura. Registre-se tamb�m que nunca fui denunciada ou processada pelos atos mencionados na ficha falsa.�

Fontes

Dilma integrou organiza��es de oposi��o aos governos militares, entre as quais a VAR-Palmares, um dos principais grupos da luta armada. A ministra n�o participou, no entanto, das a��es descritas na ficha. �Nunca fiz uma a��o armada�, disse na entrevista � Folha de 5 de abril. Devido � milit�ncia, foi presa e torturada.

Na apura��o da reportagem do dia 5, o jornal obteve centenas de documentos com fontes diversas: Superior Tribunal Militar, Arquivo P�blico do Estado de S�o Paulo, Arquivo P�blico Mineiro, ex-militantes da luta armada e ex-funcion�rios de �rg�os de seguran�a que combateram a guerrilha.

Ao classificar a origem de cada documento, o jornal cometeu um erro t�cnico: incluiu a reprodu��o digital da ficha em papel amarelo em uma pasta de nome �Arquivo de SP�, quando era origin�ria de e-mail enviado � rep�rter por uma fonte.

No arquivo paulista est� o acervo do antigo Dops, sigla que teve v�rios significados, dos quais o mais marcante foi Departamento de Ordem Pol�tica e Social. Na ditadura, era a pol�cia pol�tica estadual.

Entre as imagens reproduzidas pelo arquivo, a pedido da Folha, n�o estava a ficha. �Essa ficha n�o existe no acervo�, diz o coordenador do arquivo, Carlos de Almeida Prado Bacellar. �Nem essa ficha nem nenhuma outra ficha de outra pessoa com esse modelo. Esse modelo de ficha a gente n�o conhece.�

Pelo menos desde novembro a ficha est� na internet, destacadamente em sites que se op�em � prov�vel candidatura presidencial de Dilma.

O Grupo Inconfid�ncia, de Minas Gerais, mant�m no ar uma reprodu��o da ficha. A entidade re�ne militares e civis que defendem o regime instaurado em 1964. Seu criador, o tenente-coronel reformado do Ex�rcito Carlos Claudio Miguez, afirma que a ficha �est� circulando na internet h� mais de ano�. Sobre a autenticidade, comentou: �N�o posso garantir. N�o fomos n�s que a botamos na internet�.

Pesquisadores acad�micos, opositores da ditadura e ex-agentes de seguran�a, se dividem. H� quem identifique ind�cios de fraude e quem aponte sinais de autenticidade da ficha. Apenas parte dos acervos dos velhos Dops est� nos arquivos p�blicos. Muitos documentos foram desviados por funcion�rios e hoje constituem arquivos privados."

Comentários (35)
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Pedro pereira Pereira , Palmas-TO - oleiro
Enviado em 4/5/2009 às 7:41:46 PM
Nova ficha da companheira EStela aparecendo por ai< aquela que n�o participou de nada que nunca fez nada e s� estava no lugar errada na hora errada.Me parece que nesta ficha falsa seus companheiros de infortunio n�o levavam seu posicionamento muito a s�rio!! Parece tbem que n�o fazima muita quest�o que ela fosse parte das trocas, SEr� porqu�? Mas acho que dever ser falsa tbem. At� as elei�oes, qualquer noticia sobre a companheira Dilma ser�o Falsas, menos as que forem ben�ficas a sua campanha. O masqueteiro do Lula J� est� em a�ao pra transformar em trunfo o que a vida transforma em trajedia, e ainda vai culpar a oposi��o.
Cassiano  Scherner , Porto Alegre-RS - Jornalista
Enviado em 28/4/2009 às 6:53:19 PM
Isto � s� a ponta do "iceberg"...em breve o passado da "Companheira Estela" vai come�ar a ser levado ao p�blico...Ali�s, j� come�ou..� s� ver a mat�ria do jornalista Luiz Maklouf Carvalho na revista Piau� deste m�s.
