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23/04/2007 - 16h03

Saiba mais sobre a ex-União Soviética

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da Folha Online

A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (Souz Sovetskikh Sotsialisticheskikh Respublik, no original), conhecida como União Soviética ou URSS, sucedeu o Império Russo dos czares após a revolução socialista de 1917. Quatro repúblicas socialistas foram estabelecidas no território do antigo império: as repúblicas federativas socialistas soviéticas da Rússia e do Transcáucaso, e as repúblicas socialistas soviéticas da Ucrânia e da Bielorússia.

Em 22 de dezembro de 1922, essas repúblicas estabeleceram a URSS. Nos anos subseqüentes, outras repúblicas foram se unindo: o Turcomenistão e o Uzbequistão em 1924, o Tadjiquistão em 1929, o Cazaquistão em 1936. Também em 1936, a República do Transcáucaso foi abolida e seu território dividido entre três novas repúblicas: Armênia, Azerbaijão e Geórgia.

Em seus anos finais, a URSS era composta de 15 repúblicas socialistas soviéticas: Armênia, Azerbaijão, Bielorússia (hoje Belarus), Estônia, Geórgia, Cazaquistão, Kirgiziya (hoje Quirguistão) Letônia, Lituânia, Moldávia (hoje Moldova), Rússia, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia e Uzbequistão. A capital era Moscou, que era então e ainda é hoje capital da Rússia.

Durante seu período de existência, a URSS foi, em termos de área, o maior país do mundo. Tinha cerca de 22.402.200 quilômetros quadrados. Era também um dos mais diversos, com mais de cem nacionalidades distintas vivendo entre suas fronteiras. A maioria da população era formada por eslavos do leste (russos, ucranianos e bielorussos) --grupos que atingiam mais de dois terços da população total no final dos anos 1980.

Dados compilados no livro "União Soviética: um estudo de país", da Divisão de Pesquisa Federal da Biblioteca do Congresso americano, editado por Raymond E. Zickel, informam que o russo era a língua oficial da URSS, mas mais de 200 outras línguas e dialetos era falados. Ao menos 18 línguas eram faladas por mais de um milhão de pessoas cada, e cerca de 75% dos habitantes falava línguas eslavas. Em 1989, o país tinha estimados 286 milhões de habitantes.

Em 1990, penúltimo ano de existência, a URSS contava com 20 repúblicas autônomas, oito províncias autônomas, dez distritos autônomos, seis regiões e 114 províncias.

Política

Politicamente, a União Soviética era extremamente hierarquizada e centralizada. Sob a Constituição adotada nos anos 1930 e depois modificada em 1977, a base política da URSS era formada pelos Conselhos (Soviéticos) dos Deputados do Povo. Eles existiam em todos os níveis da administração, e a União Soviética como um todo estava sob o controle do Conselho Supremo da URSS, localizado em Moscou.

Segundo a Enciclopédia Britannica, nas eleições para estes conselhos, os eleitores raramente tinham escolha fora de uma lista apresentada pelo Partido Comunista da União Soviética (CPSU, na sigla em inglês), o qual, até 1990, era "a força que guia a sociedade soviética e o núcleo de seu sistema político". O CPSU seguia uma orientação marxista-leninista, e tinha cerca de 19 milhões de membros em 1987.

Na prática, todas as decisões eram feitas por um pequeno grupo que presidia o Conselho Supremo, que era fortemente influenciado pelo CPSU. As decisões eram em seguida aprovadas pelos deputados.

A fundação econômica da URSS era a "propriedade socialista dos meios de produção, distribuição e troca". A economia de todo o país era controlada por uma série de planos de cinco anos (quinqüenais) que estabeleciam metas para as formas de produção.

Desmantelamento

No final dos anos 1980, o então presidente da União Soviética Mikhail Gorbatchev deu início a um processo de abertura econômica e política . No lado econômico, o sistema planejado e altamente centralizado deveria ser substituído gradualmente por elementos da economia de mercado --uma mudança difícil que foi acompanhada da queda de produtividade em muitos setores, assim como de problemas de distribuição.

Na esfera política, o Conselho Supremo foi substituído por um novo Congresso de 2.250 membros. Eleitores recebiam uma lista de candidatos que representavam territórios, constituintes ou grupos sociais , e muitos não-comunistas foram eleitos. O Congresso então elegeria um novo Conselho Supremo de 542 membros e escolheria seu líder, que deveria ser o presidente executivo dos congressos que seriam estabelecidos em cada república.

A partir de 1989, conflitos que já existiam entre o parlamento da URSS e os das repúblicas individuais se intensificaram. A discussão era focada na divisão de poderes entre o governo central e os governos das repúblicas. O surgimento do nacionalismo étnico em várias repúblicas e as exigências crescentes de autonomia pioraram os conflitos.

Depois de uma tentativa de golpe contra Gorbatchev em 1991, no qual o CPSU estava fortemente envolvido, o partido foi abolido.

Em dezembro de 1991 a URSS já havia deixado de existir na prática, e o futuro de seus territórios era incerto. Três repúblicas --Estônia, Letônia e Lituânia-- atingiram independência completa e foram reconhecidos como Estados soberanos, enquanto vários outros buscava independência.

Gorbachev discursou em agosto de 1991 no Parlamento e disse que a URSS se transformaria numa confederação, com o novo nome de União Livre de Republicas Soberanas. Esta união teria certo grau de integração em política externa, defesa e economia, mas as repúblicas não conseguiram chegar a um acordo.

Antes mesmo de terem uma posição legal definida, as repúblicas começaram a agir como Estados soberanos e negociaram umas com as outras diretamente, excluindo o governo central do processo.

Em dezembro, o parlamento da Rússia aprovou a Comunidade de Estados Independentes para substituir a ex-URSS e anulou o tratado de 1922 que criou a União Soviética.

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