João Paulo II (1920-2005) - Presidente convida antecessores para representação oficial de cinco pessoas
Soares declina convite feito por Sampaio
Mário Soares recusou o convite feito pelo actual Presidente da República, Jorge Sampaio, para integrar a representação oficial portuguesa nas exéquias de Sua Santidade o Papa João Paulo II.
Por:Rui Arala Chaves com Cristina Rita
Jorge Sampaio convidou os seus dois antecessores no cargo, mas enquanto o general Ramalho Eanes revelou disponibilidade para o acompanhar, o mesmo não sucedeu com Mário Soares.
Fonte próxima do ex-Chefe de Estado confirmou o convite ao CM e explicou a ausência de Mário Soares por motivos de agenda e dificuldade de “anular os compromissos para deslocar-se a Roma”. De recordar que apesar das manifestações de respeito e pesar pela morte de João Paulo II, Mário Soares sempre sublinhou a sua faceta de “republicano, laico e socialista”.
Assim, serão cinco as pessoas a representar oficialmente o Estado português nas exéquias de João Paulo II.
Ao Presidente da República, Jorge Sampaio, que representa o País ao mais alto nível, juntam-se a sua mulher e Primeira-Dama, Maria José Ritta, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral, o presidente da Comissão dos Negócios Estrangeiros (representante da Assembleia da República), que apesar de eleito hoje, segundo afirmou ao CM fonte do PSD (partido que indica o presidente dessa comissão) será José Luís Arnaut, e o ex-Presidente da República, Ramalho Eanes.
Para aprovar o decreto de Luto Nacional nos dias 6, 7 e 8 de Abril (quarta, quinta e sexta-feira), o Conselho de Ministros reúne hoje extraordinariamente.
A comitiva presidencial viaja quinta-feira para Roma, a tempo de assistir ao funeral do Papa, sexta-feira às 10h00 locais, 9h00 em Lisboa. O regresso está previsto para sexta-feira, não estando marcadas as horas de partida para Roma e de regresso a Lisboa.
Já o cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, viaja hoje para Roma, num ‘Falcon’ do Estado português, posto à dispoisção pelo Presidente da República, segundo fonte do Patriarcado. Depois de assistir às cerimónias fúnebres, D. José Policarpo fica no Vaticano, onde participará no conclave de cardeais que vai escolher o futuro Sumo Pontífice.
Seria uma recusa coerente de um republicano, LAICO e socialista. Porém, os motivos de agenda e dificuldade de "anular os compromissos para se deslocar a Roma" borram a pintura. (Concavada)