A equipe do canal Yes Theory no YouTube visitou três das pessoas mais isoladas do mundo e se surpreendeu com as descobertas. Ao viverem solitários em locais remotos, esses indivíduos têm pouco contato com outros seres humanos e adotaram um estilo de vida único.
O documentário foi postado na rede social em 15 de outubro do ano passado e fez um imenso sucesso, com quase 3 milhões de visualizações. A equipe de cineastas disse que passou quatro meses "procurando encontrar histórias de extrema solidão e o que levou esses humanos a tal destino". O resultado foram pessoas de extrema "leveza de espírito", apesar das condições árduas.
No norte da Itália, eles se depararam com Flaminio, um eremita que está há 52 anos morando sozinho em uma residência de fazenda no alto de uma colina, longe de uma aldeia, após ter sido expulso de casa aos 23 anos. Sem nenhum contato com o mundo moderno, ele construiu as suas próprias ferramentas para sobreviver.
Seu rebanho de ovelhas é a sua única companhia e ele diz que todas as manhãs quando acorda, vê-las vagando lá fora lhe traz alegria. Na entrevista, ele sugere que os animais são melhores companheiros do que os humanos que, às vezes, "tratam você como um trapo".
O segundo participante do vídeo é Erik Granqvist, um jovem de 20 anos, que construiu sozinho a cabana de seus sonhos nas florestas da Suécia para tentar aprender como se tornar plenamente autossuficiente. Sua mudança foi inspirada no aventureiro americano Dick Proenneke, que viveu sozinho em uma cabana por quase 30 anos na selva do Alasca.
O avô de Erik tinha um pedaço de terra e ele começou a construir a casa usando apenas materiais naturais. Ele vive de forma simples, sem internet e com apenas um serviço de celular irregular, por meio do qual posta vídeos nas redes sociais mostrando o seu estilo de vida.
Apesar de acostumado com a solidão, atualmente, ele desfruta da companhia da namorada. "Isso me tornou menos tímido, por incrível que pareça. Antigamente eu tinha mais ansiedade social e coisas assim. Ao me afastar completamente das outras pessoas, ganhei mais confiança", conta.
Por último, a equipe foi de barco à ilha de Kinaros, na Grécia, onde encontram Eirini Kotsatourchi, de 78 anos, também conhecida como Sra. Rinio. Ela mora sozinha no local desde 2013, quando o marido faleceu. A ilha pertencia ao seu pai, mas, quando ele morreu, ela prometeu que cuidaria dela e é a única zeladora desde 2000.
Para sobreviver, ela cultiva e cria galinhas e também recebe suprimentos regulares de uma ilha próxima. Questionada se se sente sozinha, ela responde: "Não, não tenho medo, nem me importo de estar sozinha." Todos os anos, o filho de Eirini fica com ela de dois a três meses.
Após a viagem, os cineastas descreveram a experiência como inspiradora. "Quanto mais tempo passamos com esses três humanos incríveis, mais fascinados ficamos. Todos eles experimentaram a solidão, mas, de alguma forma, acabaram encontrando paz, alegria e riso nas simples tarefas diárias ao seu redor. Seu senso de propósito em cuidar de seus animais ou de construir e muito tempo passado ao ar livre parece ter contribuído muito para essa leveza em seus espíritos", falaram.