Carlina Ribeiro , Riber�o Preto-SP - Pesquisadora
Enviado em 27/4/2009 às 11:28:20 AM
cade o EUGENIO BUCCI pra comentar isso? rsrsrs
Sergio Ribeiro , S�o Paulo-SP - banc�rio
Enviado em 27/4/2009 às 10:26:06 AM
Mais uma prova de que a extrema direita, tipo Ternuma, Olavo de Carvalho e outras figurinhas, sempre recorrem a mentiras, manipula��es grosseiras, fraudes e boatos. [ ].
antonio carlos ramos de oliveira , uberaba-MG - jornalista
Enviado em 27/4/2009 às 12:14:04 AM
O que aconteceu com a jornalista que fez essa barbaridade? Foi demitida? E o editor do caderno, sofreu alguma san��o por deixar ir para o p�blico tamanha irresponsabilidade? E o secret�rio de reda��o, sofreu alguma san��o? A Folha n�o explicita isso.
Fabio Passos , Curitiba-PR - Engenheiro
Enviado em 27/4/2009 às 12:01:46 AM
Frias est� mesmo desesperado para tentar eleger z� serra. Que pouca vergonha.
sylvia moretzsohn , rio de janeiro-RJ - professora
Enviado em 26/4/2009 às 7:36:29 PM
De fato, Samuel! A nov�ssima teoria do jornalismo, elaborada por esse especialista em islamismo, juda�smo, cristianismo, terrorismo, multiculturalismo, racismo e urbanismo - nunca � demais lembrar de um de seus mais recentes artigos: as favelas est�o em lugares inabit�veis... deve ser por isso que a encosta do Jo�, na entrada da Barra da Tijuca, est� repleta de mans�es! Como esquecer a grande teoria do jornalismo baseada no teste de hip�teses? Primeira hip�tese (da publica��o original): a principal fonte implicada, uma ministra de Estado, n�o vai correr atr�s da informa��o. Segunda hip�tese (do tal "erramos" deste s�bado): o p�blico � idiota.
sonia  avino , santos-SP - psicanalista
Enviado em 26/4/2009 às 6:40:51 PM
a folha ja era...
Samuel Lima , Joinville-SC - Jornalista e professor universit�rio
Enviado em 26/4/2009 às 12:58:14 PM
Car�ssima profa. Sylvia Moretzsohn, concordo integralmente com sua an�lise. A �nica explica��o pl�us�vel para o "erro" grosseiro talvez esteja na moderna teoria do jornalismo, cujo pai � o Ali Kamel: a "folha" testou hip�teses...
jairo  arco e flexa , sampa-SP - autor teatral
Enviado em 26/4/2009 às 2:27:03 AM
"Autenticidade de ficha de Dilma n�o � provada" � de um cinismo atroz. Lembra uma cena do �timo filme sobre o macartismo em Hollywood , "Culpado por Suspeita", com Robert De Niro, em que se v� em a��o o diretor de uma das muitas firmas picaretas que arrancavam dinheiro dos est�dios para provar que determinados artistas n�o eram comunistas. Ao cabo de uma dessas custosas "investiga��es", o chef�o do est�dio pergunta ao dono da firma picareta se descobrira, afinal, se determinado artista era ou n�o comunista. "N�o podemos dizer que ele � comunista", responde o pilantra. "Mas tamb�m n�o podemos garantir que ele n�o seja comunista"
Ivan Moraes , Newark, NJ-MG - sem profissao
Enviado em 26/4/2009 às 12:39:35 AM
Rogerio aas 6:33: IDEM!!!!!!
Ivo A. Auerbach , Florian�polis-SC - Aposentado
Enviado em 25/4/2009 às 11:18:54 PM
Quem diria, hem? A Veja est� fazendo escola! Seu pupilo mais recente � o jornal a Folha de S�o Paulo! Se continuar neste rumo, ter� o mesmo destino dessa imprensa chinfrim.
