Moscovo

capital e maior cidade da Rússia
 Nota: Para outros significados, veja Moscovo (desambiguação).

Moscou (português brasileiro) ou Moscovo (português europeu) (em russo: Москва, transl Moskva, lido MaskváAFI[mɐˈskva] (escutar)) é a capital, cidade e subdivisão federal mais populosa da Federação Russa. A cidade é um importante centro político, econômico, cultural, científico, religioso, financeiro, educacional e de transportes da Rússia e do continente. Moscou é a megacidade mais ao norte na Terra, a segunda cidade mais populosa da Europa, atrás de Istambul, e a sexta cidade mais populosa do mundo, ficando atrás somente de Xangai, Istambul, Pequim, Bombaim e Carachi. Sua população, de acordo com os resultados de estatísticas federais, já ultrapassou os 12 milhões. Com base na lista de 2012 da Forbes, Moscou tem a segunda maior comunidade de milionários do mundo.[1]

Moscou/Moscovo

Mосква (russo)

No sentido horário, a partir do canto superior direito: Torre do Salvador no Kremlin de Moscovo; Centro Internacional de Negócios de Moscou; Praça Vermelha; Catedral de São Basílio; Teatro Bolshoi; Universidade Estatal de Moscovo e a Catedral de Cristo Salvador
No sentido horário, a partir do canto superior direito: Torre do Salvador no Kremlin de Moscovo; Centro Internacional de Negócios de Moscou; Praça Vermelha; Catedral de São Basílio; Teatro Bolshoi; Universidade Estatal de Moscovo e a Catedral de Cristo Salvador
No sentido horário, a partir do canto superior direito: Torre do Salvador no Kremlin de Moscovo; Centro Internacional de Negócios de Moscou; Praça Vermelha; Catedral de São Basílio; Teatro Bolshoi; Universidade Estatal de Moscovo e a Catedral de Cristo Salvador
Símbolos
Bandeira de Moscou/Moscovo
Bandeira
Brasão de armas de Moscou/Moscovo
Brasão de armas
Gentílico Moscovita
Localização
Moscou/Moscovo está localizado em: Rússia
Moscou/Moscovo
Mapa
Mapa de Moscou
Coordenadas 55° 45' N 37° 37' 002" E
País Rússia
Distrito Central
Oblast Moscou
História
Fundação 1147 (877 anos)
Administração
Prefeito Sergey Sobyanin
Características geográficas
Área total 2 511
População total 11 979 529 hab.
Código de área +7 495, +7 499
Website www.mos.ru

Moscou está situada sobre o rio Moscovo, no Distrito Federal Central da Rússia europeia. No curso de sua história, a cidade serviu como capital de diversos Estados, como da Moscóvia medieval, do subsequente Czarado da Rússia e da União Soviética. Durante a Guerra Fria, Moscou foi o centro do chamado Bloco do Leste. A capital também é a sede do Kremlin, uma antiga fortaleza que é hoje a residência do presidente russo e sede do poder Executivo do governo da Rússia. O Kremlin é também um dos vários Patrimônios da Humanidade na cidade. Ambas as câmaras do Parlamento russo, a Duma e o Soviete da Federação, também estão sediadas em Moscou.

A cidade é servida por uma extensa rede de trânsito, que inclui quatro aeroportos internacionais, nove terminais ferroviários e uma das maiores redes de metrô do mundo, e que perde apenas para Tóquio em termos de número de passageiros e reconhecido como um dos marcos da cidade devido à arquitetura rica e variada de suas 185 estações.

História

Origem

 
Cerco a Moscou em 1382

O nome da cidade vem do rio Moscovo, um termo de origem incerta. A primeira referência à cidade data de 1147, quando Jorge I convidou o príncipe de Novgorod para a cidade de Moscou. O encontro ocorreu em 4 de abril de 1147. A cidade estava em festa, os príncipes das zonas vizinhas ofereciam presentes uns aos outros e fizeram um acordo de cooperação mútua. Nove anos mais tarde, Jorge manda construir uma muralha de madeira, que é reconstruída com frequência para garantir a proteção da cidade que crescia em meio aos conflitos entre Jorge e o príncipe de Czernicóvia. A cidade também era um ponto estratégico para os príncipes de Vladimir-Susdália, na época uma importante província. O rio Volga também tinha grande influência nas trocas comerciais entre a cidade e os restantes principados, bem como outros reinos. Prova disso são as moedas árabes encontradas na cidade.[2]

Na altura, Moscou era mais uma cidade administrativa do que comercial, dado que a população que ali vivia era sobretudo camponesa. Nos anos seguintes, a cidade viria a ter metalúrgicos e pessoas ligadas a artesões. O rio Volga, o seu ponto estratégico e a crescente populações fizeram Moscou crescer nos séculos XII e XIII.[2][3]

Rússia de Quieve e Vladimir-Susdália

 
Kremlin de Moscou no século XVI
 
Vista de Moscou no século XVII

No inverno de 1278, os mongóis capturaram a cidade e assassinaram o comandante da armada, bem como praticamente toda a população. Esses saques, ligados diretamente à história da Rússia, foram um desastre à composição do território russo. Posteriormente, os moscovitas puderam regressar às suas casas expulsando os inimigos. Contudo, ao contrário do que se passava na cidade, o resto do sul do território havia sido totalmente destruído, e muitas das cidades não se recuperaram, provocando grandes ondas de imigração para norte, onde se localizava Moscou. Isso influenciou a cidade, que viu a sua população crescer.[2]

Depois dos saques e das carnificinas provocados pelos tártaros, Moscou volta a se recuperar e, em 1327, a cidade torna-se a capital do principado de Vladimir-Suzdal. A sua boa localização em relação ao rio Volga permitiu um desenvolvimento estável, atraindo milhares de refugiados provenientes de todo o território russo devido às grandes invasões dos tártaros, estabelecendo o poderoso Estado da Moscóvia.[2]

Sob o poder de Ivan I da Rússia, Moscou substitui definitivamente Tver como o centro político de Vladimir-Suzdal. A partir daí, a cidade cresce a uma velocidade ainda maior. Ao contrário dos outros principados do mundo, a Moscóvia não era dividida em zonas para serem governadas pelos filhos, mas sim herdada inteiramente pelos descendentes. A revolta de Moscou contra a dominação estrangeira aumentava cada vez mais.[2]

