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O acordo de construção foi assinado entre as partes angolana e russa em Luanda, no dia 23 de Abril do corrente ano e arrancaram no dia seguinte, em Mocovo capital da Rússia, os trabalhos para a construção do Angosat-2, uma versão atualizada do satélite Angosat-1, para compensar o investimento feito para a construção do Angosat-1, em órbita desde Dezembro último, mas sem sinal até à presente data.

Segundo garantiu, recentemente, em Luanda, o chefe da delegação russa Oleg Frolov, durante a conferência de imprensa para se esclarecer a operacionalidade do Angosat-1, o novo satélite será colocado em órbita, em 2020, sem qualquer custo adicional para Angola. O chefe da delegação russa Oleg Frolov não precisou o volume de investimento para a construção e lançamento do novo equipamento, sublinhando apenas que será superior em relação ao primeiro.

Do lado russo, participaram das negociações, Vladimir Tararov, embaixador extraordinário e plenipotenciário da Federação Russa junto da República de Angola, Sergey Saveliev, Director Geral Adjunto de Cooperação Internacional da Corporação Roscosmos, Oleg Frolov Petrovic, membro do Conselho de Administração da Comissão Industrial Militar da Federação Russa, Representantes da Embaixada da Rússia e a Corporação Energia, representada por Igor Frolov, Director Geral Adjunto dos sistemas espaciais complexos e automáticos da RSC Energia, foi também o constructor do ANGOSAT-1.

Após fructuosas discussões técnicas, as Partes Angolanas e Russas assinaram o Contracto para a construção do Angosat- 2. A construção do Angosat-2, decorre do facto do Angosat-1, apesar de estar em órbita, encontra-se inoperante, ou seja, não comunica com a Terra.

Já o construtor do Angosat -1, Igor Frolov, disse também que, para além da construção do Angosat-2, a Rússia, no âmbito das suas compensações, vai ajudar também na formação de técnicos angolanos. Sem precisar montantes, explicou apenas que o mesmo será mais caro que o Angosat-1. O responsável garantiu que o Angosat- 2, será construído tendo em conta as novas especificidades e com tecnologia moderna. Ainda no âmbito das compensações, à Rússia providenciou capacidades a Angola em outros satélites de formas a assegurar a disponibilização dos serviços.

Em relação ao Angosat-1, de que se esperava 15 anos de vida útil, o Angosat-2 terá uma vida útil de 18 anos e será entregue em 2020.

“Durante a construção do Angosat-2, forneceremos à Angola recursos de frequência em bandas C e Ku para fins de telecomunicações. Uma assistência abrangente também será fornecida ao Centro de Controlo e Missão de Satélites na Funda. Os parâmetros técnicos do Angosat-2 serão acordados, e nós começaremos a fabricá-lo” - disse em conferência, o diretor geral da RSC Energia, Vladimir Sontsev.

Durante as negociações, Zolana Rui João, Director do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional, GGPEN, afirmou: “Angola orgulha-se do Centro de Controlo construído por especialistas russos na Funda. Os equipamentos instalados são os mais complexos do ponto de vista do sistema tecnológico disponível em Angola”. O responsável do centro, Diretor de Vôo Amaro João, por sua vez, disse: “Todos os  Softwares   foram instalados por especialistas russos e não temos dúvidas de que são do melhor que existe nessa área”.

Frolov Petrovich, afirmou que neste momento há uma comissão de técnicos angolanos e russos que trabalham para a possível localização do satélite Angosat-1 e em representação do Governo russo, pediu desculpas ao Estado angolano, pelo sucedido, garantindo que a parte russa fará mais e melhor na construção do novo satélite, o Angosat-2.

Informações Adicionais

O projeto Angosat está a ser implementado no âmbito do contrato celebrado em 2009. No dia 26 de Dezembro de 2017, o Veículo de Lançamento Integrado Zenit-3F  com o satélite Angosat-1 foi lançado a partir do Cosmódromo de Baikonur. No tempo estimado, o satélite foi injectado em uma determinada órbita, mas depois de um tempo houve interrupção na comunicação com a terra. Mais tarde, os especialistas da RSC Energia conseguiram restaurar a comunicação com o satélite e realizaram um conjunto de testes usando as informações de telemetria enviadas pelo mesmo. Actualmente, a Comissão, constituída por especialistas russos e angolanos, continua a trabalhar para identificar as causas da situação anormal com o satélite Angosat-1. A Comissão pretende concluir o seu trabalho a 15 de Maio 2018.

Angosat é um satélite de telecomunicações fabricado pela RSC Energia por encomenda da República de Angola para fornecer a cobertura em todo continente africano e parte da Europa na banda C e África Austral na banda Ku. O projeto Angosat prevê a construção de um satélite de comunicação, lançamento e colocação na órbita geoestacionária, assim como a construção de infra-estructura terrestre para controlo e operação do satélite. A agência espacial russa Roscosmos também participa da implementação do projecto.

Fonte: Energia