Bruno Santos , Rio de Janeiro-RJ - Professor
Enviado em 25/4/2009 às 10:17:32 PM
Decepcionante a an�lise. Pauta n�o � not�cia, ponto final. Se a autenticidade do documento n�o pudesse ser comprovada n�o se poderia publicar. O que a Folha fez - e quem vem redistribuindo essa "ficha" tamb�m fez - � crime: chama-se DIFAMA��O. Que esteja circulando na internet ou em boca de Matilde n�o faz diferen�a nenhuma: pauta n�o � not�cia e ponto final.
Jose de Almeida Bispo , Itabaiana-SE - Publicitario e radialista
Enviado em 25/4/2009 às 8:20:39 PM
Vai chegar o momento em que Otavinho (Frias) vai ter que escolher: ou mant�m sua voraz oposi��o ao lulo-petismo a qualquer custo, inclusive com idiotices como essa que acaba de protagonizar, e afunda de vez o jornal; ou volta a fazer jornalismo como h� muito n�o se faz por ali, para purgar o longo calv�rio at� readquirir credibilidade pra defender seu candidato Serra. Do jeito que est�, � apenas um macro panfleto que vai se esvair a cada dia at� a consuma��o final. Possivelmente antes de janeiro de 2011. Quando o feiti�o � demais, vira bicho e come o pr�prio dono.
ubirajara sousa , slz-MA - psic�logo
Enviado em 25/4/2009 às 7:57:52 PM
O articulista utiliza-se de um m�todo s�rdido, no meu entender, para garantir a d�vida sobre a autenticidade ou n�o da ficha. Come�a "malhando" a Folha mas, aos poucos, vai pondo a pulga atr�s da orelha de quem l� o seu artigo. Prezado Senhor, j� estou vacinado contra esse tipo de subterf�gio. Assuma: o Senhor acha que a ficha � verdadeira?
Luciano Prado , Rio de Janeiro-RJ - advogado
Enviado em 25/4/2009 às 7:56:27 PM
Quem d� como fato um panfleto ap�crifo que circula pela internet h� bastante tempo como sendo algo aut�ntico, verdadeiro age dolosamente, de m� f�. N�o se trata de erro, portanto. Ningu�m em s� consci�ncia pode chamar isso de jornalismo. � esgoto mesmo, dos mais f�tidos. � um desaforo entregue em casa. Depois, v�m alguns �jornalistas� acusar os leitores e internautas de mal educados.
Marcelo Conti , S�o Paulo-SP - Bibliotec�rio
Enviado em 25/4/2009 às 7:45:52 PM
A folha (min�scula mesmo) h� muito � um jornal presun�oso, partid�rio e sem credibilidade; Por falar em falta de credibilidade, buscar informa��es com o Ustra � o c�mulo. Se n�o fosse t�o grotesco, seria ris�vel. Ela est� afundando na lama muito rapidamente. Logo, logo chegar� ao fundo e chafurdar� com a "revista" veja. Falta bem pouquinho!
Paulo Pereira , S J Campos-SP - .
Enviado em 25/4/2009 às 7:38:56 PM
No blog do Pedro Doria tem uma entrevista com o tenente-coronel norte-americano Steven Kleinman falando sobre m�todos de tortura. Destaco este trecho: �� que o objetivo prim�rio deste tipo de interrogat�rio n�o � obter a verdade. � produzir fatos pol�ticos�. A �ficha� da Dilma, mesmo que fosse do DOPS, n�o passa de uma �ficha� de acusa��es . Portanto, n�o tem validade hist�rica e nem jur�dica. A Folha envergonhou os rep�rteres e jornalistas divulgando coisas colhidas a esmo na Internet. Definitivamente, ela jogou a sua credibilidade no lixo.
Marcelo Idiarte , Porto Alegre-RS - Diagramador
Enviado em 25/4/2009 às 6:56:44 PM
A Folha perdeu o pudor e os par�metros h� muito tempo, basta lembrar o comportamento do jornal � �poca do forjado "Dossi� Cayman", do grampo no BNDES...
walter ferreira , Natal-RN - Farmac�utico
Enviado em 25/4/2009 às 6:37:42 PM
A Folha n�o errou ao publicar a ficha da Ministra Dilma, ela sabia exatamente o que estava publicando, qualquer jornalzinho de escola, procuraria saber da veracidade da ficha. O que foi feito n�o s� neste caso, como em outros, foi o jornalismo mal car�ter. Este tipo de jornalismo n�o se sustentar� por muito tempo. Espero.