Em 1380, Demétrio, príncipe de Moscou, ganhou uma importante batalha que permitiu acabar com o poder dos tártaros, a batalha de Kulikovo. Com isso, a Rússia, através de Moscou, torna-se livre de todo o domínio estrangeiro. A cidade torna-se num grande centro de poder, que, com o passar dos anos, viria a tornar-se a capital de um grande Império com grande importância mundial. Com isto, Quieve perde o seu estatuto de poder que antes tivera como Rússia de Quieve.[2]

Czarado e Império

 Ver artigos principais: Czarado da Rússia e Império Russo
 
O incêndio de Moscou, durante a invasão francesa da Rússia em 1812

Em 1571, tártaros da Crimeia atacaram e saquearam Moscou, poupando apenas o Kremlin. O século XVII seria marcado por um grande crescimento populacional e por certas revoluções, como o fim da invasão da Polônia e Lituânia em 1612 e a revolta de Moscou em 1682. Em 1712, após Pedro, o Grande fundar São Petersburgo às margens do Neva, em 1703, Moscou perde a condição de capital. As razões foram o contato com o mar que São Petersburgo propiciava, a localização estratégica para as trocas comerciais e a própria defesa da Rússia.[2]

O ano de 1812 é, sem dúvida, a data mais conhecida da história da Rússia, pois marca a invasão das tropas de Napoleão Bonaparte. Ao saber que Napoleão chegara às fronteiras da Rússia, os moscovitas elaboraram uma emboscada previamente definida. Quando os franceses chegaram à cidade, em 14 de setembro, o seu assustador exército encontrou uma cidade abandonada e completamente queimada. Sem nada para comer e com o terrível frio russo, as tropas viram-se obrigadas a bater em retirada. A imensa maioria morreu no regresso a França, fazendo com que Napoleão fosse perseguido pelos russos. Este acontecimento é dramatizado na obra Guerra e Paz, de Leão Tolstoi, e na Abertura 1812 de Piotr Ilitch Tchaikovski, que retrata todos estes acontecimentos.[2]

União Soviética

 
Forças soviéticas durante a Segunda Guerra Mundial
 
Dia da Vitória em 1975
 Ver artigo principal: União Soviética

Depois da vitória, Moscou continua crescendo a um ritmo bastante elevado. Em 1918, durante a Guerra Civil, Moscou serviu de quartel-general do Exército Vermelho, com um número aproximado de 178 500 soldados. Com o grande feito da Revolução de Outubro, a cidade torna-se capital da União Soviética, em 12 de março de 1918.[2]

Em novembro de 1941, a cidade volta a ser atacada, desta vez pela Alemanha Nazi, durante a Segunda Guerra Mundial. Moscou é evacuada e decretada como campo de batalha. Ao passo que a cidade era bombardeada, eram construídos diversos armamentos para combater os tanques. Nessa altura, e devido aos riscos, o líder soviético da época, Joseph Stálin, é aconselhado a abandonar a cidade e evacuar o resto da população que lá permanecia. A proposta, entretanto, foi recusada pelo líder. Em meio à invasão, a cidade dava continuidade à construção do metrô iniciada em 1930 que, ironicamente, foi beneficiada pelos bombardeamentos, que permitiram a expansão rápida das linhas.[2]

Posteriormente, Moscou recebeu as Olimpíadas de 1980, que foram boicotados pelos Estados Unidos e outras nações ocidentais como protesto contra a Invasão soviética do Afeganistão.

Federação Russa

Em 1991, a URSS é dissolvida e, com Boris Iéltsin no poder, Moscou cresce exponencialmente. A cidade passa a ser a capital da Federação Russa, onde fica o poder central, a Duma. No fim da década de 1990, a cidade cresce, aumenta suas linhas de metrô e moderniza a sua arquitetura, gerando críticas à demolição desmedida de prédios históricos para dar lugar aos grandes arranha-céus. Moscou transforma-se numa cidade cosmopolita cheia de história, cultura e vivacidade, mas também com problemas como o crime organizado e a pobreza.[2]

Geografia

 
Moscou vista da EEI
 
Rio Moskva com o Edifício Kotelnitcheskaya ao fundo
 
Neve em Moscou

Moscou está situada às margens do rio Moscovo, que corre pouco mais de 500 km através da planície do leste da Europa, na Rússia central. 49 pontes atravessam o rio e seus canais dentro dos limites da cidade. A elevação de Moscou no local onde localiza-se a estação meteorológica da cidade é de 156 metros. O ponto mais alto é o planalto Teplostanskaya com 255 m.[4]

A largura da cidade de Moscou, desconsideradas as limitações de MKAD, de oeste para leste, é de 39,7 km, sendo o comprimento de norte a sul de 51,7 km.

O sistema viário de Moscou é centrado em torno do Kremlin, no coração da cidade. De lá, as estradas geralmente irradiam-se ao exterior para cruzar com uma sequência de estradas circulares, os chamados anéis. O primeiro anel principal e mais interno, o Bulvarnoye koltso, foi construído no local da antiga muralha do século XVI ao redor da cidade que costumava ser chamada Bely Gorod. O Bulvarnoye koltso tecnicamente não é um anel, já que não forma um círculo completo, mas sim uma ferradura em arco, que vai da Catedral de Cristo Salvador até o rio Iauza.[carece de fontes?]

Moscou é o ponto de referência do fuso horário de toda a Rússia central, incluindo a cidade de São Petersburgo. As áreas que seguem esse fuso horário operam sob o chamado Horário de Moscou, que é três horas à frente do meridiano de Greenwich.[carece de fontes?]

Clima

 Ver artigo principal: Clima de Moscovo

Moscou é uma das capitais mais frias do mundo. De acordo com a classificação de Köppen-Geiger, Moscou tem um clima continental úmido com verões quentes e úmidos e invernos frios e longos. O tempo é flexível, com temperaturas variando dos -25 °C aos 0 °C no inverno e dos 15 °C aos 30 °C no verão.[5][6]

Temperaturas consideradas altas no verão situam-se entre 20 °C e 26 °C, mas durante os períodos de calor, as temperaturas podem exceder os 30 °C, por uma ou duas semanas. No inverno, as temperaturas noturnas geralmente alcançam os -10 °C, apesar de períodos de calor com temperaturas acima do 0 °C.

