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    OMS: Hidroxicloroquina não funciona contra Covid-19 e pode causar efeito adverso

    Especialistas da Organização Mundial da Saúde afirmam que financiamentos com a droga para combater o coronavírus devem ser reconsiderados

    Raphael Coraccini, colaboração para a CNN

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que a hidroxicloroquina não funciona no tratamento contra a Covid-19 e alertou ainda que seu uso pode causar efeitos adversos. O medicamento passou por uma análise de um grupo de especialistas e pacientes e recebeu “forte recomendação” contra o uso no combate ao coronavírus.

    O grupo de 32 debatedores da OMS classificou a ineficiência da droga para tratamento de Covid-19 como de “alta certeza”. Eles sugeriram ainda que “os financiadores e pesquisadores devem reconsiderar o início ou continuação dessas experiências”. O documento foi publicado pela revista científica The BJM.

    No Brasil, o medicamento foi constantemente apontado pelo presidente Jair Bolsonaro.

    O relatório da OMS aponta ainda que a cloroquina “provavelmente aumentou os eventos adversos”, o que levaram à descontinuação do uso desse medicamento nos tratamentos contra a Covid-19, diz o texto.

    O documento produzido a partir do debate apontou ainda que a “hidroxicloroquina é um imunomodulador usado para tratar a artrite reumatóide e o lúpus eritematoso sistêmico” e que políticas públicas voltadas para o tratamento de outras doenças por meio de cloroquina podem trazer dificuldades para quem precisa do medicamento para tratar outras doenças, para as quais ele é realmente eficaz.

    Comprimidos de cloroquina produzidos pelo Exército brasileiro
    Comprimidos de cloroquina produzidos no Laboratório Químico Farmacêutico do Exército brasileiro
    Foto: LQFex/Exército Brasileiro (31.mar.2020)

    O grupo de debate se mostrou preocupado com “o desvio de estoques de hidroxicloroquina de pacientes com outras condições para os quais este medicamento é indicado”.

    Participaram do debate uma maioria de especialistas, entre pesquisadores, médicos, especialistas em ética e em metodologias de pesquisa científica, além de quatro pacientes que sobreviveram à Covid-19. Os debatedores tiveram como ponto de partida a experiência dos pacientes e dos médicos com a droga, além das conclusões levantadas por 6.059 ensaios produzidos por especialistas sobre os efeitos da cloroquina.

    O grupo conclui que, a hidroxicloroquina “não é mais uma prioridade de pesquisa e que os recursos devem ser direcionados para avaliar outras drogas mais promissoras para prevenir Covid-19.”