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Timor-Leste precisa de um helicóptero e mais apoio

por Lusa
Há zonas isoladas de difícil acesso onde é necessário fazer chegar ajuda António Dasiparu - EPA

O líder da Fretilin, Mari Alkatiri, defendeu que o governo timorense deve pedir apoio internacional urgente, mas de forma sistematizada, incluindo um helicóptero militar de carga para poder chegar às populações mais isoladas pelas cheias.

"É preciso pelo menos um helicóptero de carga grande porque há zonas isoladas em vários pontos do país, com estradas cortadas e onde não se consegue fazer chegar abastecimento às populações por via rodoviária", disse o secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), maior partido do governo.

O responsável timorense disse que o executivo deveria já ter declarado formalmente o estado de calamidade para melhor receber apoios, tanto nacionais como internacionais, e garantir que esse processo é célere.

"Já devíamos ter formalizado os pedidos de ajuda. O impacto desta calamidade foi enorme a nível internacional, mas não temos sabido gerir esse impacto. Devíamos reunir o corpo diplomático e a ONU e fazer esse pedido", considerou.

Alkatiri destacou ainda os problemas de fornecimento de energia em alguns locais, incluindo em vários ministérios e estruturas como a própria Proteção Civil, que em alguns casos deixaram de funcionar há bastante tempo e nunca foram reparados.

O político reuniu-se com o embaixador dos Estados Unidos em Díli, explicando que não tem competências nem mandatos para formalizar pedidos, mas que analisou com o diplomata as carências urgentes atuais, eventualmente com o apoio de forças humanitárias militares ou de emergência.

"É algo que precisamos. Falei sobre isso, porque precisamos de apoio. Mas não tem que vir dos Estados Unidos, porque temos vizinhos aqui que podem apoiar, a Austrália e a Nova Zelândia. Portugal já ofereceu apoio, mas a esta distância é mais complicado", frisou.

Relativamente ao impacto na cidade de Díli, Alkatiri disse que há agora uma nova oportunidade de se fazer correções no planeamento urbano e na construção, recordando que chegou a ser feito um plano de ordenamento, com o apoio da organização portuguesa Gertil, que "ficou na gaveta".

Drenagem, saneamento e reforçar ribeiras são prioridades, mas importa igualmente evitar que as pessoas voltem a construir as casas nos mesmos locais. "Temos que rapidamente identificar zonas mais seguras, urbanizá-las minimamente. Não podemos simplesmente reconstruir as casas nas zonas em a água já provou várias vezes que faz danos", explicou.

As cheias que assolaram Timor-Leste causaram pelo menos 42 mortos e mais de 10 mil deslocados, segundo um balanço provisório da Proteção Civil.

Campanhas recolhem apoios para vítimas

Quase duas dezenas de campanhas de angariação de fundos estão atualmente a decorrer para reunir apoios para as vítimas das inundações.

As iniciativas, que começaram em vários países e que se destinam a apoiar as vítimas com bens de primeira necessidade ou instituições diretamente afetadas, na área da saúde ou formação, por exemplo, estão a decorrer desde o início da semana.

Muitas das iniciativas - que entre si recolheram já mais de 130 mil dólares de apoios -, estão a ser feitas em plataformas "online" de recolha de doações, mas outras envolvem instituições diretamente.






















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