A maior temperatura já observada na cidade foi de 39 °C, durante a onda de calor de 2010. A temperatura mais baixa já registrada, por sua vez, foi de -42 °C, em 1940. A neve, presente de três a cinco meses por ano, normalmente inicia-se no final de novembro, derretendo em meados de março.

Tabela Climática de Moscou
Temperatura
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média
Máxima registrada °C 8.6º 8.3º 19.7º 28.9º 33.2º 34.7º 38.2º 37.3º 32.3º 24.0º 16.2º 9.8º 38.2º
Média Máxima °C -4.0º -3.7º 2.6º 11.3º 18.6º 22.0º 24.2º 21.9º 15.7º 8.6º 0.9º -3.0º 9.6º
Média °C -6.5º -6.7º -1.0º 6.7º 13.2º 17.0º 19.2º 17.0º 11.3º 5.6º -1.2º -5.2º 5.8º
Média mínima °C -9.1º -9.8º -4.4º 2.2º 7.7º 12.1º 14.4º 12.5º 7.4º 2.7º -3.3º -7.6º 2.1º
Mínima registrada °C -42.1º -38.2º -32.4º -21.0º -7.5º -2.3º 1.3º -1.2º -8.5º -20.3º -32.8º -38.8º -42.1º
Precipitação
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total
Total mm 46 36 33 38 52 84 90 80 67 66 60 53 705
Dados referentes aos séculos XIX, XX e XXI. [7]

Demografia

 
Vista geral da cidade

De acordo com as estatísticas federais de 2013, a população de Moscou é de 11 979 529 habitantes, contra 10 382 754 registrados no Censo de 2002.[8]

Na época do censo de 2010 oficial, a composição étnica da cidade era:

 
Gráfico populacional de Moscou, entre 1350 e 2009
Russos 91,6% Georgianos 0,4% Ossetas 0,1%
Ucranianos 1,4% Usbeques 0,3% Coreanos 0,1%
Tártaros 1,4% Tajiques 0,2% Cazaques 0,1%
Armênios 1,0% Moldavos 0,2% Basquírios 0,1%
Azeris 0,5% Mordovianos 0,2% Chineses 0,03%
Judeus 0,5% Chechenos 0,1% Vietnamitas 0,03%
Bielorrussos 0,4% Chuvaches 0,1% Outros 1,2%

A população oficial de Moscou é tomada daqueles que têm residência permanente. De acordo com o Serviço Federal de Migração da Rússia, Moscou também possui 1 milhão e 800 mil moradores oficiais com residência temporária. O número de moradores não oficiais, aqueles sem a devida documentação, é estimado em um adicional de 1 milhão de pessoas.[9]

Religião

 
Mosteiro de Danilov, residência oficial do Patriarcado de Moscou e sede da Igreja Ortodoxa Russa

O Cristianismo é a religião predominante na cidade, sendo a Igreja Ortodoxa Russa a denominação mais popular. Moscou também é a sede de um Patriarcado, entre os mais influentes da Igreja, que conduz a religião tradicional do país, considerada uma parte do patrimônio histórico da Rússia em uma lei aprovada em 1997.[10] Além dos velhos crentes, as outras religiões praticadas em Moscou incluem o Islã, o Protestantismo, o Budismo e o Judaísmo.

O Patriarcado de Moscou serve como a sede da Igreja russa, residindo no Mosteiro de Danilov. Moscou era chamada de cidade das 1 600 igrejas até 1918, quando a Rússia se tornou um Estado ateu e a religião perdeu sua posição na sociedade. Com a desintegração da União Soviética, em 1991, muitas das igrejas destruídas foram restauradas e as religiões tradicionais vem ganhando popularidade.

Enquanto a população muçulmana da cidade é estimada entre 1,2 e 1,5 milhões de pessoas de um total de 12 milhões,[11] no ano de 2010 havia apenas quatro mesquitas na cidade. Apesar de uma mesquita adicional ter sido aprovada no sudeste, ativistas contrários às práticas islâmicas bloquearam a sua construção.[12]

Governo

 
Prédio da prefeitura de Moscou (à esquerda) e a Câmara Branca (à direita)

Moscou é a sede do poder para a Federação Russa. No centro da cidade, no distrito administrativo central, está o Kremlin de Moscou, que abriga a casa do Presidente da Rússia, bem como muitas das instalações do governo nacional. Isso inclui a sede militar e a sede do Distrito Militar de Moscou. A cidade, como qualquer capital nacional, é também a sede de todas as embaixadas estrangeiras e diplomatas que representam as várias nações na Rússia.

Moscou é designada como uma das duas únicas cidades federais da Rússia — a outra sendo São Petersburgo. Das 83 subdivisões da Rússia, Moscou representa a cidade mais populosa e a menor em termos de área. Por fim, a cidade está localizada na Região Econômica do Centro, uma das doze regiões no interior da Rússia com as mesmas metas econômicas.

Subdivisões administrativas

Moscovo é dividida em 12 distritos administrativos.

Todos os distritos possuem o seu brasão, bandeira e políticos eleitos por voto. Cada distrito também dispõe de emissoras de televisão próprias.

 
Divisões administrativas de Moscovo
Distritos Administrativos Nome em russo População (2010)
1. Central
Центральный
742 689
2. Leste
Восточный
1 459 051
3. Nordeste
Северо-Восточный
1 366 303
4. Norte
Северный
1 114 607
5. Noroeste
Северо-Западный
924 419
6. Novomoskovski
Новомосковский
113 569
7. Oeste
Западный
1 299 337
8. Sudeste
Юго-Восточный
1 313 848
9. Sudoeste
Юго-Западный
1 366 282
10. Sul
Южный
1 703 892
11. Troitski
Троицкий
86 752
12. Zelenograd
Зеленоград
223 902

Cidades-irmãs

Economia

 
Centro Internacional de Negócios de Moscou.
 
