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12/07/2014 16:33

Torcedores gringos elogiam e reclamam do Brasil

Turistas adoraram o povo brasileiro, porém se sentiram inseguros em algumas cidades do Mundial


Turistas estrangeiros contam ao DIÁRIO suas experiências no Brasil / Monica Alves/ Diário SP


Por: Jéssica Souza/ Especial para o DIÁRIO

Cheios de malas e lembranças, muitos  estrangeiros estão indo embora do Brasil com saudades. Outros ainda aguardavam ansiosamente pela final da Copa. Entre os entrevistados pelo DIÁRIO, a receptividade dos brasileiros foi uma boa impressão praticamente unânime. Ao mesmo tempo, a sensação de falta de segurança em algumas cidades-sede, roubos e confusões nas Fan Fests incomodaram nossos visitantes.

Muitos reclamaram dos abusos das companhias aéreas brasileiras e não entenderam o motivo dos preços altos das passagens. Os taxistas também foram motivo de reclamação por cobrarem o valor que bem entendiam sem se preocupar em ligar o taxímetro. 

A falta de entusiasmo de alguns brasileiros com o Mundial, principalmente em São Paulo, também surpreendeu os turistas. Os diferentes idiomas complicaram a comunicação, mas o jogo de cintura, a mímica e a boa vontade salvaram muitos torcedores na hora do aperto. Dessa forma, a maioria conseguiu contornar os problemas e se divertir neste Mundial. 

O DIÁRIO passou uma tarde no Aeroporto de Guarulhos conversando com os turistas. Veja ao redor o que eles levam para seus países sobre o período em que estiveram no Brasil.

 

México

Sergio Hernandez, 41 anos, jornalista

 

(Fotos: Monica Alves/ DIARIO SP)

“O brasileiro é muito carinhoso e emotivo. Ainda assim, eu e muitos amigos mexicanos  esperávamos outro Mundial aqui em São Paulo. Na Fan Fest e no estádio era uma festa, mas em outros ambientes nem parecia que havia Copa. E olha que lá fora se fala tanto da paixão do brasileiro pelo futebol. Já no Rio de Janeiro e em Salvador era festa o tempo todo. Adorei vir ao Mundial, mas ao mesmo tempo estou cansado e me sentindo inseguro. Meus amigos foram roubados, um em Salvador, na Fan Fest, e outro teve a mochila inteira levada no Rio de Janeiro. Em Recife, um taxista quase me enganou. Tentou cobrar a corrida no valor “que lhe deu na telha”, mas acabou ligando o taxímetro. Também achei as passagens aéreas  muito caras”  

 

França

Irwin Joineau, 20 anos, estudante

“Eu e meus amigos franceses adoramos passar esses dias no país. Gostei muito do Brasil e dos brasileiros. Apesar de vocês serem muitos barulhentos (se referindo às cornetas das torcidas) e o trânsito ser muito intenso, deu para aproveitar bastante a Copa. O idioma foi um problema, mas com mímica e muita paciência dá para se entender. Como a França não está mais jogando, estou torcendo pela Argentina. A final nós vamos ver pela televisão mesmo”

 

Chile

Maurício Leaño, 32 anos, sociólogo

“Não tive nenhum problema aqui em São Paulo. Não é a minha primeira vez na cidade, então já estou acostumado. Vim com um amigo e achei tudo perfeito. Comprei meus ingressos pela internet com bastante antecedência, então consegui acompanhar a seleção chilena em todos os jogos. Não falo português, mas sempre me viro com mímicas e peço para os brasileiros falarem mais devagar. Com paciência todo mundo se entende”

 

Colômbia

Felipe Gonzalez, 33 anos, professor

“Gostei muito do Brasil, mesmo não conseguindo manter nenhuma conversa longa como essa (a entrevista). Para conseguir fazer as coisas era na base da mímica e com algumas palavras isoladas. Não imaginava que aqui era esse frio. Minha cidade, Barranquilla, é bem quente. Achei duas coisas bem estranhas: a alimentação e as diferentes polícias que existem. Aqui vocês cobram de forma diferente pela comida: tem a quilo, prato fechado ou por pessoa. Na Colômbia não é assim. Também achei estranha a divisão de polícia de vocês. Cada hora eu era atendido por uma. O que me cansou bastante foi a distância entre as cidades-sede e as passagens caras. Acabei indo de ônibus para o Rio de Janeiro, para economizar”

 

Espanha

Jom Gonzalo e Unai Vicente

“É nossa primeira vez em São Paulo. Estamos voltando para a Espanha muito felizes. Foi um prazer conhecer o Brasil. Fomos muito bem tratados pelos brasileiros.  Mesmo com a dificuldade de comunicação, todos se esforçavam para nos entender e ajudar. Além do futebol, passeamos aqui em São Paulo e também no Rio de Janeiro. Conhecemos lindas pousadas no caminho entre as cidades. Alugamos um carro e aproveitamos mais a viagem”


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