Alemanha
A República de Weimar
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Sob o reinado de Guilherme 2º, a partir de 1890, a Alemanha procurou recuperar o terreno perdido na corrida imperialista das grandes potências. A participação do país no movimento colonizador, porém, deu-se em proporções modestas. Suas colônias incluíam Togo, Camarões, o Sudoeste Africano e um conjunto de territórios então denominado África Oriental Alemã.
O progresso material da Alemanha, aliado a um grande aumento da população (de 41 milhões, em 1871, para 61 milhões, em 1910), talvez tenha sido o aspecto mais importante nas décadas que precederam a Primeira Guerra Mundial. O aumento da produção industrial levou a um grande aumento da exportação. A siderurgia desenvolveu-se a todo vapor, dando origem a firmas poderosas, como a Krupp e a Thyssen. Na indústria química, os fertilizantes aumentavam a produção agrícola e os explosivos reforçavam o campo militar.
Nos meios de transporte, as ferrovias mais do que triplicaram em 40 anos, até somarem 61 mil quilômetros em 1910. A interligação ferroviária com outros países colocou a Alemanha no centro da rede européia. A construção de canais melhorou a rede fluvial e houve grande ampliação das linhas marítimas e da marinha mercante. Paralelamente, crescia a rede bancária.
Expansão do nacionalismo
Tudo isso trazia grandes transformações socioeconômicas, que incluíam a conscientização da crescente classe trabalhadora - que pudera organizar-se legalmente em sindicatos após o fim da lei anti-socialista de Bismarck, em 1890. Apesar disso, a Democracia Social idealizada por políticos e pensadores como August Bebel, embora fosse a maior força partidária, com milhões de eleitores filiados, ficou excluída de qualquer participação no governo. O Reichstag (Parlamento) não exercia nenhum controle sobre o governo.
Um clima de intenso nacionalismo se expandiu, influenciando a política do imperador, que a definiu na seguinte máxima: "Política mundial como missão, potência mundial como objetivo, esquadra como meio". A ênfase dada à Marinha decorria da concorrência com o Reino Unido e da brusca intensificação dos interesses coloniais germânicos.
Em 1900, uma nova lei naval duplicou o poderio marítimo alemão. Não só se aguçava a rivalidade econômica entre Inglaterra e Alemanha como também se acirrava o panorama internacional. O ano de 1913 foi caracterizado por amplos preparativos militares e o aumento de exércitos. Após um período de desconfiança internacional geral se definiram os que viriam a ser os principais adversários do primeiro conflito mundial: Alemanha e Áustria, de um lado, contra Inglaterra, França e Rússia, de outro.
A Primeira Guerra Mundial
Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Cartão-postal da Primeira Guerra MundialO assassinato de Franz Ferdinand, herdeiro do trono austríaco, e de sua esposa, em 28 de junho de 1914, desencadeou a Primeira Guerra Mundial. A Alemanha viu-se obrigada a lutar em duas frentes, o que Bismarck sempre quis evitar. A rápida derrota da França planejada pelos alemães não aconteceu. Ao contrário: após a derrota da Alemanha na batalha do Marne, a luta estagnou.
No oeste, uma guerra de trincheiras culminou em batalhas sem sentido, com enormes perdas humanas e materiais para ambos os lados. Desde o início da guerra, o imperador e os primeiros-ministros foram relegados a segundo plano, e foram os militares que passaram a dar as cartas. O marechal Paul von Hindenburg estava à frente do alto comando militar alemão, mas o verdadeiro cabeça era o general Erich Ludendorff.
A guerra foi decidida após a entrada dos Estados Unidos, em 1917. Ludendorff, contudo, ignorou que a Alemanha estava completamente exaurida, insistindo até setembro de 1918 numa "paz vitoriosa". A derrota militar foi acompanhada da derrota política. Sem nenhuma resistência, imperador e príncipes abandonaram seus tronos, em novembro de 1918. Ninguém levantou a voz em defesa da monarquia, que caíra em descrédito. A Alemanha tornou-se república.
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