GUM de Moscou

Moscou é uma das maiores economias entre as cidade da Europa e compreende aproximadamente 22% do PIB russo. Em 2009, a economia de Moscou chegou a 7,16 trilhões de rublos[16] (225 bilhões de dólares).[17]

A cidade tem a menor taxa de desemprego de todas as subdivisões federais da Rússia, situando-se em apenas 1% no ano de 2010, em comparação com a média nacional de 7%. O salário médio mensal na cidade é o quarto maior da Rússia, com 41,6 mil rublos, aproximadamente 1 070 euros ou 2 900 reais, que é quase o dobro da média nacional de 21,8 mil rublos, equivalente a cerca de 560 euros ou 1 500 reais.[18] A capital russa é indiscutivelmente o centro financeiro da Rússia e a sede dos maiores bancos do país e de muitas de suas maiores empresas, como a Gazprom, a maior estatal russa. Moscou responde por 17% das vendas de varejo e 13% de toda a atividade de construção civil no país.[18][19]

Desde a crise financeira russa de 1998, vários setores de atividade em Moscou mostraram taxas exponenciais de crescimento. Muitos centros de negócios novos e prédios de escritórios foram construídos nos últimos anos, mas a cidade ainda enfrenta a escassez de espaços de escritório. Como resultado, muitas das antigas instalações industriais e de pesquisa estão sendo reconstruídas para se tornarem adequadas para o uso de escritórios. O mercado de Cherkizovskiy é o maior mercado na Europa, com volume diário de cerca de 30 milhões de dólares e cerca de 10 mil vendedores.[20] de diferentes países, incluindo China, Turquia, Azerbaijão e Índia.

Em 2008, Moscou tinha 74 bilionários com uma fortuna média de 5,9 bilhões de dólares, o que a colocou acima dos 71 bilionários de Nova Iorque. No entanto, em 2009, o número de bilionários na cidade caiu para 27, bem menos que os 55 bilionários de Nova Iorque. No geral, a Rússia perdeu 52 bilionários durante a crise econômica, entre 2008 e 2011.[21]

 
Triumph-Palace visto da rua Viktorenko

No topo da lista de bilionários da Rússia em 2009, estava Mikhail Prokhorov, com 9,5 bilhões de dólares, à frente do mais famoso Roman Abramovich, com 8,5 bilhões de dólares. A companhia de Prokhorov, o grupo ONEXIM, possui ativos enormes em energia de hidrogênio, nanotecnologia, energia tradicional e setor de metais preciosos, enquanto Abramovich, que vendeu a sua companhia petrolífera Sibneft para a gigante estatal russa Gazprom, em 2005, comprou os ativos de siderurgia e mineração. Ele também é dono do clube de futebol Chelsea FC. A mulher mais rica da Rússia continua sendo Helena Baturina, casada com o ex-prefeito de Moscou, Iuri Luzhkov. Oleg Deripaska, que liderou a lista com uma fortuna recorde de 28 bilhões de dólares em 2009, hoje ostenta 3,5 bilhões de dólares. Com base na lista de 2011 da Forbes, Moscou era a cidade com mais bilionários no mundo, um total de 79. Na lista de 2012, a cidade perdeu a posição para Nova Iorque, mas ainda continua com o segundo lugar.[22]

Infraestrutura

Educação e ciência

 
Universidade Técnica Estatal Bauman de Moscou
 
Instituto de Engenharia Eletrotécnica de Moscou

Há 1696 colégios e 91 faculdades em Moscou. Além deles, também existem 222 instituições de educação superior, incluindo 60 universidades federais e a própria Universidade de Moscou, fundada em 1755.[23] O prédio principal, que já foi o maior edifício do continente, com seus 240 metros de altura, é localizado na Colina dos Pardais.[24] A universidade tem mais de 30 mil alunos e 7 mil aspirantes, em cursos de pós-graduação, distribuídos por 29 faculdades e 450 departamentos educacionais. Há ainda 10 mil estudantes secundários que estudam na universidade, junto de milhares de pesquisadores. A biblioteca da Universidade de Moscou contém mais de nove milhões de títulos, fazendo dela uma das maiores bibliotecas de toda a Rússia. Seu sucesso na comunidade mundial fez com que 11 mil estudantes estrangeiros tenham se graduado na universidade, além das centenas de outros que lá aprendem a língua russa.[carece de fontes?]

A Universidade Nacional de Pesquisa Médica, também conhecida por seu nome antigo de Universidade Russa Federal de Medicina, é uma das maiores escolas médicas do país e da Europa. Atualmente, mais de 9,2 mil estudantes ingressam nos 115 diferentes departamentos da universidade, que também oferece cursos de pós-graduação. Moscou é um dos principais centros financeiros da Rússia e dos países da CEI, sendo muito conhecida por suas escolas de economia e negócios. Entre as melhores, estão a Academia Financeira, a Universidade de Economia Plekhanov, a Universidade Federal de Administração e a Universidade Federal de Economia. Essas instituições oferecem diplomas em administração, finanças, contabilidade, marketing, mercado imobiliário e economia, assim como mestrados e MBA com vários recursos. A maioria dessas universidades tem departamentos em outras regiões russas e até mesmo em outros países.[carece de fontes?]

A Universidade Técnica Estatal Bauman de Moscou, fundada em 1830, é localizada no centro de Moscou, atendendo a mais de 18 mil alunos e mil pós-graduandos em áreas da engenharia, oferecendo uma gama de diplomas técnicos.[25] Desde que abriu inscrições para estudantes de fora do país, em 1991, a Universidade Bauman aumentou o número de estudantes estrangeiros para mais de 200.[26] O Conservatório de Moscou, fundado em 1866, é uma conhecida escola de música, cujos alunos incluem Serguei Rachmaninoff, Mstislav Rostropovich, Aram Khachaturian, Alexander Scriabin e Alfred Schnittke.[27]

O Instituto de Cinematografia Gerassimov de Todas as Rússias (VGIK) é a instituição educacional mais antiga de cinematografia, fundada por Vladimir Gardin em 1919. Serguei Eisenstein, Mikhail Vartanov, Andrei Tarkovski, Nikita Mikhalkov, Eldar Riazanov, Alexandr Sokurov, Iuri Norshtein, Alexander Petrov e Vassili Shukshin estão entre os mais destacados professores e alunos do instituto.[carece de fontes?]