Rog�rio Ferraz Alencar , Fortaleza-CE - ATRFB
Enviado em 25/4/2009 às 6:33:09 PM
"N�o � um "erramos" envergonhado: � um "erramos" vergonhoso." Concordo com Sylvia Moretzsohn. E acho mais: o pr�prio t�tulo do erramos vergonhoso, "Autenticidade de ficha de Dilma n�o � provada", � uma vergonha � parte. Quem n�o soube sobre a vergonha anterior e leu agora esse t�tulo, "Autenticidade de ficha de Dilma n�o � provada" pode imaginar mil coisas. At� que Dilma Roussef falsificou alguma ficha em benef�cio pr�prio. O Ternuma, n�o custa lembrar, � encabe�ado por ningu�m menos que Carlos Alberto Brilhante Ustra, sobre quem pesam v�rias den�ncias de ter sido torturador a servi�o da ditadura. Dizer que a Folha cometeu "erro t�cnico"ao classificar a origem do documento como "Arquivo de SP" � outra vergonha. N�o dizer a fonte do e-mail � mais uma vergonha. Enfim, esse epis�dio � uma vergonha completa para a Folha.
Paulo Francisco Ramos , s�o paulo-SP - jornalista
Enviado em 25/4/2009 às 6:18:32 PM
O texto publicado pela edi��o deste s�bado da Folha de S. Paulo n�o conta tudo o que precisava ser contado para esclarecer essa hist�ria da reportagem sobre a ministra Dilma Roussef. Mostrou-se o engano, o erro lament�vel, por�m n�o se d� o bastidor de toda essa hist�ria. Cita-se novamente o professor que deu entrevista e depois nega parte das declara��es. Da-se nessa mat�ria como ele seria o autor das informa��es, mas n�o se diz em nenhuma linha que ele mandou uma carta renegando o contexto da mat�ria. Espero que esse tema tenha um longo debate, para que possamos discutir colmo o jornalismo � praticado nos por�es das reda��les. Em tempo: o que aconteceu com a rep�rter que fez essa barbaridade?
Ney Jos� Pereira , S�o Paulo-SP - Contador
Enviado em 25/4/2009 às 5:56:14 PM
A tal "Casa Civil" (minist�rio da Pol�tica Federal) "pediu [e conseguiu!] uma varredura" nas tais "pastas do DOPS" no Arquivo P�blico do Estado de S�o Paulo?. E por isso o "Arquivo P�blico do Estado de S�o Paulo" ficou "fechado" por 5 (cinco) dias?. Ent�o a tal Dilma "falsificou o seu nome e os seus documentos" e a tal "direita" falsificou sua "ficha difamat�ria"?. E a tal Folha (de S. Paulo, hein!) publicou a tal "ficha difamat�ria" acreditando que a tal "ficha difamat�ria" era uma "c�pia (oficial?)"?. P�, eu j� estava achando que a tal ministra passaria ao rol dos "her�is e hero�nas" que lutaram contra a ditadura -principalmente por ter participado do plano para sequestrar o ent�o inimigo -mas, atual neocompanheiro- o tal Delfim!. Estava pensando tamb�m que a rep�rter Fernanda Odilla ganharia o "Pr�mio Esso e Shell e Ipiranga e Petrobr�s e Texaco" pela "melhor reportagem folh�ctica de 2009"!. Talvez em desagravo "os premiadores folh�cticos" dar�o � rep�rter um "pr�mio interno de consola��o"!. Al�, seu Octavinho Frias de Oliveira (o Filho) e senhores sinecuristas e abstratos conselheiros ac�cios, por�m alc�ndores, pois folh�cticos da Folha (de S. Paulo, hein!): Ent�o os seus rep�rteres e seus editores e seus editores-mores n�o sabem distinguir um documento "h� um ano na internet" de um documento oficial?.Afinal, esse tal erramos s� saiu porque foi "exigido" pelo atual "pud�"?.