 
Universidade de Moscou
 
Conservatório de Moscou

O Instituto Federal de Relações Internacionais de Moscou, fundado em 1944, continua sendo a escola de diplomacia e relações internacionais mais conhecida da Rússia, com seis diferentes vertentes focadas nas relações internacionais. Aproximadamente 4,5 mil estudantes compõem o corpo universitário, e mais de 700 mil livros em russo e línguas estrangeiras — dos quais 20 000 são considerados raros — podem ser encontrados na biblioteca do instituto.[28]

Outras importantes e reconhecidas instituições de ensino são o Instituto Moscovita de Física e Tecnologia, também conhecido como Phystech, o Complexo Oftalmológico Fedorov, o Instituto de Aviação de Moscou e o Instituto de Física e Engenharia de Moscou, que formou diversos vencedores do prêmio Nobel, como Nicolai Semionov, Lev Landau, Alexander Prokhorov e Peter Kapitsa.[carece de fontes?]

Apesar das numerosas instituições educacionais estabelecidas na era soviética, Moscou tem visto um crescimento no número de instituições privadas que oferecem cursos na área de negócios e administração. Várias instituições estatais expandiram seus horizontes, criando novos cursos e departamentos. As instituições de Moscou começam a oferecer novos certificados internacionais e diplomas de pós-graduação, incluindo os MBAs. Os programas de intercâmbio com diferentes países, principalmente da Europa, estão cada vez mais populares nas universidades da cidade, ao passo que várias escolas dentro da capital também oferecem seminários, palestras e cursos para empregados e empresários.[carece de fontes?]

Moscou é um dos maiores centros científicos da Rússia. A sede da Academia Russa de Ciências é localizada em Moscou, assim como diversas instituições científicas e de pesquisa. Há 452 bibliotecas na cidade, incluindo 168 infantis. A Biblioteca Nacional, fundada em 1862, é a principal biblioteca do país. Essa livraria possui mais de 17 milhões de livros, 13 milhões de revistas, 350 mil partituras musicais e 150 mil mapas, fazendo dela a maior biblioteca da Rússia e uma das maiores do mundo. Itens em 247 diferentes idiomas compõem aproximadamente 29% de toda a coleção. A Biblioteca Histórica, fundada em 1863, é a maior especializada em história da Rússia. Sua coleção contém 4 milhões de itens em 112 idiomas, a respeito da história russa e mundial, de heráldica, de numismática e da história da ciência.[29]

Transportes

 
Imagem aérea do Aeroporto Moscovo Sheremetievo
 
Trânsito na Avenida Kutuzov, uma das principais vias da cidade
 
Estação Kazanskaya

Moscou é atendida primariamente por quatro aeroportos comerciais: Aeroporto Internacional Moscou-Sheremietevo (SVO); Aeroporto Internacional Domodedovo (DME); Aeroporto Internacional Vnukovo (VKO); Aeroporto Internacional Bykovo (BKA) e Aeroporto Internacional Ostafievo. O Aeroporto Moscou-Sheremetievo é o ponto de entrada mais comum de turistas estrangeiros, assumindo 60% dos voos internacionais. O Domodedovo é o principal aeroporto da Rússia em termos de quantidade de passageiro, já que é a saída principal para voos domésticos longos ou com destino aos países da CEI. Os demais aeroportos oferecem exclusivamente voos para regiões da Rússia ou CEI. Os aeroportos moscovitas têm distâncias variadas do MKAD. O Bykovo é o mais distante, localizado a 35 km das vias, enquanto o Ostafievo é o mais próximo, a 22 km do anel. O Domodedovo, Vnukovo e Sheremetievo distam, respectivamente, 27 km, 11 km e 10 km. O Myachkovo é localizado próximo a Moscou, muito utilizado para voos privados, helicópteros e fretamentos.

Diferentemente de São Petersburgo, Moscou não depende diretamente de um transporte fluvial bem equipado. A capital tem dois terminais de passageiros no rio Moscovo, além de rotas regulares de embarcações, também no Oka. Esse método de transporte, entretanto, é usados mais para fins de entretenimento e turismo do que para transporte. O Terminal Norte, construído em 1937, é o principal acesso para rotas fluviais de longa duração. Há também três portos de carga que atendem a Moscou.

Moscou dispõe de uma longa rede urbana de ônibus, que parte de toda estação de metrô próxima às zonas residenciais. A cidade também tem um terminal para viagens de longo alcance e intermunicipais, que transportam, diariamente, cerca de 25 mil passageiros, o que representa 40% das rotas terrestres de Moscou. Toda via de importância é servida por pelo menos uma rota de ônibus, que são reforçadas por rotas de trólebus. Moscou também conta com um sistema de bondes, inaugurado em 1899. A linha mais recente foi construída em 1984. O uso diário de bondes pelos moscovitas já é baixo e vem caindo, pelo fato de partes das conexões terem sido retiradas. Entretanto, os bondes continuam importantes em alguns distritos, que dependem do transporte para se locomover até as estações de metrô. Os bondes também facilitam a baldeação entre linhas de metrô.

Assim como em toda a Rússia, em Moscou é difícil saber a diferença entre um táxi e uma carona: faz parte de uma tradição oferecer caronas a estranhos por uma determinada taxa. Independentemente do local ou do horário, é possível encontrar um motorista de um automóvel disposto a transportar indivíduos em pouco tempo. Táxis comerciais também são disponíveis, e o sistema de táxis com roteiro é amplamente usado.

Transporte ferroviário

 
Terminal Ferroviário Leningradsky

Moscou possui uma ampla rede ferroviária, com nove terminais, os chamados vokzal, batizados originalmente com o nome da principal região conectada à rede. São eles: Bielorússki vokzal, Kazanski vokzal, Kievski vokzal, Kurski vokzal, Leningradski vokzal, Paveletski vokzal, Rizhski vokzal, Saviolovski vokzal e Iaroslavski vokzal.

Todos os terminais são localizados próximos ao centro da cidade, integrados à linha Koltsevaia. Cada estação deve lidar com trens de diferentes partes da Europa e Ásia, o que exige uma boa logística e profunda manutenção técnica. Como os bilhetes são relativamente baratos, os trens são o meio de viagem favorito dos russos, especialmente com destino a São Petersburgo, grande centro de serviços da Rússia. Moscou é o terminal ocidental da Ferrovia Transiberiana, que atravessa aproximadamente 9,3 mil km do território russo, até chegar a Vladivostok, na costa do Pacífico.[30]

Os subúrbios e cidades satélites são conectados a Moscou por meio da chamada elektritchka, uma rede de trens elétricos. As elektritchkas partem de seus terminais com destino às estações ferroviárias mais próximas.

Metrô

 Ver artigo principal: Metrô de Moscou
 
Mapa do Metrô de Moscou
 
Estação Kievskaia

O metrô de Moscou, conhecido como o Palácio Subterrâneo, é único pela sua estética, murais, mosaicos e lustres ornados. Quando inaugurado, em 1935, o sistema tinha apenas duas linhas. Hoje, o metrô já compreende doze linhas, sendo a maior parte delas subterrânea, com um total de 188 estações. O metrô de Moscou é um dos mais profundos do mundo e serve 10 milhões de passageiros diariamente.[31] A estação Park Pobedy, inaugurada em 2003, a 84 metros de profundidade, tem os elevadores mais longos da Europa. Em Moscou, o metrô é um dos mais ocupados de todo o planeta, atendendo a mais de nove milhões de pessoas diariamente. Por sofrer com questões que envolvem o transporte, a cidade tem vários planos de expansão do metrô. O metrô de Moscou tem um total de 313 km de extensão.

 
Sokolnitcheskaia
desde 1935
26 km
19 estações
 
Zamoskovretskaia
desde 1938
40 km
21 estações
 
Arbat-Pokrov
desde 1938
45 km
22 estações
 
Filiovskaia
desde 1958
14 km
13 estações
 
Koltsevaia
desde 1950
19 km
12 estações
 
Kaluzhsko-Rizhskaia
desde 1958
38 km
24 estações
 
Tagansko-Krasnopresnensakaia
desde 1966
36 km
19 estações
 
Kalininskaia
desde 1979
16 km
8 estações
 
Serpukhov-Timiriasev
desde 1983 41 km 25 estações
 
Liublinsko-Dmitrovskaia
desde 1995
28 km
17 estações
 
Kakhovskaia
desde 1995
3 km
3 estações
 
Butovskaia
desde 2003
5 km
5 estações

Cultura

 Ver artigo principal: Cultura de Moscovo
 
O Teatro Bolshoi

Um dos museus de arte mais conhecidos de Moscou é a Galeria Tretyakov, fundada por Pavel Tretyakov, um rico defensor das artes, que doou sua coleção privada para a administração da cidade. A galeria é dividida em dois blocos. O chamado "antigo Tretyakov" é a galeria original, à margem sul do rio Moscovo, que lida com a arte clássica e tradicional da Rússia. Os trabalhos de vários pintores famosos da época pré-revolucionária, tal qual Ilya Repin e diversos ícones podem ser encontrados por lá. O chamado "novo Tretyakov" foi estabelecido na era soviética, e contém, principalmente, os trabalhos dos artistas soviéticos e obras contemporâneas, além de uma pequena quantidade de conteúdos do início do século XX, da mesma época daqueles encontrados no antigo Tretyakov. A nova galeria inclui uma reconstrução do famoso Monumento à III Internacional e uma mistura de trabalhos de artistas da vanguarda, como Kazimir Malevich e Wassily Kandinsky. O Realismo socialista também se faz presente dentro da galeria do novo Tretyakov.

Também há em Moscou o renomado Museu Pushkin de Belas Artes, com exposições acerca das civilizações, com diversas réplicas de esculturas antigas. Entretanto, o museu também abriga pinturas famosas de praticamente toda era ocidental, além de obras de Claude Monet, Paul Cézanne e Pablo Picasso. O Museu Histórico da Rússia, um dos mais visitados do país, é localizado em Moscou, mais especificamente entre a Praça Vermelha e o Manege moscovita. Suas mostras vão de relíquias de tribos pré-históricas da atual Rússia até os trabalhos artísticos de valores incalculáveis adquiridos pelos czares da dinastia Romanov. O número total de objetos nas coleções do museu ultrapassa os milhões. O Museu Politécnico, fundado em 1872, é o maior museu técnico da Rússia, oferecendo uma ampla gama de invenções históricas e descobrimentos tecnológicos, incluindo o humanoide do século XVIII e os primeiros computadores soviéticos. Essa coleção contém mais de 160 mil itens.

 
Moscou celebra o Dia da Vitória

O Panorama de Borodino é outro museu localizado na Avenida Kutuzov que oferece a oportunidade para que seus visitantes experimentem estar em um campo de batalha, com uma visão de 360º, uma homenagem à Batalha de Borodino, uma das principais atrações desse museu que é completamente dedicado à vitória na Guerra Patriótica de 1812 sobre Napoleão e seu exército, incluindo o Arco do Triunfo, erguido em 1827. Na cidade, existe também o museu de história militar, que inclui estátuas, equipamentos bélicos e informações interativas obtidas por meio de histórias de guerra. Moscou é o coração da performance das artes, incluindo o balé e o cinema. Há 93 teatros, 132 cinemas e 24 salões de concerto na capital. Entre os vários teatros e estúdios de balé da cidade, destacam-se o Teatro Bolshoi e o Teatro de Arte de Moscou. Os repertórios são numerosos durante a temporada, com interpretações modernas de trabalhos clássicos, líricos ou dramáticos.

Moscou tem uma grande tradição circense, sendo sede do Circo de Moscou. Os filmes soviéticos fazem parte da história do cinema russo, e o estúdio moscovita Mosfilm foi o coração de diversos clássicos cinematográficos, responsável pelas produções artísticas e documentais. Entretanto, apesar da constante presença e reputação de cineastas internacionalmente reconhecidos na cidade, os estúdios que outrora fizeram fama em todo mundo hoje vivem tempos de mansidão. Filmes raros e históricos podem ser vistos no Cinema Salut, onde coleções de museu são apresentadas regularmente.