mano nuno , bel�m-PA - fp�blico
Enviado em 25/4/2009 às 5:42:38 PM
...quando se come�a uma campanha ao um processo eleitoral fora de �poca, ilegal, claramente disafiadora das leis eleitorais deste pa�s, da� os bate-bocas de hoje. Come�am tamb�m a aparecer esses tipos de reportagens, question�veis, da� a grande imprensa falida. No entanto, h� coisas nessas hist�rias que por ter lutado contra e ditadura quer ter h�libi eterno.
antonio barbosa filho , taubat�-SP - jornalista
Enviado em 25/4/2009 às 5:39:25 PM
Quer dizer que se a Folha receber por e-mail uma hipot�tica ficha do Z� Serra, do tempo em que militava na AP (organiza��o terrorista?), ela publica na primeira p�gina? Depois de 15 dias retifica? Fico pensando no que valeria uma retifica��o, digamos, no dia 15 de outubro de 2010, sobre uma not�cia falsa publicada na v�spera da elei��o, em manchete, caluniando algum dos candidatos. Faz-se o estrago, valendo-se at� de documentos forjados (como neste caso), e depois pede-se desculpas. � esse o manual da FSP.
Thomaz Magalh�es , S�o Paulo-SP - Jornalista
Enviado em 25/4/2009 às 5:02:53 PM
Tem um erro, a� no desmentido. Diz a Folha que a "Reportagem reconstituiu participa��o de Dilma em atos do grupo terrorista VAR-Palmares, que lutou contra a ditadura militar" N�o lutaram, nem Dilma nem o grupo, contra a ditadura militar coisa nenhuma. Foi a favor da munda�a, no Brasil, do regime capitalista para o comunista.
F�tima Luna Luna , Campina Grande-PB - Professora
Enviado em 25/4/2009 às 4:35:50 PM
Ser� que um jornal de circula��o nacional ao suscitar participa��es em movimentos estudantis de pessoas como a Ministra Dilma Russef, a opini�o p�blica resolver� por aclamar o regime militar instaurado no pa�s na d�cada de 60? Isso � que � mentalidade provinciana.
Carlos  Fochesatto , Caxias do Sul-RS - Professor
Enviado em 25/4/2009 às 3:55:01 PM
A grande m�dia impressa faz quest�o de se desmoralizar. Essa � apenas uma das grandes inverdades que acompanha jornal�es e revistas semanais. Parece que est�o em desespero por n�o conseguirem atingir o governo federal e v�o publicando coisas como se os leitores n�o tivessem censo cr�tico. O reflexo � a queda nas vendas. � um suic�dio.
Jos� Antonio Meira da Rocha , Frederico Westphalen-RS - Professor de Jornalismo
Enviado em 25/4/2009 às 3:23:22 PM
AUTENTICIDADE NA FICHA? � uma piada? Uma FRAUDE GROSSEIRA, sem confirma��o de fonte, feita com as fontes tipogr�ficas digitais MS Sans e Courier News! Uma impress�o digital fotoxopada! Isso � o mais baixo que um jornal brasileiro jamais desceu! E a FSP se desculpa ainda sugerindo que a ficha � verdadeira! Deem uma olhada: http://mznnews.files.wordpress.com/2009/01/mzn-ficha-dilma-deops.jpg
Vivian Stipp , S�o Paulo-SP - aut�noma
Enviado em 25/4/2009 às 2:23:56 PM
Que esse epis�dio somado ao da "ditabranda" prove, de uma vez por todas, aos ainda incr�dulos, que a Folha transformou-se em panfleto pol�tico, e perdeu toda a insen��o e credibilidade.