O Museu Estatal da Arquitetura, localizado próximo da Praça Vermelha, é o museu nacional de arquitetura da Rússia, que leva o nome do arquiteto Alexei Schusev. O Dia da Vitória é um importante evento em toda a Rússia. Em Moscou, a data é considerada especial, e comemorada com desfiles militares, apresentações musicais e queima de fogos. O Museu Memorial da Cosmonáutica é, de fato, um verdadeiro memorial aos heróis e pioneiros do espaço. O ambiente é localizado sob o célebre Monumento aos Conquistadores do Cosmos.

Arquitetura

 
Catedral de São Basílio em Moscou, a obra-prima da arquitetura russa

A arquitetura de Moscou é mundialmente conhecida. Moscou é o local da Catedral de São Basílio, com suas elegantes cúpulas de cebola, bem como a Catedral de Cristo Salvador e as Sete Irmãs. O primeiro Kremlin foi construído em meados do século XII. O design medieval de Moscou era de paredes concêntricas e ruas radiais que se cruzavam. Esse layout, assim como os rios de Moscou, ajudou a moldar o design de Moscou nos séculos seguintes. O Kremlin foi reconstruído no século XV. Suas torres e algumas de suas igrejas foram construídas por arquitetos italianos, emprestando à cidade algumas das auras do renascimento. A partir do final do século XV, a cidade foi embelezada por estruturas de alvenaria, como mosteiros, palácios, muros, torres e igrejas. A aparência da cidade não mudou muito no século XVIII. As casas eram feitas de troncos de pinheiro e abeto, com telhados de telhas cobertas de grama ou cobertas por casca de bétula. A reconstrução de Moscou na segunda metade do século XVIII foi necessária não apenas por incêndios constantes, mas também pelas necessidades da nobreza. Grande parte da cidade de madeira foi substituída por edifícios no estilo clássico. [32]

Durante grande parte de sua história arquitetônica, Moscou foi dominada por igrejas ortodoxas. No entanto, a aparência geral da cidade mudou drasticamente durante os tempos soviéticos, especialmente como resultado do esforço em larga escala de Joseph Stalin para "modernizar" Moscou. Os planos de Stalin para a cidade incluíam uma rede de amplas avenidas e estradas, algumas delas com mais de dez pistas, que, embora simplificassem bastante o movimento pela cidade, foram construídas à custa de um grande número de prédios e distritos históricos. Entre as muitas baixas das demolições de Stalin, estava a Torre Sukharev, um marco histórico da cidade, bem como mansões e edifícios comerciais. O novo status da cidade como capital de uma nação profundamente secular tornou os edifícios religiosos significativos especialmente vulneráveis à demolição. Muitas das igrejas da cidade, que na maioria dos casos eram alguns dos edifícios mais antigos e importantes de Moscou, foram destruídas; alguns exemplos notáveis incluem a Catedral de Kazan e a Catedral de Cristo Salvador. Durante os anos 90, ambos foram reconstruídos. Muitas igrejas menores, no entanto, foram perdidas.[33]

Embora o período stalinista posterior tenha sido caracterizado pela redução da criatividade e da inovação arquitetônica, os anos pós-revolucionários anteriores viram uma infinidade de novos edifícios radicais criados na cidade. Especialmente notáveis foram os arquitetos construtivistas associados a VKHUTEMAS, responsáveis por pontos de referência como o Mausoléu de Lenin. Outro arquiteto de destaque foi Vladimir Shukhov, famoso por Shukhov Tower, apenas uma das muitas torres hiperbolóides projetadas por Shukhov. Foi construído entre 1919 e 1922 como uma torre de transmissão para uma empresa de transmissão russa. [34] Shukhov também deixou um legado duradouro para a arquitetura construtivista do início da Rússia soviética. Ele projetou amplas galerias de lojas alongadas, principalmente a loja de departamentos GUM na Praça Vermelha,[34] com pontes inovadoras de cofres de metal e vidro.

 
Torre Ostankino, a estrutura mais alta da Europa

Talvez as contribuições mais reconhecíveis do período stalinista sejam as chamadas Sete Irmãs, compreendendo sete arranha-céus maciços espalhados por toda a cidade a uma distância igual do Kremlin. Uma característica definidora do horizonte de Moscou, sua forma imponente foi supostamente inspirada no Edifício Municipal de Manhattan, na cidade de Nova York, e seu estilo - com exteriores intrincados e uma grande torre central - foi descrito como arquitetura gótica stalinista . Todas as sete torres podem ser vistas dos pontos mais altos da cidade; eles estão entre as construções mais altas do centro de Moscou, além da Torre Ostankino, que, quando foi concluída em 1967, era a mais alta estrutura de terra autônoma do mundo e hoje continua sendo o sexagésimo segundo mais alto do mundo, classificado entre edifícios como o Burj Khalifa em Dubai, Taipei 101 em Taiwan e a CN Tower em Toronto.[35]

O objetivo soviético de fornecer moradia para todas as famílias e o rápido crescimento da população de Moscou levaram à construção de grandes blocos habitacionais monótonos. A maioria deles data da era pós-Stalin e os estilos geralmente recebem o nome do líder então no poder (Brezhnev, Khrushchev, etc.) Eles geralmente são mal mantidos. Embora a cidade ainda tenha alguns prédios de cinco andares construídos antes da metade da década de 1960, os prédios mais recentes geralmente têm pelo menos nove andares e têm elevadores. Estima-se que Moscou tenha mais do dobro de elevadores que a cidade de Nova York e quatro vezes mais que Chicago. A Moslift, uma das principais empresas de operação de elevadores da cidade, tem cerca de 1,5 mil mecânicos de elevadores de plantão, para libertar os moradores presos em elevadores.[36]

Os edifícios da era stalinista, encontrados principalmente na parte central da cidade, são enormes e geralmente ornamentados com motivos de realismo socialista que imitam temas clássicos . No entanto, pequenas igrejas - quase sempre ortodoxas orientais - encontradas em toda a cidade fornecem vislumbres de seu passado. A Old Arbat Street, uma rua turística que já foi o coração de uma área boêmia, preserva a maioria de seus edifícios antes do século XX. Muitos edifícios encontrados nas principais ruas do centro da cidade (atrás das fachadas stalinistas da Rua Tverskaya, por exemplo) também são exemplos da arquitetura burguesa típica dos tempos czaristas. O Palácio Ostankino, Kuskovo, Uzkoye e outras grandes propriedades nos arredores de Moscou pertencem originalmente a nobres da era czarista, e alguns conventos e mosteiros, dentro e fora da cidade, estão abertos a moscovitas e turistas.