Jose  Leitao Neto , Fortaleza-CE - Aposentado
Enviado em 25/4/2009 às 2:05:18 PM
Quem disse que a imprensa n�o forma opini�o ? Voto na Ministra Dilma. Antes tinha minhas d�vidas, agora com esse esfor�o desse tabl�ide de sujar seu nome, j� vi que merece meu voto. Usando o paradigma de que eles ap�iam a pior esp�cie de brasileiro, tipo banqueiro criminoso.
Ivan Moraes , Newark, NJ-MG - sem profissao
Enviado em 25/4/2009 às 1:35:31 PM
"E ainda dizem que a autorregula��o � a sa�da para a Lei de Imprensa. Pois sim": cara Sylvia, eh evidente que autoregulacao nao funciona. O que queriam nao era isso, era uma infiltracao do coronelato dentro das leis de media. Vide o que aconteceu com a nova "lei" anti-cricrime internauta de Minas, e o que aconteceu poucas horas depois com o novojornal.com: imperdoavel. A "regulacao" necessaria, primeiramente, eh a do coronelato primeiro. Voluntaria eh que nao vai ser porque autoregulacao nao funciona e pro coronelato eh preferivel nao haver lei a passar lei aas quais eles teem que se submeter: impensavel.
sylvia moretzsohn , rio de janeiro-RJ - professora
Enviado em 25/4/2009 às 12:23:22 PM
E tem mais: publicam esse "erramos" sem qualquer refer�ncia na capa, depois do estardalha�o que fizeram com a "not�cia" do sequestro que n�o houve. E ainda dizem que a autorregula��o � a sa�da para a Lei de Imprensa. Pois sim.
sylvia  moretzsohn , rio de janeiro-RJ - professora
Enviado em 25/4/2009 às 12:19:00 PM
(Concluindo) O que causa espanto - e nem estou falando da �tica elementar que deveria orientar o trabalho jornal�stico, que jamais deveria vender gato por lebre, mas dos c�lculos b�sicos que qualquer comerciante faz sobre riscos, custo/benef�cio e sobre a necessidade de preservar o valor de seus bens (no caso, a credibilidade) -, o que causa espanto � que os respons�veis pela mat�ria, sobretudo pela edi��o, n�o tenham levado em conta o risco que corriam ao optar pela divulga��o de um documento assim. A rigor, nem era risco, era certeza. Porque era �bvio que os interessados iriam correr atr�s da informa��o e era inevit�vel o surgimento dessa d�vida. S� ela j� seria suficiente para demonstrar a irresponsabilidade do jornal. N�o h� desculpa poss�vel, n�o � poss�vel desculpar o indesculp�vel.
sylvia moretzsohn , rio de janeiro-RJ - professora
Enviado em 25/4/2009 às 12:14:05 PM
N�o � um "erramos" envergonhado: � um "erramos" vergonhoso. Principalmente porque n�o � "erramos": n�o houve erro algum. Erro � algo involunt�rio e � imposs�vel que o jornal n�o soubesse da d�vida (dou aqui o benef�cio da d�vida, considerando a parte final da mat�ria, sobre a incerteza quanto ao paradeiro desse material de arquivo), � imposs�vel que o jornal n�o soubesse da d�vida quanto � autenticidade do documento. Porque, como o pr�prio jornal informou em resposta �s cr�ticas iniciais do Espinoza, a reportagem exigiu quatro meses de pesquisa. N�o foi, portanto, algo feito �s pressas, muito menos editado �s pressas. O jornal desejava provocar impacto ao publicar aquela ficha na capa. (Como o ombudsman comentou � �poca, a ficha n�o poderia ser da Dilma, mas do Espinoza...). N�o haveria impacto algum caso explicitassem a d�vida quanto � fidedignidade do material. � o mesmo que dizer: n�o poderiam ter publicado nada. Fotos, reprodu��es, documentos desse tipo s� s�o exibidos como comprova��o de autenticidade. Imposs�vel public�-los com a ressalva: "prov�vel" ficha "supostamente" verdadeira... Imposs�vel. (continua)
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