 
Hotel Ucrânia, uma das Sete Irmãs

Tentativas estão sendo feitas para restaurar muitos dos exemplos mais bem guardados da cidade de arquitetura pré-soviética. Essas estruturas restauradas são facilmente identificadas por suas novas cores brilhantes e fachadas impecáveis. Também existem alguns exemplos de notável trabalho de vanguarda soviético, como a casa do arquiteto Konstantin Melnikov na área de Arbat. Muitas dessas restaurações foram criticadas por suposto desrespeito à autenticidade histórica. O facadismo também é amplamente praticado.[37] Exemplos posteriores de arquitetura soviética interessante são geralmente marcados por seu tamanho impressionante e pelos estilos semi- modernistas empregados, como no projeto Novy Arbat, conhecido como "dentes falsos de Moscou" e notório pela perturbação em larga escala de uma área histórica no centro de Moscou envolvido no projeto.

O horizonte de Moscou está se modernizando rapidamente, com várias novas torres em construção. Nos últimos anos, a administração da cidade tem sido amplamente criticada por fortes destruições que afetaram muitos edifícios históricos. Cerca de um terço da histórica Moscou foi destruída nos últimos anos[38] para dar espaço a apartamentos e hotéis de luxo.[39] Outros edifícios históricos, incluindo marcos históricos como o hotel Moskva de 1930 e a loja de departamentos Voyentorg de 1913, foram arrasados e reconstruídos novamente, com a inevitável perda de valor histórico. Os críticos culpam o governo por não fazer cumprir as leis de conservação: nos últimos 12 anos, mais de 50 prédios com status de monumento foram demolidos, vários dos quais datam do século XVII.[40] Alguns críticos também se perguntam se o dinheiro usado para a reconstrução de edifícios destruídos não poderia ser usado para a renovação de estruturas deterioradas, que incluem muitas obras do arquiteto Konstantin Melnikov[41] e da estação de metrô Mayakovskaya.

Algumas organizações, como a Moscow Architecture Preservation Society[42] e Save Europe's Heritage,[43] estão tentando atrair a atenção do público internacional para esses problemas.[44]

Panorama da Praça Vermelha, marco histórico da cidade considerado um Patrimônio Mundial pela UNESCO

Esportes

 
Estádio Luzhniki, localizado no centro de Moscou
 
Otkrytie Arena
 
Arena CSKA

Moscou dispõe de um grande número de várias instalações esportivas, sendo a sede de 63 estádios, além de oito campos profissionais de futebol e onze praças de atletismo. O mais conhecido é o Complexo Luzhniki, o quarto maior de toda a Europa, sede das Olimpíadas de 1980 e da final da Liga dos Campeões da UEFA de 2007–08. 40 outros complexos esportivos estão localizados dentro dos limites da cidade, incluindo 24 arenas com gelo artificial. O Estádio Olímpico era a principal arena para a prática do bandy, sediando o Campeonato Mundial em duas ocasiões. Atualmente é Krylatskoye,[45] sediando o Campeonato Mundial em 2010. Em Moscou também há sete hipódromos, sendo o maior deles o Central de Moscou, fundado em 1834.

Em 1980, Moscou sediou os Jogos Olímpicos, apesar de as provas marítimas terem acontecido em Tallinn, na época a Estônia Soviética. Os jogos propiciaram a construção de uma grande infraestrutura, como vários complexos esportivos e o segundo terminal do Aeroporto Sheremetievo. Moscou também candidatou-se como sede para as Olimpíadas de 2012, mas foi eliminada na decisão, que definiria Londres como a sede dos jogos.

O futebol, no verão e o hóquei, no inverno, são os esportes mais populares da cidade. Entretanto, o PBC CSKA e o MBC Dínamo são fortes clubes de basquetebol da cidade que se destacam nos campeonatos nacionais. As principais equipes esportivas de Moscou incluem o CSKA, a equipe de hóquei mais premiada do mundo, o Spartak, o mais vezes campeão do futebol russo, e o Dínamo, que revelou importantes nomes em várias modalidades esportivas. Todos esses clubes têm equipes de futebol, hóquei e basquetebol. O Lokomotiv e Torpedo são outras duas equipes de futebol importantes da cidade.

O Spartak, historicamente representando a grande massa, e o CSKA, o clube do exército, fazem o Grande Clássico Moscovita, decorrente da rivalidade entre os trabalhadores e os militares. O Dínamo, por outro lado, foi fundado pela política secreta. Com isso, os mais fortes times russos acabaram por se concentrar em Moscou.

Por conta do clima frio, existem muitos parques que oferecem a prática de patinação e esqui. Como importante polo do esporte, Moscou também oferece anualmente a Copa Kremlin, um conhecido torneio de tênis entre a Associação de Tenistas Profissionais e a Associação de Tênis Feminino. A Copa é uma competição muito prestigiada, principalmente pelos jogadores russos.

O Slava Moscou e o RC Lokomotiv são conhecidos clubes profissionais de rúgbi. Moscou foi a sede da Copa do Mundo de Rúgbi de 2013. A Rússia sediará a Copa do Mundo FIFA de 2018. O Luzhniki terá sua capacidade aumentada com quase 10 mil novos assentos. Os estádios do Dínamo e do Spartak também estão em construção, com capacidade de, pelo menos, 40 mil espectadores.

Ver também

Referências

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  5. «Погода и Климат – Климатический монитор: погода в Москве» (em russo). Pogoda.ru.net. Consultado em 12 de março de 2013 
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  7. «Título ainda não informado (favor adicionar)». www.pogodaiklimat.ru 
  8. «"Численность населения России, субъектов Российской Федерации в составе федеральных округов, районов,». www.perepis2002.ru 
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Ligações externas

 
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